Sunday, May 31, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 11
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.


A autoridade teológica de Paulo de Tarso fora fundamental para se determinar a doutrina da Igreja, não no sentido de estabelecer suas bases doutrinárias, mas para definir e interpretar o que deveria ser sistematizado como doutrina interpretativa com base no conhecimento da Palavra até então existente ( Antigo Testamento ) e transmitida espiritualmente a partir do legado de Jesus Cristo à própria igreja. Paulo veio para dar entendimento teológico à palavra do Mestre a uma igreja incipiente que já conhecia problemas e questões de ordem apologética. E nisso, sua experiência  intelectual como o jovem estudante de teologia ( e posteriormente como fariseu ) associada à força de sua conversão espiritual enquanto recebia de Jesus as ordens acerca do que fazer, deram um novo mover à Igreja Corpo. Porque na verdade, o confronto doutrinário que se estabelecia desde o princípio do ministério apostólico paulino, dentro da história da Igreja que se definia gradativamente, através de rupturas, cismas, heresias, confrontos doutrinários e dogmáticos,  questões de ordem apologética e doutrinária, trouxeram à igreja uma nova dimensão de conflitos e problemas que de alguma forma estariam a exigir o surgimento de homens como Paulo, aptos a responder a questões suscitadas dentro e fora da igreja. Observem, por exemplo, que no eclodir da experiência espiritual de Estevão, descrita nos primeiros capítulos de Atos ( capítulo 6 e seguintes ), os conflitos externos sofridos pela Igreja Corpo, eram de tal dimensão que eles comprometiam até mesmo a sobrevivência espiritual da igreja, dentro do contexto secular e de opressão e de profunda oposição por parte do “mundo” religioso de então, da forma como vemos hoje. O poder da graça de Deus no espírito da Igreja Corpo que florescia no mundo, certamente levantaria homens como Pedro, como Estevão,  como Paulo, e como todos os santos. Muitas igrejas hoje não conseguem visualizar a força explosiva da Igreja Corpo a partir, por exemplo, da vida de Estevão, o primeiro martir da igreja cristã. As forças espirituais cristãs já eclodindo em meio a conflitos e dilemas, causariam necessariamente o surgimento de homens como Estevão, que se opunham abertamente ao Sinédrio, como se o confronto fosse na verdade, de ordem política. Mas, Estevão, “um homem cheio da graça de Deus e de poder, que fazia grandes maravilhas e sinais miraculosos” ( Atos 6:8-9 ) certamente suscitaria a oposição por parte dos membros da Sinagoga dos Homens Livres ( como era conhecido o Sinédrio, além de Sinagoga de Satan ). “ No one knew how to stop the spread of the Nazarene movement.”- (Ninguém saberia como parar o crescimento do movimento do Nazareno).  ( Cf. “Church History in Plain Language”, chapter 2, page 13. By Bruce L. Shelley, USA. Zondervan, 95). O autor continua: “Stephen, however, was a special case. He dared to renounce the Law of Moses and attack the temple of God, openly and repeatedly. The angry men felt that Stephen had to be silenced. But how? All eyes were upon Stephen as he began his defense.”  ( Estevão, no entanto, era um caso especial. Ele se propôs a renunciar a lei de Moisés e atacar o templo de Deus, aberta e repetidamente. Os homens furiosos ( do Sinédrio ) sentiram que Estevão precisava ser silenciado. Mas como? ) O discusso explosivo de Estevão diante do Sinédrio, como descrito em Atos 7:1-53, representava, na verdade, o espírito da Igreja Corpo que nascia como modelo paradigmático na Igreja Cristã primitiva do primeiro século da Era Cristã, para as igrejas que posteriormente, com Paulo, haveriam de ser criadas e resistiriam às ameaças do século até aos dias atuais. Alguém pode negar que Estevão demonstrava minucioso e profundo conhecimento histórico e teológico do Antigo Testamento? E quanto à sua coragem e determinação em dar o testemunho cristão diante das forças religiosas de oposição e opressão à fé cristã de sua época?  Sobre esse discurso de Estevão nós vamos retirar muitos outros exemplos de conhecimento teológico, de fé, de reconhecimento histórico, de coragem, e além disso, parafraseando o texto de Bruce L. Shelley citado acima, Estevão afirma que “the Most High does not live in houses made by men. As the prophet says: ‘ Heaven is my throne, and the earth is my footstool. What kind of house you build for me? says the Lord”. E isso representa o que o autor se refere acima a respeito do ataque que Estevão faz ao templo de Deus. E Estevão continua em sua coragem e destemor, afirmando que a sinagoga dos homens livres estava, na verdade, resistindo ao Espírito Santo. Dentro desse espírito de destemor nascia a Igreja Corpo de Cristo nos primeiros anos do primeiro século da era cristã. Depois de seu testemunho, todos nós sabemos o que veio a ocorrer a Estevão. Paulo esteve presente ao apedrejamento de Estevão, aprovando tudo, e ao mesmo tempo continuando sua trajetoria politica de perseguição e destruição da Igreja. Leia Atos capítulo 8, verso 3  e nós veremos que tipo de homem o Espírito de Deus preparava e movia com o coração arrependido para o trabalho da Igreja Corpo florescente.  

Tuesday, May 26, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA -  10
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.

    Outro fator a ser considerado como indicador de pressão que se opõe profundamente a uma das propostas originais de formação do modelo de Igreja inspirada por Jesus Cristo, se refere à formação teológica dos membros do Corpo de Cristo. Algumas igrejas brasileiras afirmam que “ não precisamos de Teologia para sermos salvos”. E isso é verdade. E embora Jesus Cristo tenha sido considerado o primeiro teólogo da Igreja por Ele fundada, no entanto, está na origem da expansão da Igreja através do trabalho missionário, a ênfase dada por Jesus à escolha de Paulo de Tarso como o segundo teólogo da Igreja Cristã à frente dos trabalhos da Igreja em formação. “A Teologia de Paulo é inseparável de seu trabalho missionário”.(“Paul Apostle of the Heart Set Free”. F.F.Bruce). Paulo de Tarso estabeleceu em torno de 14 igrejas, segundo relato do livro do Atos dos Apóstolos ou o registro histórico de suas cartas apostólicas. E certamente ele seguiu a inspiração de seu fundador, Jesus Cristo, desde o princípio de suas viagens. Para Jesus a força de inspiração na “fundação” da Igreja, por mais esdrúxula que a palavra possa parecer, tinha por objetivo e visão a edificação de um corpo de irmãos que se amavam e se perdoavam entre si.  A igreja então fora concebida como um “corpo espiritual invisível, uma companhia espiritual e moral fora dos conceitos institucionais com ritos e credos” (“Church History in Plain Language” – 2nd. Edition updated. Bruce L. Shelley) dos anos anteriores ao primeiro século da Era Cristã. A concepção original de Jesus para a formação da Igreja que levaria seu nome Corpo de Cristo, tinha por visão pregar o Reino dos Céus, o que para ele representava o ensino aos seus discípulos, de uma doutrina nova, a Boa Nova do Reino, essencialmente separada da visão secular existente em seu tempo, onde havia o confronto de forças políticas rivais entre si, além do paganismo, da idolatria, do politeísmo e da violência imposta contra a Igreja pelas forças políticas do Império Romano. E seguir a Jesus Cristo em sua proposta eclesiástica significava dizer NÃO ao institucionalismo existente então e rejeitar as propostas temporais e políticas dos reinos existentes na terra, assumindo uma nova aliança centrada em união, amor e perdão. Paulo e os demais apóstolos e discípulos receberam do Mestre tal visão e inspiração. Contrariamente a tal visão espiritual da Igreja, o escritor pagão Celsus (por volta dos anos 180 AD.) via a Igreja apenas como um grupo social e via nisso a principal fonte de força do cristianismo. No entanto, Paulo de Tarso não ficou conhecido apenas como o homem de suas cartas apostólicas, em cujas letras ditadas havia a clara transparência de sua personalidade forte e determinada, onde não havia espaço para artificialismo, mas a certeza de que o que ele havia recebido do Mestre na visão de glória no caminho de Damasco, teria sido a força de sua fé inabalável, sua determinação e destemor em prosseguir até o fim nas suas propostas de conduzir a Bandeira do Reino a um nível mais elevado e definitivo. Paulo sabia de antemão que concluir a tarefa que lhe havia sido proposta representava para ele “ser forte no Senhor e em seu inigualável poder”( Efésios 6:10 ). Significava vestir o escudo completo de Deus e avançar contra os esquemas do maligno, permanecendo firme com o cinturão da fé, que era na verdade, o símbolo das vestes do Messias  em Isaías 11:5. Em tudo Paulo transmitia sabedoria e conhecimento profundo tanto do Antigo Testamento quanto do Mestre a quem serviria para sempre.  Todo o relato histórico de Lucas inscrito com paixão no livro de Atos dos Apóstolos, vai nos mostrar o lado contundente da trajetória da Igreja que se iniciava sob o manto de dor e sangue, que foi na verdade o florescimento do Corpo de Cristo nos primeiros séculos da Era Cristã. E nesse período de sua história Paulo foi um dos seus personagens centrais. Vamos apresentar nesse  estudo a importância de seu trabalho missionário, a origem doutrinária da Igreja, seus ensinamentos decisivos e como a Igreja se desviava à medida que se expandia.       

Sunday, May 24, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA - 9
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.  


O que afeta as Igrejas em sua estrutura interna como Corpo de Cristo sendo impactada por pressões internas e externas,  é a manifestação de indicadores de pressão que motivam as mais intrincadas mudanças dentro das Igrejas, tanto no Primeiro Século da Era Cristã, quanto nos séculos seguintes, com influências visíveis e controvertidas também nos dias atuais. Nós vamos enumerar aqui alguns dos problemas que motivaram mudanças significativas na estrutura do Corpo de Cristo enquanto organismo sócio-espiritual em diferentes modelos. Em seu livro “The Hidden Lives of Congregations – Discerning Church Dynamics”, Israel Galindo discerne uma série de indicadores sendo aplicados acima de tudo em modelos de Igrejas pós-modernas, e que surgem dentro de consequências históricas aplicadas a cada modelo, como resultado de um processo sócio-politico e histórico que se sobrepõe à dinâmica da Igreja, mas como organismo de predominância no contexto político-social. Em outras palavras, a Igreja sofre o impacto da cultura e da política como um fenômeno global e por esse motivo necessita se manifestar como um organismo que precisa se entender no contexto secular, pois que, a nosso ver a igreja faz parte do contexto secularizado em que vive atualmente. Sem dúvida, tais indicadores de pressão nas Igrejas, segundo o autor, são avaliados em função de sua atuação dentro do contexto histórico em que se manifestam. Por exemplo, o autor nos apresenta como primeiro indicador ( à página 15 ) o fato de que as igrejas perderam “sua voz dentro do cenário público” em função da separação crescente entre Igreja e Estado. Isso nos mostra a fragilidade, importância e influência da Igreja como uma força institucional de atuação dentro da sociedade civil, além de mostrar-nos seu lado eclesiástico como organismo político-social, o que foge aos padrões da igreja primitiva do primeiro Século da Era Cristã.  Outro indicador de pressão mostra que “a igreja continua a adotar um modelo de negócio para medir e avaliar seu sucesso” como Igreja. Isso implica, entre outras coisas, em um modelo secular e corporativista de Igreja, que a faz inspirar-se no modelo secular de negócio institucionalizado como uma empresa com fins “lucrativos”. Outro indicador de pressão nos mostra, segundo o autor, que a Igreja continua a “resistir em adotar um mandato contra-cultural do Evangelho”ou em outras palavras, a Igreja parece resistir em rejeitar culturalmente ao fenômeno da contextualização em meio à sociedade secularizada em que vive. E tal investida no modelo, ou no cenário cultural dos dias atuais pode criar um distanciamento ainda maior na atuação da Igreja como influente, como presença espiritual num mundo que precisa cada vez mais de um encontro real com Deus, e não com a cultura, para que sua missão seja atingida. Outro indicador de pressão que denuncia uma visão limitada das Igrejas atuais é determinado pelo fato de que elas “investem mais dinheiro na manutenção de suas instituições”, ou seja, no seu aparato administrativo ou em sua estrutura organizacional, do que em seus projetos missionários. Esses são alguns dos indicadores dentre muitos outros, que vão avaliar a atuação das Igrejas de modo geral, que nos mostram de alguma forma uma igreja acuada, ou seja, resistindo ao seu avanço como força e poder espiritual no mundo, em vez de se mostrar, ou de ocupar seu espaço histórico-social como um poder de corpo espiritual. Mas, para o modelo de Igreja fundado por Jesus Cristo, tais indicadores são de outra perspectiva e natureza. E nosso objetivo é o de adentrar numa análise que possa avaliar o porquê da variação de modelos, as causas que determinaram o “deixar-se influenciar” da Igreja que se chama de Corpo de Cristo, pela sua temporalização, ou secularização, a tal ponto que nos permita entender o que significa para a Igreja ser vista atualmente como força sócio-política, e se este foi realmente o modelo de Igreja criado e inspirado por seu fundador Jesus Cristo. Ainda faremos uma análise mais detalhada de tais indicadores de pressão atuando sobre a igreja Corpo de Jesus Cristo aqui nos Estados Unidos. 

Friday, May 22, 2020


 IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 8
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.

Além das propostas bíblicas de nos mostrarem os modelos de igreja do Novo Testamento que se identificam mais profundamente com o Corpo de Cristo e a Trindade Santa, vamos encontrar oculto no livro de Atos dos Apóstolos  e nas epístolas paulinas, o modelo de Igreja que deveria ter sido tomado como paradigmático a partir da primeira metade do 1º. Século da Era Cristã. Supõe-se que tal modelo paradigmático deveria ter sido inscrito na memória eclesiástica dos primeiros cristãos seguindo à ressurreição de Jesus Cristo. Mas, como bem sabemos através da história da Igreja, não foi assim que tudo ocorreu. Ao longo do caminho a igreja Corpo de Cristo esbarrou em uma série enumerável de obstáculos sócio-políticos, históricos e doutrinários, que vieram interromper e desviar o curso normal de sua evolução eclesiástica, para fora do modelo inspirado por seu fundador. Tais desvios vão nos mostrar as disparidades que se seguiram a partir do modelo da Igreja Primitiva e que se traduziram por contravenções seguindo aos modelos originais da Igreja, por imposições humanísticas, por interpretações desbaratadas, por crises internas, por heresias e perseguições e por muitos outros problemas e também por desvios internos à Igreja Primitiva e mais tarde, por questões doutrinárias ligadas aos primeiros Concílios eclesiásticos que criaram desvios e dúvidas significativas que influenciaram o crescimento e expansão das Igrejas Cristãs através do mundo conhecido até então. Paulo de Tarso foi o homem certo na hora certa levantado por Jesus para prosseguir no processo árduo e doloroso de levar a Boa Mensagem do Reino a um nível mais elevado, em suas viagens missionárias, e na fundação de novas Igrejas Cristãs na Ásia, na Arábia, na Síria. Jesus precisou de apenas um homem com muita fé, inteligência, formação teológica e inspiração para dar continuidade ao seu plano de crescimento da Igreja Cristã, em meio a um mundo onde existia paganismo, politeísmo e idolatria. E deu no que deu. A igreja deslanchou, começando sua jornada rumo ao infinito.  No dia do Primeiro Pentecostes ( que representou para a Igreja que se iniciava, o marco espiritual de sua jornada primitiva na expansão do Reino ), estavam reunidos em Jerusalem povos de diversas nações e tribos, dentre eles, povos vieram da Ásia, da Arábia, de Cirene, ao Norte da África, do Egito, do Pontus, da Mesopotâmia, de Roma, da Capadócia, da Judéia, da Grécia e do Império Parthian, que posteriormente seria conhecido como o Império Persa. Portanto, o Espírito Santo trazia para Jerusalem os povos que nos anos seguintes, com Paulo, lhe teria dado o elemento humano que lhe permitiria a fundação das primeiras igrejas cristãs em suas missões missionárias através do mundo de então.  O Espírito Santo foi o primeiro grande missionário da Igreja Cristã que se iniciava sobre a Terra. 

Wednesday, May 20, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 7
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.

Podemos até mesmo incorrer num dilema “julgacional” quando criticamos a espiritualização do conceito de Igreja como Corpo, em relação a uma visão mais empirista e pragmática do mesmo conceito em relação ao modelo “familiar” de Igreja. Vamos encontrar uma série de referências bíblicas sobre a Família da Igreja, mas nenhuma se referindo à Igreja definida como família. Numa dimensão espiritual que valorize tal conceito familiar de igreja, o que podemos observar é que existem alusões interpretativas como as que Paulo nos mostra em Efésios 2:19-22 ( The Household of God ) ou em Gálatas 6:10 ( The Household of Faith ), o de Casa de Deus e o de Casa da Fé, mas 2 textos se referindo a 2 conceitos muito amplos. Porém, em 1 Cor. 12:26 temos a noção clara de que quem sofre mais realisticamente são os que fazem parte do mesmo corpo e nem sempre os de mesma família. ( If one member suffers, all suffer together; If one member is honored, all rejoices together ). Em 1 Tim. 3:15 Paulo nos transmite a noção do conceito de Igreja como “the church of the living God” onde tal conceito assume uma dimensão espiritual que se projeta para além do modelo físico e limitado do conceito de Igreja como família. Em 1 Cor. 3:9 o conceito de Igreja ultrapassa as fronteiras do simplesmente familiar para alçar voo em 3 diferentes visões, ou conceitos não-meramente abstratos de “fellow workers”, “God’s field” e de “God’s building” onde cada um desses entes de razão lógicos ( workers, field e building ) enfatizam a existência do corpo em relação a Deus Pai. Podemos, admitir, no entanto, que o conceito de família aplicado à Igreja de Jesus Cristo está espiritualizado na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que tudo edifica, reune, incorpora e dá unidade em santidade à igreja eclesiologicamente, em relação à Trindade Infinita, que redimensiona o conceito de família em outro nível, e não ao conceito meramente humano da “família” na dimensão física e terrena.  Esse é o modelo de Igreja ao qual Paulo se refere em suas epístolas ( e em Romanos, que além de carta, é ainda um tratado de Teologia ), um modelo espiritual que encontra ressonância apenas na “família espiritual” eterna da Trindade, e que Paulo visava definir como modelo espiritual e santificado pela força do amor do Pai em relação ao Filho e ao Espírito. Mas, que para Paulo soava até mesmo como utopia entre as igrejas por ele fundadas, em face de sua quase obstinação em dar a elas a visão do modelo espiritual de Igreja longe das influências do século, das doutrinas heréticas, ou dos vícios da corrupção do pecado, ou de todas as influências ocultas e subrreptícias das igrejas dos tempos pós-modernos. Na verdade, o modelo de Igreja à semelhança do modelo primitivo ( e após Pentecostes )  e que mais se aproxima da Igreja fundada e inspirada por Jesus Cristo, tem elementos tradicionais e proféticos de pureza e santidade, que num sentido real tem mais consistência ( e de onde retiramos força e poder ) numa comparação à família espiritual da Trindade, do que ao modelo limitado e finito da família dos seres humanos. Portanto, a identidade essencial de Igreja Corpo de Cristo, tem sentido em sua dimensão espiritual quando associada à ideia que temos, ou procuramos ter, do que representa Jesus Cristo enquanto membro da família espiritual da Trindade, ou seja, Deus encarnado na pessoa de Jesus Cristo, como a igreja que se manifesta viva, como o Corpo Encarnado de Jesus na Terra. Existe um imaginário extraordinário dado por Alister E. McGrath em seu livro “ Understanding the Trinity”, ( Zondervan Publishing House, USA., 1990 ) em que ele nos diz à página 125, que “Jesus allows us to sample God”, ou em outras palavras, Jesus nos permite amostrar o que é Deus, ou o Deus encarnado na pessoa de Jesus Cristo, para o qual nós olhamos e “vemos” quem Deus é e significa para nós cristãos. Da mesma forma, a Igreja deve ser vista como a encarnação do Deus vivo ao qual chamamos de Jesus Cristo na face da Terra, enquanto a entendemos como o Corpo de Cristo visível em nosso meio.

Sunday, May 17, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 6
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.

Portanto, como ainda veremos em mais detalhes, existe uma sutil mas radical diferença entre ambos os conceitos: o de Igreja como CORPO DE CRISTO e o de Igreja como Família. O conceito de Corpo tem mais conotações e dinâmica, enquanto que o conceito de Família é mais genérico e não enfatiza as características de cada um de seus membros aplicadas ao corpo. Existe pois, uma clara distinção entre as características internas que definem o conceito de família aplicado à Igreja, como modelos que atuam nas forças que interagem dentro das famílias, para que tais modelos nos sirvam de imagens atributivas ilustrando de modo “familiar” a interação entre os membros do corpo. O mesmo ocorre quando queremos nos referir a Deus  em seu poder infinito e usamos, por exemplo, atributos humanos (antropomorfismo) para ilustrar tal poder. ( mãos poderesosas, braço forte, etc.)  Na verdade, se o Corpo de Cristo, a Igreja, tem valor em sua dimensão espiritual, não teríamos como definir o escopo, a dimensão de tal espiritualidade, a não ser que a comparassemos com a interação que existe entre os membros de uma mesma família. Em Mateus 12:49-50 JESUS ilustra com maestria essa sutil diferença entre um conceito e outro, ao afirmar que “ Here are my mother and my brother; for whoever does the will of my Father in Heaven is my brother and sister and mother.Em tais versos JESUS redimensiona o conceito de Família em suas relações entre membros, para um nível em que  o que mais importa é que façamos a “ a vontade de meu Pai no céu”. Nessa distinção de individualidades em que cada um deve e precisa “fazer a vontade do Pai”, o conceito de Família serviu apenas para ilustrar e não para definir o que significa ser Igreja. Em 1 João 4:7, o apóstolo João nos diz: “Beloved, let us love one another: for love is of God; and every one that love is born of God, and know God”. Se fossemos ilustrar a dimensão do amor de JESUS  aplicado à Igreja, com o modelo de amor que existe entre os membros de uma Família, nós incorreríamos na falácia de criar uma família em moldes absolutos. Em outras palavras, não devemos nos amar como membros de uma família humana, pois a fragilidade do amor humano aplicado às famílias humanas, já está corrompido. Não existem adjetivos aplicados ao conceito íntimo, relacional de família, que venham definir o que significa o Amor de Deus que se sublima em cada membro do Corpo.  Aliás, o conceito de Família como aparece ilustrado nas Escrituras, mostra-nos quase sempre um modelo em que existem carências e fraquezas no relacionamento entre pais e filhos. Veja, por exemplo, o que o   Antigo Testamento nos revela acerca da Família de José do Egito, em que seus próprios irmãos o quiseram matar antes de vendê-lo a mercadores estrangeiros. Se nós fossemos entender os 12 discípulos de JESUS como os membros de sua Família original numa relação eclesiástica de igualdade e parentesco, não existiriam razões para que Judas O traísse, ou para que Pedro O negasse. Isso vem ilustrar a força espiritual e dinâmica do que significa o Corpo de Cristo, a Igreja, em sua dimensão mais sublime aplicada a cada um dos membros do Corpo, que se unem por amor à semelhança do amor de Deus entre o Filho e o Espírito, cuja “energia” de união se concentra no amor que vem de Deus, mas não no modelo do amor dos membros de uma família humana, que vem dos homens. Nessa dimensão, a Igreja deve amar a cada membro do Corpo como únicos, dentro de sua identidade e importância para a integridade do Corpo, mesmo que em sua diversidade cada um tenha recebido de Deus diferentes dons e frutos em diferentes níveis. O Apóstolo Paulo vai nos instruir com detalhes mais profundos e teológicos, o que o Espírito nos ensina acerca do Corpo de Cristo.       

Saturday, May 16, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 5
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.

Algumas igrejas brasileiras se referem ao “conceito de igreja” ou de congregação como “família” mas, tais conceitos que definem a Igreja ou as congregações cristãs como famílias, fogem à narrativa do discursso bíblico. Em outras palavras, o conceito de “família” aplicado ao entendimento do que vem a ser IGREJA não é bíblico, pois não se refere à dinâmica do “corpo” de que fala Paulo em suas epístolas. E a idéia de corpo dá ênfase às partes de um todo, e não ao todo sobre as partes. (Aliás, o conceito teológico católico-romano dá muito mais enfase e importancia à igreja católica, em função da hierarquia papal da igreja, sobre o corpo, de tal forma que a Igreja como entendida pela teologia católica coloca-a numa posição de maior importância até mesmo a nível absoluto, em relação, à irmandade de católicos que a compõe. Sobre isso ainda falaremos). O conceito de família, por mais racional e emocional que nos possa parecer, não encontra respaldo bíblico aplicado ao conceito de IGREJA, mas tem um componente primário de dinâmica emocional. (ver “The Hidden Lives of Congregations – Understanding the Congregation”, on page 9). O apóstolo Paulo se refere mais especificamente ao tema IGREJA como corpo espiritual de Jesus Cristo. O conceito de “família”  como aparece mais citado nos livros do Antigo Testamento, do que em relação aos livros do Novo Testamento, sempre se refere às famílias de determinados personagens bíblicos (como as famílias reais, a toda as famílias da Terra, à família de José, e em muitas outras referências, por exemplo). E no Novo Testamento o termo FAMILIA também se refere a um termo específico relacionado, por exemplo, à família de Jesus (seus irmãos e sua mãe carnal), à família do Sumo Sacerdote (em Atos) ou à família de José, também em Atos dos Apóstolos. Ou referido à família de Aristobulus ainda em Romanos 16:10, à família de Narciso,  também em Romanos 16:11, ou em Efésios 3:14 para citarmos alguns exemplos. Mas Paulo não se refere em nenhuma de suas epístolas à Igreja ou às congregações cristãs edificadas por ele, como “famílias cristãs” ou famílias de Paulo, ou a qualquer outro termo que identifique IGREJA com a ideia de família. Na verdade, o conceito de família como o entendemos atualmente se corrompeu intrinsecamente. Mas o conceito de CORPO DE CRISTO aplicado à Igreja de Jesus, não se corrompeu com o tempo. Existe uma vaga ideia de Igreja definida como família em algumas interpretações teológicas referentes a textos bíblicos ou em comentários bíblicos, mas não dentro do conteúdo bíblico. Mas, a ideia de CORPO também amplamente citada nos livros do Novo Testamento, supera em inúmeras referências no NT., ao conceito de família. E o entendimento que nos é transmitido nos livros do NT., nos permite entender que o conceito de CORPO aplicado à igreja é muito mais amplo e definitivo nos evangelhos, entendido em diversas conotações bíblicas diferentes, do que apenas como aplicado ao conceito de família, em relação à Igreja. Paulo de Tarso, como o doutrinador teológico da Igreja cristã no primeiro século, introduz o conceito teológico de CORPO aplicado à Igreja de Cristo em formação, de forma inteligível e teológica esclarecendo-nos acerca de tal definição. No entanto, as Igrejas Evangélicas brasileiras aqui nos Estados Unidos ou não, não pecam por definir tais igrejas como “Famílias de Deus”, ou como “Somos a Família de Jesus aqui na Terra”, e tampouco pecam por enfatizar a importância das familias dentro das igrejas compondo o Corpo de Cristo, mas dão enfase a conceitos NÃO Bíblicos, cuja evidência está claramente declarada nas Epístolas Paulinas. E TAIS EPÍSTOLAS, SÃO, sem dúvidas, a Palavra de Deus em sua totalidade. Paulo é específico quando se refere à dinâmica do Corpo de Cristo em Romanos 7:4 e testifica acerca da verdade do Corpo em Romanos 12, ao afirmar que “como em um Corpo nós temos muito membros, e os membros não têm todos a mesma função”, nós entendemos que ele, na verdade, e de acordo com a inspiração que lhe é dada pelo Espírito, enfatiza a importância de cada membro do Corpo como única, na direção da identidade e unidade do Corpo em Cristo. A questão mais séria é saber se a verdade da Palavra de Deus nos importa enquanto verdade, e nos concede liberdade quando a conhecemos. 

Thursday, May 14, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 4
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.


Em função desse paradigma ou modelo bíblico de que fazemos menção, vamos nos aprofundar numa análise bíblica para que possamos identificar o modelo que supostamente deveria ter sido usado como reflexo do que cada igreja deveria seguir. E as cartas paulinas vão nos ajudar a entender o porque de seu objetivo, ou das objeções que o apóstolo Paulo fazia quando se propunha a escrever cartas como modelos corretivos, ou seja, admoestando as igrejas de seu tempo. Em tudo Paulo buscava acomodar a identidade das igrejas ao modelo, padrão cristão, de acordo com a inspiração que lhe era dada pelo Espírito.  Além disso, como numa proposta de história da Igreja ( cujo foco se concentra apenas nos livros do Novo Testamento ), veremos o que Paulo previa ou o que ele racionalmente prognosticava como sendo os problemas eclesiásticos do tempo, ou do modelo sócio-histórico e político das igrejas de seu tempo. Veremos também, dentro de uma visão pós-moderna, porque existem conflitos teológicos entre o modelo corporativo e o modelo corporativista aplicado às igrejas nos dias atuais. Pois bem sabemos que alguns teólogos afirmam que (referindo-se às igrejas cristãs), “as congregações são primariamente organismos de relacionamento corporativo.” ( “The Hidden Lives of Congregations – Discerning Church Dynamics”. By Israel Galindo, pg. 13, The Alban Institute USA. 2004).   E de outra forma, outros teólogos se opõem a tal modelo corporativo de igrejas, acusando as igrejas de se esmerarem exageradamente dentro de uma ideologia corporativista. ( ver “Corporate Christianity - How Double-Minded Pastors are hi-jacking Christianity.” By Bobby E. Mills, PhD. )  Fato curioso é que ao desvendarmos tais discrepâncias ideológicas, vamos definir o que algumas igrejas brasileiras ignoram em relação ao tema. Além disso, visamos analisar também a questão do comprometimento político de líderes e pastores cristãos envolvidos numa adesão a movimentos e partidos políticos dentro dos Estados Unidos, o profundo significado de sua adesão político-partidária, as origens desse comportamento de filiação política, suas razões e reais motivações, que nos possibilitem entender o porque de tal adesão. Faremos um paralelo com o cenário histórico-político em que Jesus viveu dentro de um contexto histórico de opressão e injustiça. E tal contexto nos permitirá entender o porque de semelhante deliberação pastoral em função da liderança proposta por Jesus Cristo, que certamente não se envolveu com as oscilações ideológicas mantidas pelo Império Romano em seu tempo, mas que influenciou significativamente o comportamento da classe religiosa judáica, que na verdade, representou a maior oposição de carater político e religiosa contra Jesus Cristo em seu tempo. Todos esses assuntos, e muitos outros, ainda serão analisados em profundidade nesse estudo, cuja única propopsta será a de entender as discrepâncias entre o modelo original de Igrejas, da forma como a entendemos no Novo Testamento, e o modelo eclesiástico de que fazemos parte como membros nos dias atuais.

Tuesday, May 12, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 3
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.


Igrejas são organismos vivos, dinâmicos, organizados por seres humanos (e por esse motivo, sujeitas a imperfeições) mas, além disso, são coordenadas espiritualmente como o corpo espiritual de Jesus Cristo, o que lhes acrescentam propostas espirituais de perfeição. Sendo assim as igrejas não podem ser entendidas como negócios institucionalizados – apesar de serem entendidas como instituições – pois que não estão inseridas em atividades comerciais ou produtivas e, desta forma, não visam fins lucrativos. Igrejas são orientadas espiritualmente segundo o que está escrito na Palavra de Deus. Se o Estado,  de alguma forma, se orienta de acordo com as constituições e normas legais de orientação político-social, moral e ética, de outra forma as igrejas, entretanto, são orientadas espiritual e essencialmente pela Palavra de Deus em todas as suas propostas ético-morais e espirituais. E certamente é dentro da Bíblia que as igrejas precisam ser orientadas. A propósito de seu papel na sociedade como um todo, as Igrejas não podem se isolar do contexto social e precisam ser entendidas como instituições. Ao buscarmos um modelo que defina e ao mesmo tempo identifique o papel histórico e social da igreja no mundo hoje, dentro da perspectiva do Reino, tal modelo, como já vimos, deve estar focado nas igrejas primitivas dos primeiros anos da era cristã, dentro do relato bíblico, pois aí encontraremos os modelos, ou o padrão aplicado aos diferentes modelos, que mais se aproximem das propostas eclesiásticas dadas e mantidas por Jesus Cristo, como o fundador da Igreja. Jesus não apenas estabeleceu as normas, padrões e princípios originais, mas determinou ainda o padrão de Igreja que encarnava a si próprio como modelo a ser seguido, com uma única característica dinâmica: as igrejas não são mais grupos eclesiásticos ( a ekklésia ou eclésia ) formados originalmente por Judeus e Gregos, mas se expandem para além das fronteiras limitadas apenas aos Gregos e Judeus, tornando-se organismos dinâmicos universalizados e expandindo-se para além dos limites geográficos, sócio-políticos e históricos dos dias atuais, abrigando toda a raça e nação. Desta forma as Igrejas não deixam de ter suas carcterísticas sócio-culturais mas absorvem a cultura humana em todos os povos onde se fazem presentes, como todas as demais instituições humanas, mas com uma característica, ou seja, a de ser orientada espiritualmente pela Bíblia Sagrada. E semelhante dinâmica espiritual ao identificar o corpo assume também características sui generis diferenciadas de todas as instituições existentes em suas mais diversas modalidades. Suas bases estabelecidas, ao seguirem o modelo espiritual bíblico, é o ponto de partida de onde ela se nutre e se alimenta espiritualmente antes de cumprir com a missão para a qual foi chamada. Portanto, a Igreja cristã se expande como organismo dinâmico obedecendo e seguindo as normas do Reino definidas por Jesus Cristo. Desta forma, não são os seus líderes e pastores que definem individualmente as propostas eclesiásticas de “suas igrejas” bem como sua visão espiritual, desde que tais propostas já foram definidas na Palavra de Deus por seu fundador  e cabeça. Sendo assim, eles devem estar sempre conectados espiritualmete a Jesus Cristo para receber dele a orientação e a visão eclesiástica de que precisam para continuar pregando as boas novas do Reino.  

Saturday, May 9, 2020


SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO – 64
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo.

As revelações contidas em Gênesis cap. 3, versos 8-24 são realmente estarrecedoras. Ao se esconder da presença de Deus por detrás das árvores do jardim, os seres humanos nos mostram a interdependência existente entre eles e a natureza, a conivência entre ambos, a cumplicidade que se aglutina entre homem, pecado e natureza. Desvela-se a partir daí uma resposta do homem em relação à natureza criada e ao mesmo tempo uma resposta de conivência da natureza em relaçao aos seres humanos. Ambos coexistem em cumplicidade e conivência. Ambos são intimamemnte relacionados e se respondem mutuamente numa interdependência em níveis ontológicos, essenciais e até mesmo espirituais, porque na verdade não se pode absolutamente se esconder de Deus. E tal atitude humana de tentar lograr se esconder de Deus revela-nos a fragilidade da existência dos seres humanos em sua dependência com a natureza e em sua relação com o divino. O profundo significado dessa relação fragmentada e dependente mostra-nos que todos os atos humanos, quer sejam de natureza ético-moral ou a expressão de profundo humanismo existencialista, isolados de todo distanciamento com o divino, como se o homem quisesse se distanciar do universo para o mais profundo recanto dentro de um infinito de solidão absoluta, até aí não seria possível se isolar de Deus. Isso nos revela um outro lado do ocultamento humano. Todos os pecados humanos são de todo revelados e não escapam do julgamento e da ira divina. E certamente, como Deus pode ver todas as coisas ocultas ou não, os pecados ocultos revelam na mesma dimensão, iniquidades ocultas e pragas ocultas. Em outras palavras, o ocultamento do pecado gera a eclosão das consequências obscuras desse ocultamento sobre toda a natureza criada.  
Ou seja, pecados ocultos geram pragas ocultas, o desvelamento da maldição divina, e o eclodir de enfermidades ocultas sobre a natureza humana. O que o homem oculta com seus pecados traz uma dupla cumplicidade, traduzida pela manifestação de uma resposta também de maldição e dor. A natureza se desvela em suas manifestações aparentes, em tragédias, em pragas, em enfermidades e em dores mortais sobre o gênero humano. Esse seria um princípio de dores sobre a humanidade, sendo revelado por uma praga invisível, oculta por sob a roupagem da natureza. Isso é o que nós lemos no relato contundente de Gênesis 3:8-24.  

Thursday, May 7, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 2
                        Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.


No entanto, é necessário que se fale apropriadamente do modelo de igreja que nos servirá de paradigma a ser utilizado para confrontarmos o padrão de igrejas brasileiras existentes nos Estados Unidos, notadamente na região de New England, ao nordeste dos Estados Unidos, onde existe grande concentração de igrejas brasileiras evangélicas e católicas.  Tal modelo paradigmático certamente será retirado do Novo Testamento da Bíblia Sagrada, onde encontraremos a versão mais original das igrejas ou da igreja da forma como foi criada por Jesus Cristo e que supostamente deveria ter sido preservada até os dias atuais. E somente Jesus Cristo poderia ter-nos deixado o padrão de Igrejas cristãs que posteriormente nos serviriam como modelo e paradigma. Para tal vamos buscar acima de tudo nas epístolas paulinas e nos livros do Novo Testamento, Atos dos Apóstolos de Lucas, Apocalipse de João, e muitos outros livros, dentro e fora do discursso bíblico, onde encontraremos igrejas que deveriam ter sido originárias do modelo original criadas e inspiradas por Jesus. E dentro dessa perspectiva dinâmica e de preservação dos valores cristãos originais, vamos buscar entender os distúrbios mais sutis, as variáveis mais significativas que venham a identificar as discrepâncias que certamente irão identificar as igrejas atuais com os modelos de igrejas do Novo Testamento, notadamente, se as compararmos com o paradigma criado no primeiro século da Era cristã.   Aliás, tais desvios deveriam ter sido acrescidos logo no primeiro capítulo desse estudo, pois determinam de modo transparente, o que há de ser analisado em termos de discrepâncias para que sejam estabelecidos os parâmetros de comparação. Nisso podemos definir que existe uma característica comum às igrejas modernas e pós modernas, traduzida por sua evidente distinção como organismo corporativo, ou de padrões corporativistas, que em síntese, define um conceito ideológico, que vai categorizar as igrejas como existindo dentro de uma estrutura grupal de interesse particular. As igrejas pós-modernas, notadamente as igrejas brasileiras criadas nos Estados Unidos nos últimos, digamos, 50 anos, seguem a esse modelo de organismos corporativistas, que definem muito bem os modelos de organismos com características monopolísticas, que certamente se fecham em si, e que fogem essencialmente do modelo original definido pelas igrejas primitivas, no que se refere às sua estrutura como “eclésia”, a igreja corpo, tida como igreja mística e espiritual, centrada acima de tudo na pessoa de Jesus Cristo, como modelo absoluto e paradigmático. Nós vamos analisar com mais detalhes o modelo corporativista de igrejas existente dentre as igrejas brasileiras nos Estados Unidos, - a partir de um estudo mais comparativo com o modelo das Igrejas do Novo Testamento -, para definirmos as influências externas e ideológicas apregoadas por tais igrejas brasileiras, para estabelecer de que forma as igrejas brasileiras se deixaram influenciar pelo modelo corporativista, e em função do tipo de ideologias infiltradas dentro dessas igrejas, quais sejam, influencias retiradas de sua modernização, de influências do secularismo, de seu aculturamento contemporâneo, ou da assimilação da cultura americana que, de alguma forma, influenciou a adesão a padrões de comportamento corporativista ou até mesmo do liberalismo e do neo-liberalismo vigentes acima de tudo nos tempos atuais. Também vamos analisar a rejeição aos padrões culturais ou à suposta rejeição do aculturamento inevitável que, fatalmente, tais igrejas brasileiras seriam intituladas a aceitar em sua estrutura interna, por estarem convivendo com uma cultura intrinsecamente diferente da cultura brasileira. Tal rejeição da cultura americana, seria, na verdade uma aversão a tal aculturamento, o que geraria possivelmente, a manutenção de padrões de comportamento eclesiológico tido como importados do Brasil, para ser adotado e assumido nas igrejas brasileiras aqui nos Estados Unidos. Tal aversão certamente criaria um choque cultural dentre as diferentes gerações dos membros nas igrejas brasileiras. Vamos incorporar também os principais modelos denominacionais e o porque de sua existência dentro das igrejas brasileiras.    

Tuesday, May 5, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 1  
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária. 

      A Igreja Cristã Evangélica nos Estados Unidos da América dos dias atuais está profundamente dividida. E tal divisão lhe causou profunda fragilidade e acima de tudo, muita insensibilidade espiritual. Por este motivo, torna-se necessário que a observação desse e de outros fenômenos eclesiásticos envolvendo os evangélicos brasileiros nos Estados Unidos, precisam ser observados como que por um expectador externo, ausente, e auto-consciente, mas acima de tudo imparcial, para que se avalie o redirecionamento que tais igrejas estão seguindo hoje em dia, que as obrigaram a se tornarem organismos exclusivos, individualizados e auto-excludentes.  E para que avaliemos a expansão desse fenômeno divisionista dentro de uma mesma doutrina cristã ( e não necessariamente anti-ecumênico ) e de profunda embriaguês espiritual minando as bases de sua sensibilidade como organismo vivo, corpóreo e espiritual, é preciso que nos atentemos para o entendimento do fenômeno espiritual e eclesiástico-religioso em cada igreja brasileira em particular, para que possamos entender o porque da diversidade doutrinária que as envolve, a sua visão de exclusividade e intolerância. Para isso será necessário que façamos um estudo em bases eclesiológicas de cada um dos modelos de igrejas espalhadas nos Estados Unidos, a fim de definirmos os padrões de igrejas existentes hoje, obedecendo o caráter individualista que lhes apregoa, para que venhamos a descobrir o porque do fenômeno. E nesse estudo, será necessário conhecermos profundamente a estrutura interna de cada igreja a ser analisada, observarmos de perto como funciona tal estrutura sob o ponto de vista de sua hierarquia, a dinâmica de sua eclesiologia, sua diversidade cultural, a estrutura de suas características litúrgicas, a orientação dada em sua doutrina teológica, a formação teológica de seus líderes, ou seja, o corpo pastoral em que se desenvolvem, e acima de tudo, conhecermos as influências externas sofridas por tais igrejas ( quer sejam do secularismo ou de um profundo humanismo mal interpretado e influente ), e no que se refere à existência de ideologias internas, interpretações heréticas da Palavra de Deus, o escopo de tal interpretação, a formação interna de seus grupos teológicos. E tal estudo vai buscar entender e definir também a formação da idoneidade moral e espiritual de seus líderes pastorais, as bases em que se estabeleceram sua orientação denominacional e também o porque da diversidade interna que define os diferentes grupos dentro de uma mesma estrutura eclesiástica. Em outras palavras, isso significa buscar definir também a discriminação que as diferentes igrejas e congregações se impõe umas sobre as outras, o porque da seleção exclusiva de suas doutrinas internas, e o que significam os conflitos internos gerados pela existências de grupos em faixas etárias diferentes, e culturalmente diversificados.  E além disso será necessário estudarmos os critérios da seleção do corpo diaconal, os critérios da formação e definição de seu corpo hierárquico, para que possamos entender melhor a visão doutrinário-teológica de cada igreja individualmente. Todo esse estudo vai envolver uma pesquisa de campo aprimorada, com o objetivo de entendermos o porque do isolamento que as igrejas evangélicas se impõe individualmente, e a acertada orientação de uma visão não-ecumênica, o que seria necessário para se entender a unidade espiritual e diversificada das igrejas evangélicas de que nos fala a própria Palavra de Deus. E por último vamos buscar conhecer um fenômeno típico interno às igrejas evangélicas brasileiras, qual seja, a exclusão discriminatória dos líderes de formação teológico-acadêmica, e as implicações de tal exclusão além do porquê de tal índole discriminatória.          


CURIOSIDADES –  Sars-CoV-2, o causador da doença infecto- contagiosa COVID19

Não podemos negar que o mundo está passando por uma das maiores crises causada por infecção viral nesses últimos 100 anos. Alguém diria que foi a epidemia Influenza de 1918 provocada por um virus tipo H1N1 cujo gene veio de origem aviária. De 1918 a 2020 são exatamente 102 anos. O coronavirus que causou o COVID 19, ou o virus Sars-CoV-2, portanto se tornou a maior tragédia mundial dentro desses últimos 100 anos. Mais de 180 países foram e continuam sendo afetados e infectados pelo virus através do mundo. Alguém nos diria que foi a Segunda Guerra Mundial de 1939-1945 que provocou a morte de aproximadamente 85 milhoes de pessoas. A guerra, no entanto, foi um conflito político armado de grandes proporções, envolvendo inimigos visíveis mas que se alastrou por apenas 30 países. O senso comum nos permite avaliar que, guardando as devidas proporções e naturerza, o COVID19 de 2020, é o grande conflito não-bélico de características apolíticas de abrangência global de tal magnitude. E as especulações em torno de sua origem são múltiplas. Alguns afirmam que o virus foi originário dos mercados populares abertos da cidade de Wuhan na China. E outros afirmam que na verdade o virus foi “produzido” ou dimensionado em laboratório, o chamado Wuhan Institute of Virology (WIV). São expeculações que envolvem o governo dos Estados Unidos da América, o departamento de Estado Americano, o FBI e a CIA. e certamente outros órgãos do conglomerado de agências de segurança nos Estados Unidos, e também na China. Mas, queiram ou não os chineses, que se propõe  a se defenderem da responsabilidade na origem da pandemia, certamente o Sars-CoV-2 veio realmente da China, e de lá saiu como arma biológica, ou não, com intenções destrutivas e politicamente malignas, causando a infecção global de mais de 1,200.000 pessoas e mortes em torno de 260 mil pessoas, sem controle ainda definido. E fora do âmbito dos laboratórios de virologia através do mundo, o virus se tornou nosso maior inimigo invisível.

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...