Monday, January 18, 2016

PROCESSOS QUE ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 13 D
LIVROS E IDEIAS ANTAGONICAS E SEUS EFEITOS SOBRE AS NOVAS GERAÇÕES.
            O famoso e sábio escritor ingles Herbert George Wells (1866-1946), ou apenas como é conhecido H.G.Wells, em seu livro “The New Machiavelli”, - uma novela que ele inicia como “Book The First: The Making of a Man, Chapter the First – Concerning a Book that was never written”, - escreveu que “It is no longer a negative power we have, but positive; we cannot prevent, but we can do. This age, far beyond all previous ages, is full of powerful men, men who might, if they had the will for it, achieve stupendous things” (“Não existe mais um poder negativo o que temos hoje, mas positivo; não podemos prevenir, mas nós podemos fazer. Esta geração, muito além das gerações que a antecederam, está cheia de homens poderosos, homens que poderão, se eles tiverem a vontade para tal, alcançar coisas tremendas”.) Ele certamente se referia a um tipo de poder que ele considerava positivo, poder de transformar a natureza, de criar meios de produção que pudessem por si só trazer desenvolvimento social e industrial para determinada região no mundo, enfim, poder gerador de riquezas, e nisso ele tinha convicções acerca do tipo de poder ao qual se referia. E esse poder teria sido realmente positivo. Mas, apesar dessa visão otimista de H.G.Wells, - que serviu para formular o tema de seu livro - existiu também no mundo em que ele viveu, simultaneamente ao mundo em que o livro foi escrito, uma dialética mundana, secularizada, que certamente deu provas de que existiram elementos claros o bastante para provar que havia um poder dito negativo, que se manifestou historicamente com extrema negatividade, e com provas reais de que as duas vertentes de poder poderiam coexistir lado a lado. Tanto o poder positivo, quanto o poder negativo souberam ou tiverem meios para coadunar-se com grande simultaneidade. Ainda na época em que o livro “The New Machiavelli” foi lançado, 1911, forças sociais, filosóficas, espirituais e culturais estavam realmente existindo, mas dentro do âmago dessas mesmas forças, estava sendo gerado o espectro de um conjunto de forças tão poderosas quanto as forças positivas de que fala o autor. O Marxismo já havia lançado o Manifesto Comunista de 1848. Havia uma dialética negativa em pleno vigor sendo criada, um movimento de transformação que dentro em breve produziria seus primeiros frutos e acabaria por surpreender ao próprio H.G. Wells e a toda uma geração de cidadãos de bem, que não esperavam por seu eclodir, e por seus efeitos devastadores. O livro que era na verdade uma novela e não um ensaio, que apesar do nome sugestivo relativo à pessoa de Maquiavel, obviamente, não trazia uma análise objetiva referente a temas políticos maquiavélicos como supostamente haveríamos de pensar. Em 1911 Antonio Gramsci ganhou scholarship para estudar na Universidade de Turin, e logo em seguida se filia a partidários marxistas. Alguns anos depois, 1913, Stalin assume o sobrenome e desponta no cenário internacional como proeminente ditador. E em 1914, por motivos que hoje seriam considerados banais, explode a primeira grande guerra mundial, tendo sido prevista por Marx como desfecho da crise entre as classes burguesa e o proletariado. Mas, a Primeira Guerra Mundial representou uma crise teórica para o marxismo, que posteriormente Gramsci, na Itália e Lukács, na Hungria, coincidentemente resolveram o desfecho ao descobrir as causas  dessa crise teórica.  Sobre o assunto ainda falaremos.
Relativamente ao Cristianismo e à nossa pesquiza voltada para o Evangelismo, o que devemos aprender por lição é que quando a Igreja Cristã falha em sua missão cristocêntrica e evangelística, perdendo sua visão profética, o século, ou a dinâmica dialética do pensamento negativo crítico, admite sempre um criticismo insano e impiedoso contra ela própria, em virtude dessa disfunção interpretativa dentro da sua proposta ético-moral.  Não é de se estranhar que em meio às oscilações no comportamento ético e moral das instituições religiosas, diga-se Igreja Cristã, existe sempre um movimento negativo na dialética do pensamento humano, que fatalmente tenderá a penalizar duramente o Cristianismo com um criticismo exarcebado e impiedoso, tal como ocorreu com o advento do maquiavelismo, dentro do poder de vetor negativo, ou com a Reforma, dentro do poder de vetor positivo, ambos motivados pelos desvios na conduta etico/moral da Igreja Romana. Somente à guisa de ilustração, o cenário político e moral da Itália do tempo de Maquiavel, no período conhecido como Alta Idade Média e Baixa Renascença, era dos mais tenebrosos em todos os níveis, político, espiritual e social. Havia de tudo um pouco. O carater profundamente corruptível de Alexandre Bórgia, deu-lhe o “cargo” de papa – não o ministério sacerdotal -, da Igreja Romana, através de meios ilícitos, imorais, mentira, corrupção, propinagem, e por pretensões meramente políticas e egocêntricas. Suas intenções ao se tornar pontífice, foram as de se apropriar das riquezas da Igreja para o benefício de sua própria família. Perigosamente, a Igreja criava então, o cenário propício à sua alto-destruição e humilhação, o que somente não ocorreu por obra e graça da Palavra de Deus, que define e sustenta profeticamente a missão da Igreja. Na dialética do pensamento humano aplicado à Igreja e ao Cristianismo, será gerado por esse efeito devastador a síndrome do desvio na imoralidade ou na visão anti-ética, por permitir que em sua doutrina teológica a Igreja deixa de cumprir seu papel como Sal da Terra e Luz do Mundo, e isto ocorre quando ela perde sua visão profética e seu propósito divino.

(Dialética - processo dinamico e incessante do pensamento humano, que se movimenta progressivamente e por rupturas e contradições internas.)

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