PROCESSOS QUE
ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 13 D
LIVROS E IDEIAS ANTAGONICAS E SEUS EFEITOS SOBRE AS
NOVAS GERAÇÕES.
O famoso e sábio escritor ingles Herbert George Wells
(1866-1946), ou apenas como é conhecido H.G.Wells, em seu livro “The New Machiavelli”, - uma novela que
ele inicia como “Book The First: The Making of a Man, Chapter the First –
Concerning a Book that was never written”, - escreveu que “It is no longer a
negative power we have, but positive; we cannot prevent, but we can do. This
age, far beyond all previous ages, is full of powerful men, men who might, if
they had the will for it, achieve stupendous things” (“Não existe mais um poder negativo o que temos hoje, mas positivo; não
podemos prevenir, mas nós podemos fazer. Esta geração, muito além
das gerações que a antecederam, está cheia de homens poderosos, homens que
poderão, se eles tiverem a vontade
para tal, alcançar coisas tremendas”.) Ele certamente se referia a um tipo
de poder que ele considerava positivo, poder de transformar a natureza, de
criar meios de produção que pudessem por si só trazer desenvolvimento social e
industrial para determinada região no mundo, enfim, poder gerador de riquezas,
e nisso ele tinha convicções acerca do tipo de poder ao qual se referia. E esse
poder teria sido realmente positivo. Mas, apesar dessa visão otimista de
H.G.Wells, - que serviu para formular o tema de seu livro - existiu também no
mundo em que ele viveu, simultaneamente ao mundo em que o livro foi escrito,
uma dialética mundana, secularizada, que certamente deu provas de que existiram
elementos claros o bastante para provar que havia um poder dito negativo, que
se manifestou historicamente com extrema negatividade, e com provas reais de que
as duas vertentes de poder poderiam coexistir lado a lado. Tanto o poder
positivo, quanto o poder negativo souberam ou tiverem meios para coadunar-se com
grande simultaneidade. Ainda na época em que o livro “The New Machiavelli” foi
lançado, 1911, forças sociais, filosóficas, espirituais e culturais estavam
realmente existindo, mas dentro do âmago dessas mesmas forças, estava sendo
gerado o espectro de um conjunto de forças tão poderosas quanto as forças
positivas de que fala o autor. O Marxismo já havia lançado o Manifesto
Comunista de 1848. Havia uma dialética negativa em pleno vigor sendo criada, um
movimento de transformação que dentro em breve produziria seus primeiros frutos
e acabaria por surpreender ao próprio H.G. Wells e a toda uma geração de
cidadãos de bem, que não esperavam por seu eclodir, e por seus efeitos devastadores.
O livro que era na verdade uma novela e não um ensaio, que apesar do nome
sugestivo relativo à pessoa de Maquiavel, obviamente, não trazia uma análise
objetiva referente a temas políticos maquiavélicos como supostamente haveríamos
de pensar. Em 1911 Antonio Gramsci ganhou scholarship para estudar na
Universidade de Turin, e logo em seguida se filia a partidários marxistas. Alguns
anos depois, 1913, Stalin assume o sobrenome e desponta no cenário
internacional como proeminente ditador. E em 1914, por motivos que hoje seriam
considerados banais, explode a primeira grande guerra mundial, tendo sido
prevista por Marx como desfecho da crise entre as classes burguesa e o proletariado.
Mas, a Primeira Guerra Mundial representou uma crise teórica para o marxismo,
que posteriormente Gramsci, na Itália e Lukács, na Hungria, coincidentemente
resolveram o desfecho ao descobrir as causas
dessa crise teórica. Sobre o
assunto ainda falaremos.
Relativamente
ao Cristianismo e à nossa pesquiza voltada para o Evangelismo, o que devemos
aprender por lição é que quando a Igreja Cristã falha em sua missão cristocêntrica
e evangelística, perdendo sua visão profética, o século, ou a dinâmica dialética
do pensamento negativo crítico, admite sempre um criticismo insano e impiedoso
contra ela própria, em virtude dessa disfunção interpretativa dentro da sua proposta
ético-moral. Não é de se estranhar que
em meio às oscilações no comportamento ético e moral das instituições
religiosas, diga-se Igreja Cristã, existe sempre um movimento negativo na
dialética do pensamento humano, que fatalmente tenderá a penalizar duramente o
Cristianismo com um criticismo exarcebado e impiedoso, tal como ocorreu com o
advento do maquiavelismo, dentro do poder de vetor negativo, ou com a Reforma,
dentro do poder de vetor positivo, ambos motivados pelos desvios na conduta
etico/moral da Igreja Romana. Somente à guisa de ilustração, o cenário político
e moral da Itália do tempo de Maquiavel, no período conhecido como Alta Idade
Média e Baixa Renascença, era dos mais tenebrosos em todos os níveis, político,
espiritual e social. Havia de tudo um pouco. O carater profundamente
corruptível de Alexandre Bórgia, deu-lhe o “cargo” de papa – não o ministério
sacerdotal -, da Igreja Romana, através de meios ilícitos, imorais, mentira,
corrupção, propinagem, e por pretensões meramente políticas e egocêntricas.
Suas intenções ao se tornar pontífice, foram as de se apropriar das riquezas da
Igreja para o benefício de sua própria família. Perigosamente, a Igreja criava
então, o cenário propício à sua alto-destruição e humilhação, o que somente não
ocorreu por obra e graça da Palavra de Deus, que define e sustenta profeticamente
a missão da Igreja. Na dialética do pensamento humano aplicado à Igreja e ao
Cristianismo, será gerado por esse efeito devastador a síndrome do desvio na
imoralidade ou na visão anti-ética, por permitir que em sua doutrina teológica
a Igreja deixa de cumprir seu papel como Sal da Terra e Luz do Mundo, e isto
ocorre quando ela perde sua visão profética e seu propósito divino.
(Dialética - processo dinamico e incessante do pensamento humano, que se movimenta progressivamente e por rupturas e contradições internas.)
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