Sunday, January 24, 2016

JONAS,  e o clamor de JAY.

Me mande notícias do lado de fora do mundo
Pois aqui estou jazendo no interior do estômago
De horripilante peixe e gigantesco, no fundo
De seu mais alarmante seio, como recluso no âmago.

Sem que tenha entendido o que Jay me ordenou
No dia em que me mandou como profeta êrmo,
Liberado pelos encantos do mundo e seu enlevo
Zombando de mim mesmo e a desprezá-Lo em tudo.

Me mande um sinal, pois na boca um ardor de sal
Me invade a alma e me faz verter lágrimas de igual sabor
Por lhe ter negado um dia sequer, mais puro  amor
Que me fez engolido, como um ser desfalido,

Resto de homem meramente mortal, vomitado na praia,
Me farei um profeta, sim, e gosmenta lacraia, assim,
Até que de minha boca o povo possa ouvir de mim
O clamor de Jay, sim irei, ainda que molhado, irei.


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