Monday, December 30, 2024

 A DINÂMICA DO PERDÃO – 14

 

                Optar pelo mal significa escolher uma opção contrária ao que Deus nos oferece de bom. Também significa regeitar através de nossa autonomia e suposta liberdade de escolher, o bem que Deus nos oferece.  “Que Pai, que sendo mal, ofereceria coisas más a seu filho, que ao lhe pedir pão lhe daria um escorpião?” (Lucas 11:11-13). Tal referência bíiblica ilustra claramente o amor que Deus nos oferece a cada dia em sua infinita bondade e providência para com suas criaturas. O que Deus nos oferece sempre, é traduzido por bençãos intermináveis, como expressão de seu infinito amor para com os seres por Ele criados. No entanto, nosso relacionamento interpessoal com Deus, muitas vezes nos conduz a regeitar suas opções de perdão e reconciliação, levando-nos a optar pelo lado ruim de nosso poder de escolha, no intuito de satisfazer nossa liberdade pessoal, e nossa autonomia exclusivista centrada em nós mesmos.

A Bíblia nos mostra uma série de opções benignas oferecidas a nós por Deus, dentro do critério de livre escolha que ele mesmo nos oferece a cada dia. Começando por Adão e Eva, que regeitaram a melhor opção de obedecer a Deus, por uma atitude de desobediência e conivência com as propostas malignas de Satanás. Cain optou em matar o próprio irmão quando, na verdade, poderia ter-lhe polpado a vida. David cometeu adultério e o crime contra a vida humana ao tentar esconder seu erro. E através do relato bíblico, muitos outros personagens também fizeram a imprudente opção pelo mal, regeitando o que Deus lhes havia oferecido como opção pelo bem.

                Um teólogo americano se preocupou em analisar a questão ligada às opções erradas que fazemos durante o transcurso de nossa vida. E tal análise não abrange apenas as decisões  opcionais que os seres humanos tomam em sua vida diária. Ela abrange o aspecto moral, o social, o filosófico, o psicológico e também o aspecto teológico de suas opções em cada um desses contextos. Francis A. Schaeffer (1912-1984) foi o teólogo que deu ênfase ao estudo da cultura humana de modo geral, em cada um desses contextos culturais, ou pelo menos abriu um amplo caminho através da crítica à cultura humana em suas decisões equivocadas.

Schaerffer escreveu um pequeno livro intitulado “ESCAPE FROM REASON” no qual ele delineia todo o processo da rejeição autônoma do bem proposta pela mente humana, e a aceitação pura e simples de decisões contrárias à vontade divina, em detrimento de sua própria felicidade pessoal e dos seres a ela relacionados. No entanto, baseado no poder que o poder-de-escolha lhes oferece, as opções definidas pelos seres huamanos lhes criaram sérios problemas que, afetando sua vida pessoal, de sua família e de toda uma comunidade, levaram o homem a uma divisão entre si e o próprio Deus, que  em muitos casos pode perdurar pelo resto de sua vida, causando-lhe danos irreparáveis e até mesmo infelicidade eterna.      

Friday, December 27, 2024

 A DINÂMICA DO PERDÃO – 13

 

                Da mesma forma, existe um fluxo contínuo de expansividade na evolução tecnológica, que busca se expandir rumo à superação de suas formas originais de criação, que ao se tornarem obsoletas lança-se a recriar outras formas mais perfeitas, sobre as formas originais também tidas por imperfeitas. Nesse sentido, a criação do gênio humano (o poder de criar da mente humana), não interrompe o processo criativo, mas o faz interminável, não somente no processo criativo mas ainda na expansão da imaginação, na evolução da inteligência e na transformação da realidade.

O perdão de Deus age como uma força original de incursão (ou inclusão) no fluxo constante de amor e expansividade. Em outras palavras, ao nos oferecer a opção de escolha através do poder-de-escolher, Deus nos deu a chance de nos inserir novamente no seu fluxo constante de amor, ao nos oferecer o perdão como uma opção de ecolha dentro do poder-de-escolha que Ele próprio nos concedeu. Ele nos perdoa e nos oferece outra opção aprazível, de boa fama, que nos conduz a um caminho de positividade, e bem.  Isso quer dizer que Deus nos oferece com o perdão, a chance de uma nova opção de inserção dentro da perspectiva do Reino e da salvação que nos foi dada gratuitamente através de Jesus Cristo. É como se Deus nos oferecesse uma nova chance de salvação ao nos perdoar e afirmar nossa re-inclusão ao seu amor como filhos. Cabe a cada um de nós optar pela nova chance que Ele nos oferece dentro do poder-de-escolha. Dessa forma, quando Deus nos perdoa Ele nos recebe de volta ao seu amor infinito e nos abraça ao nos oferecer reconciliação. O perdão de Deus nos abre a opção, a porta do reencontro com sua graça e amor infinitos, como podemos observar na Parábola do Filho Pródigo. (Lucas 15:11-32).

A cada dia nós somos confrontados em optar por escolher quase sempre entre duas opções, uma boa e outra má. “Quem não está comigo, está contra mim”, vemos em Mateus 12:30.

À medida que nos confrontamos em optar por decisões e atitudes do dia-a-dia, escolhemos sempre entre 2 realidades que se opõem intrinsecamente, ou o bem, ou o mal. Se escolhemos por uma única opção, tida por boa, a outra será necessariamente má, ou considerada má por não ter sido escolhida.  E foi assim desde o princípio, Bem ou Mal. Deus nos oferece sempre, com o perdão, uma nova opção pelo Bem. Nós, normalmente, continuamos a escolher o mal.

 

Wednesday, December 25, 2024

 A DINÂMICA DO PERDÃO  -  12


                Deus é todo amor. Essencialmente o amor define o que é Deus. Tudo o que Deus cria é perfeito e por essa razão, mesmo que a evolução das espécies prove o contrário, existe perfeição em todas as fases do processo evolutivo, pois a natureza se expande como todo o universo se expande, rumo à sua perfeição absoluta.  Deus é quem concede a evolução e expansão de toda a criação. Da mesma forma como ocorre com a expansão das primeiras coisas criadas por Ele. Veja a expansão daquilo que Deus criou, por exemplo, na criação do círculo, uma figura geométrica sem princípio e sem fim, mas que se transforma em várias outras formas, porém mantendo sua originalidade. Deus se utiliza da forma original do círculo para aplicá-la nos astros e estrelas, nas células e moléculas, nos átomos e partículas infinitamente pequenas existentes na natureza. E nós também a aplicamos no nosso dia-a-dia, nos pneus, nos anéis, nas engrenagens, e em muitas outras coisas. O círculo se expande. Da mesma forma o amor de Deus se expande através da expansão do universo. Tudo faz parte de um fluxo constante de expansividade, na natureza, no universo. O círculo, sem princípio e sem fim protagoniza como paradigma original a essência de Deus. Sem princípio e sem fim. Da mesma forma o perdão, que nasce do amor de Deus, é um atributo divino que não tem fim. Martin Luther King Jr. expressa muito bem isso ao afirmar que “forgiveness is a constant attitude”, o que em outras palavras quer dizer, interminável, como um fluxo contínuo, sem fim.  Isso quer dizer que o perdão é uma atitude constante em direção ao objeto (ou sujeito) do perdão.

Tuesday, December 24, 2024

 A DINÂMICA DO PERDÃO – 11

 

Para entendermos a dinâmica do perdão, como aplicada por Deus às suas criaturas, será necessário que conheçamos  o signifcado do perdão, de onde ele nos vem e como se aplica à nossa vida inteiramente. O perdão não apareceu no Universo aleatoriamente, mas tem origem e causação espiritual, dentro do ser divino, como um ente de razão lógico de natureza definida, originado do ser de Deus, como força epiritual única, que nasce do coração de Deus, de sua essência original e amor original. Em outras palavras, o perdão nasce do Amor de Deus, e dele emana, como um dom espiritual nascido de seu amor por nós. Paulo tenta descrever o que é o amor ao fazer aplicar tal definição em direção ao que devemos fazer para realizá-lo em nosso ser. Em 1 Cor. 13:4-7 Paulo afirma que à medida que fazemos crescer nosso relacionamento com Deus, mais somos movidos a fazer tudo o que fazemos, dizemos e desejamos, como se transparecesse em nós a essência do que Deus é. Amor. O Amor define a essência de Deus. Dessa forma é impossível crermos em Deus sem amá-Lo inteiramente. Assim como é impossível agradar a Deus sem termos fé direcionada a Ele. Assim como a fé é uma condição necessária para agradá-lo, o amor é a condição necessária que aparece, que surge em nosso universo pessoal à medida que nos aproximamos de Deus. A Bíblia nos dá prova disso constantemente. Por amor Deus criou todas as coisas perfeitas. Por amor Deus nos enviou seu Filho, e por Amor Deus nos redime e nos aceita conectados a seu trono Eterno. Essencialmente, o amor de Deus faz originar o perdão de Deus. Paulo se refere à essencia espiritual divina, ao se referir  aos dons espirituais nascidos do próprio Deus, numa conecção intima e absoluta, de tal forma que não existe a maniferstação dos dons espirituais desconectados da essência absoluta de Deus no seu amor absoluto. Da mesma forma, jamais poderemos manifestar perdão se não estivermos ligados ao amor de Deus, de onde vem o perdão. (Romanos 12:6-8, 1 Pedro 4:9-11, Efésios 4:11).

Desta forma é impossível entendermos a dinâmica do perdão de Deus em nós, se não entendermos a essência dinâmica do amor divino aplicado às suas criaturas.    


A DINÂMICA DO PERDÃO - 10 


  Os problemas enfrentados por David naquele instante de conflitos e supostas incertezas (da parte de Saul), na verdade acentuaram as propostas originais de Deus em relação ao futuro rei de Israel e Judá. A escolha definida por Deus lhe asseguraria o trono real, como se fizessem prevalecer uma indescritível e indestrutível decisão divina que veio a se concretizar após cerca de 14 anos, até que finalmente, em Hebron, David fora ungido rei. O jovem rei se tornara apto ao trono com 30 anos de idade, primeiro em Hebron, a maior cidade de Judá, onde reinou por 7 anos e 6 meses. Ao todo, somado à conquista de seu reinado em Jerusalem, sobre as duas maiores cidades de seu reinado, onde reinou ao todo 33 anos sobre toda a região de Judéia e Israel.  Duas datas simbólicas, o ano do início de seu reinado, 30 anos, e o tempo em que reinou, 33anos, que certamente nos fazem  lembrar do ano em que Jesus iniciou seu ministério na terra, e o ano em que  o concluiu. O que nos faz absorver uma conexão direta com a presença de Deus na vida de David, e o ministério de Jesus entre nós, como se houvesse uma identidade original entre a fidelidade vitoriosa de David e o reinado Eterno de Jesus na terra.  Tal conexão nos faz referir à fidelidade de David, refletida pela adesão fiel ao que já haviámos nos referido, quando identificamos a adesão do rei David ao trono do povo escolhido, com a soberania de Cristo como Rei de Todo o Universo. Prova incontestável de que a mente do rei estava focada unicamente na visão de obediência incontestável ao livre arbítrio, ou seja, à sua escolha absoluta à fidelidade a Deus, sem subterfúgios, sem escolhas duvidosas, sem a interferência das escolhas do poder de escolher ou optar entre o bem e o mal. Mas a certeza absoluta de que sua escolha já havia sido feita pela fé em Deus, focado exclusivamente na opção que fez em direção à fidelidade ao Deus do Universo.     

  A DINÂMICA DO PERDÃO – 22                    O perdão de Deus ao nos abrir portas de reconciliação, abre em primeiro lugar o nosso pró...