CAP. 3
A DINÂMICA DO PERDÃO – 17
Schaeffer
analisa a questão ligada à liberdade de escolha dos seres humanos em seus componentes
culturais, como já mencionamos e como veremos a seguir. Porque, na verdade,
está mais evidente na cultura perceber onde produzimos um desvio cognitivo (ou
desvio epistemológico), que muitas vezes nos enganam com suas propostas
tentadoras. Em outras palavras, Deus nos oferece a melhor opção de escolha, ou
a escolha pelo bem, como dádivas de sua graça infinita. Nós, no entanto, não
nos sentimos atraídos pelas propostas que Deus nos oferece, e acabamos por
definir o que realmente queremos dentro de uma perspectiva de liberdade e
autonomia, que nos satisfazem, ou satisfazem nosso ego, mas rejeitam o melhor
que Deus tem para nos oferecer. Exemplo típico e original dessa rejeição, que
opta por escolher o que achamos ser livre e autônomo à nossa satisfação
pessoal, é a rejeição que seu povo escolhido fez contra Deus e contra a pessoa
de Jesus Cristo. E toda rejeição acaba
se tornando, em síntese, uma rejeição à vontade soberana de Deus. Vemos
registrado na Bíblia, o que significou a rejeição de Cristo, no evangelho de
João, capítulo 1, verso 11: “ He
came to his own people, and even they rejected him.” Jesus é o bem supremo de Deus enviado para
nossa salvação eterna. Em outras palavras, Jesus, o bem absoluto da graça de
Deus oferecido gratuitamente por ele, foi rejeitado por seu povo, como ainda
continua sendo rejeitado. Esse é o desvio cognitivo que os seres humanos
acolhem em sua liberdade e autonomia, e continuam rejeitando incoscientmente,
através de sua história. Nós vemos isso de modo bem claro no livro de Schaeffer,
quando ele nos induz a entender onde tais desvios ocorreram historicamente,
dentro da arte em primeiro lugar, de modo sutil e quase imperceptível. E dentro
de cada atitude humana através da história. O acúmulo de decisões erradas decididas
pelos seres humanos, promovem o desvio do bem que Deus nos oferece. E de erro
em erro, decisões erradas sobre decisões erradas, nós vamos cavando nosso
próprio destino de infelicidades, decepções, e frustraçãoes. Mesmo as decisões que nós tomamos, com
aparência de bem, nos trarão sérios problemas, se as decidimos com liberdade e
autonomia, longe da vontade divina. Paulo se refere a tal situação ao mencionar
o conflito interno de sua alma com o pecado, quando afirma em Romanos 7:19, o
seguinte: “For I do not do the good i want to do, but the evil i do not
want to do, this i keep on doing”. A causa
de todo esse conflito, é sem dúvida o pecado que habita em nós. E tal pecado
caracteriza nossa natureza humana.
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