Friday, January 24, 2025

 CAP. 3

A DINÂMICA DO PERDÃO – 17

                Schaeffer analisa a questão ligada à liberdade de escolha dos seres humanos em seus componentes culturais, como já mencionamos e como veremos a seguir. Porque, na verdade, está mais evidente na cultura perceber onde produzimos um desvio cognitivo (ou desvio epistemológico), que muitas vezes nos enganam com suas propostas tentadoras. Em outras palavras, Deus nos oferece a melhor opção de escolha, ou a escolha pelo bem, como dádivas de sua graça infinita. Nós, no entanto, não nos sentimos atraídos pelas propostas que Deus nos oferece, e acabamos por definir o que realmente queremos dentro de uma perspectiva de liberdade e autonomia, que nos satisfazem, ou satisfazem nosso ego, mas rejeitam o melhor que Deus tem para nos oferecer. Exemplo típico e original dessa rejeição, que opta por escolher o que achamos ser livre e autônomo à nossa satisfação pessoal, é a rejeição que seu povo escolhido fez contra Deus e contra a pessoa de Jesus Cristo.  E toda rejeição acaba se tornando, em síntese, uma rejeição à vontade soberana de Deus. Vemos registrado na Bíblia, o que significou a rejeição de Cristo, no evangelho de João, capítulo 1, verso 11:  “ He came to his own people, and even they rejected him.”  Jesus é o bem supremo de Deus enviado para nossa salvação eterna. Em outras palavras, Jesus, o bem absoluto da graça de Deus oferecido gratuitamente por ele, foi rejeitado por seu povo, como ainda continua sendo rejeitado. Esse é o desvio cognitivo que os seres humanos acolhem em sua liberdade e autonomia, e continuam rejeitando incoscientmente, através de sua história. Nós vemos isso de modo bem claro no livro de Schaeffer, quando ele nos induz a entender onde tais desvios ocorreram historicamente, dentro da arte em primeiro lugar, de modo sutil e quase imperceptível. E dentro de cada atitude humana através da história. O acúmulo de decisões erradas decididas pelos seres humanos, promovem o desvio do bem que Deus nos oferece. E de erro em erro, decisões erradas sobre decisões erradas, nós vamos cavando nosso próprio destino de infelicidades, decepções, e frustraçãoes.  Mesmo as decisões que nós tomamos, com aparência de bem, nos trarão sérios problemas, se as decidimos com liberdade e autonomia, longe da vontade divina. Paulo se refere a tal situação ao mencionar o conflito interno de sua alma com o pecado, quando afirma em Romanos 7:19, o seguinte: “For I do not do the good i want to do, but the evil i do not want to do, this i keep on doing”.   A causa de todo esse conflito, é sem dúvida o pecado que habita em nós. E tal pecado caracteriza nossa natureza humana.   

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