Thursday, January 9, 2025

 A DINÂMICA DO PERDÃO – 15

 

Ao determinar uma clara distinção entre o que definimos como as escolhas benignas propostas e oferecidas por Deus (graça), e as opções malignas definidas e escolhidas por nós, seres humanos (natureza), num evidente dualismo, Schaeffer apresentou seus primeiros argumentos a começar por delinear o que se entende por Graça e Natureza. E nesse livro ele distinguiu a interação entre tais componentes reais que, de alguma forma, influenciam nossa vida como seres humanos. Para Schaeffer, como para a grande maioria de seus discípulos e leitores, Natureza significa o lado inferior do nível de influência protagonizado pelas decisões tomadas pelos humanos em suas decisões diárias, o que vale dizer também, que a natureza humana equivale à combinação entre o que há de divino em nosso ser – lembrando que fomos criados à imagem e semelhança de Deus – e o pecado, que representa uma distinção única e clara pertinente aos seres humanos, ou fator de corruptividade.  De tal forma que nossas escolhas sofrem sempre a influência do pecado que habita em nosso ser, e isso define o que vem a ser natureza humana, se a comparamos com a natureza dos anjos, que supostamente não pecaram. Graça, por outro lado, representa a ação dos benefícios divinos que nos são oferecidos gratuitamente, ou as dádivas do amor de Deus derramadas sobre nós, o que exclui qualquer possibilidade de mérito pessoal da parte dos seres humanos. Temos então, de acordo com Schaeffer, dois níveis distintos, sendo um sobreposto ao outro, de tal forma que a Graça de Deus se encontra no nível superior, e a Natureza – ao que incluímos natureza humana – no nível inferior, pois foi corrompida pelo pecado. Nesse sentido, a Graça de Deus se sobrepõe obviamente à Natureza humana em suas diferentes conotações e entendimentos, numa dimensão espiritual distintiva. Schaeffer definiu da seguinte forma o que caracteriza Graça e Natureza, como apresentado à página 9 de seu livro "Escape From Reason".  Desta forma, podemos concluir que todas as decisões tomadas pelos seres humanos sofrem a influência indireta ou direta do pecado, enquanto que a Graça de Deus oferecida diariamente aos seres humanos, o projeta para uma dimensão espiritual mais elevada, oferecendo-lhe sempre uma opção benigna, de salvação. No entanto, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus (sua graça), porque para ele, as coisas do Espírito de Deus são tolices. (Cf. 1 Cor. 2:6-16). E esse é o ponto onde deveríamos chegar para entendermos porque os seres humanos regeitam os dons gratúitos oferecidos pela Graça de Deus. Por causa do pecado em sua natureza humana, ou seja, o pecado contamina a natureza humana e o impede de escolher o que é certo e edificante, em seu próprio benefício.  

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