Tuesday, August 27, 2024

A  DINÂMICA DO PERDÃO.  -  6 


 Razão pela qual a originalidade do poder do Perdão é superior em força a todos os outros dois poderes também criados por Deus, mas unicamente usados pelo ser humano. Para que sejamos tidos por criados à imagem e semelhança de Deus, é preciso nos identificar inteiramente com Ele através do livre-arbítrio. Nós já possuímos o Espirito em nosso interior, mas nos identificamos inteiramente com a imagem e semelhança de Deus quando estamos conectados com Ele através de nosso ser totalmente centrados Nele. E o livre-arbítrio nos conecta inteiramente com Ele e nos permite tal conecção. Enquanto estivermos com nossa mente e nosso ser desconectados de Deus através de nosso poder de escolha incondicional, na verdade estamos desconectados de Deus. Deus  chama tal conecção de adorar a Deus em Espírito e em Verdade. Temos o Espírito, e a Verdade nos faz entender o que Deus quer de minha vida diante Dele. A Verdade nos revela onde devemos estar e o que devemos saber para adorá-Lo em Espírito e em Verdade.

Quando David enfrentou Golias, ele já tinha certeza da vitória contra o gigante. Não havia nada que pudesse abalá-lo em sua fé diante da vitória já garantida. A certeza do livre-arbítrio existia dentro dele de modo firme, inamovível, indestrutível, inquestionável.  Existe, inclusive, uma consideração a ser feita em relação a tais personagens. No livro “David And Goliath – Underdogs, misfits, and the Art of Battling Giants” escrito por Malcolm Gladwell, o autor faz uma análise profunda do episódio envolvendo os dois contendores, David, de um lado, lutando por seu povo, os Hebreus, e Golias, de seu lado, defendendo a honra de seu povo, os Filisteus. O autor faz uma análise muito atípica do personagem Golias, que, na verdade, estava muito doente. Ele tinha problemas de visão causados por uma inflamação na glândula Pituitária, bem próxima aos olhos, que produz os hormonios do crescimento. Tal inflamação da glândula além de criar problemas com a visão de Golias, gerava a disfunção da glândula, que produzia hormônios de crecimento em excesso, razão pela qual Golias era gigante. Tal era a análise feita pelo autor. David, no entanto, não sabia disso e nem lhe foi revelado por Deus. Aliás, David não precisava saber desses detalhes. O autor, no entanto, faz o seguinte comentário a respeito de David: “To play by David’s rules you have to be desperate. You have to be so bad that you have no choice”.[1] Para o autor David se desesperou Diante da suposta força de Golias, o que o motivou a vencer. Além disso, o autor afirma que David precisou ser “muito ruim” para lhe dar a stamina da coragem e da vitória. Por acaso, tal comentário faz sentido?



[1] Cf.” David and Goliath”, by Malcolm Gladwell, on page 34.

Sunday, August 25, 2024


A DINÂMICA  DO PERDÃO - 5 


 Não podemos nos esquecer que foi o próprio Deus quem introduziu o Poder de Escolha, bem como o Livre-Arbítrio. Pois Adão e Eva os experimentaram a ambos no Paraíso. Mas, isso define uma distinção muito forte entre os dois conceitos criados por Deus. De um lado o Livre-Arbítrio estabelece um poder inigualável de se manter estável e centrado na pessoa do próprio Deus. E essa força que mantém Deus e a mente humana ( pra não dizer todo o ser humano), conectados num só propósito, qual seja, o propósito do amor e do serviço interagindo entre ambos. Quando nos tornamos inteiramente de Deus, Ele se torna inteiramente nosso. Tal como ocorreu com o próprio Jesus: “Eu e o Pai somos um”. A transição entre livre-arbítrio e poder de escolha é possível, como vimos em Adão e Eva. E a transição entre poder de escolha e livre-arbítrio também é possível. Mas o poder que envolve o livre-arbítrio muitas vezes é avaliado como de igual poder, se comparado com o  poder que envolve o poder de escolha. Podemos avaliar isso através do pecado de Adão e Eva, que por um “simples” ato de desobediência destruiu todos os nossos sonhos de pureza e santificação, além de vida eterna sem auxilio de remissão. Através do arrependimento e da remissão de nossos pecados readiquirimos a força que provém de ambos. Difícil é nos manter constantes dentro dessa força.  

Fica mais simples avaliar agora o quanto vale para nós o perdão de Deus. Não podemos deixar de admitir que foi Deus quem introduziu o perdão no universo. Bem como o livre-arbítrio e o poder de escolha. E fica simples admitir também que o poder que envolve o Perdão de Deus, é infinitamente maior do que os dois conceitos interligados. 

Thursday, August 15, 2024


A DINÂMICA DO PERDÃO  -  4 


 O que ocorreu com David, se nós o analisamos com mais detalhes, é que ele estava em absoluto estado de livre-arbítrio diante daquela cirscunstância. Para ele não havia no que pensar seriamente, além de se entregar à graça de Deus, do Deus que estava com ele, e o supria em todas as suas necessidades. Para David, a vitória já estava ganha ao povo de Israel. Para Saul, no entanto, havia a incerteza do poder de escolha, escolher entre você, David, de um metro e cinquenta de altura, ou Golias, de dois metros e sessenta, ou mais ou menos, não importava. A escolha feita por Saul, foi baseada no tamanho. No aspecto físico de cada um dos contendores. E como todos sabem, David foi humilhado e regeitado por Saul. David, no entanto, fez a escolha por Deus. Uma escolha absoluta, sem temor e sem dúvida, mas longe das limitações  do poder de escolha. David cria mais em Deus, que pode todas as coisas, e que lhe dará a vitória, do que no tamanho de seus contendores. David mesmo, escreveu no Salmos 91, que “mil cairão ao meu lado e dez mil à minha direita e eu não serei atingido”. Todos nós sabemos que esse salmo foi escrito bem mais tarde, quando ele já era rei de Israel e Judá. O que poucos sabemos é que a mesma certeza de fé em seu coração, era a mesma fé que o mantinha firme diante de Deus, muitos anos depois. A certeza do livre-arbítrio, restituída pelo perdão. É uma convicção que muito poucos tem em seu íntimo. Creio que no antigo testamento, apenas Adão e Eva a tiveram. Mas até quando tiveram que se utilizar de seu poder de escolha.  Ao ter que optar entre obedecer a Deus ou desobedecè-lo dainte de Satanáz, preferiram desobedecer a Deus. O que tem isso a ver com PERDÃO? Continue lendo, pois em breve saberá.  O mesmo ocorreu com Moisés, David e os outros santos do Antigo Testamento, que eram convictos em seu livre-arbitrio, até o instante em que tiveram que escolher e decidir diante da relidade. Ao optarem pelo Poder de Escolha, pecaram. A  bem da verdade, somente JESUS CRISTO sempre foi possuído pelo livre-arbítrio diante de Deus, e se manteve puro e firme até o ultimo dia.

Tuesday, August 13, 2024

 

A  DINÂMICA DO PERDÃO  -  3 

Nós, comumente buscamos definir dois conceitos profundos e importantes, apenas por erigir argumentos inconscistentes e altamente refutáveis. Estou me referindo aos conceitos de LIVRE-ARBITRIO e ao conceito de PODER-DE-ESCOLHA. E buscamos também dar mais ênfase e importância ao conceito de LIVRE-ARBITRIO, como se nós estivessemos possuídos desse poder. Na verdade, nós, seres humanos, não temos livre-arbitrio. Em outras palavras, nós não temos o livre-arbitrio em função das escolhas que fazemos no dia-a-dia. Mas, temos o poder para escolher.  Em seu livro “O Desenvolvimento da Personalidade” JUNG diz que “A força para o desenvolvimento da personalidade não provém apenas da necessidade, que é o motivo causador, mas também da decisão consciente e moral”.(pg.159) Por consciência e decisões morais nós decidimos escolher alguma coisa, fazendo uso de nosso poder de escolha. O livre-arbítrio nos dá a opção de escolher préviamente o que deveríamos escolher ao tomarmos uma decisão baseada nele próprio. Tomar decisões em função de nosso livre-arbítrio nos diz que nossas escolhas já foram feitas previamente antes de nossa decisão arbitrária. Em outras palavras ninguém usa de livre-arbítrio ao fazer escolhas prévias e atuais, caso contrário, tal não seria um arbítrio-livre mas estaria baseado em escolhas. E esse é o campo de atuação do poder de escolha. Quando usamos do nosso poder de escolha, fazemos escolhas em apenas duas opções básicas e únicas: ou escolhemos o bem, ou escolhemos o mal escondidos no objeto de nossas opções. Não existe livre-arbítrio se fomos levados a escolher entre bem e mal. Isso se chama poder de escolha. E tal poder de escolha nos leva a crer que existem somente duas opções de escolha, o bem e o mal. Podem existir duas opções de escolha baseadas em opções reais e verdadedeiras, como opções bem-bem mas  ao regeitarmos uma delas por decisão pessoal, uma se torna “má” por ter sido regeitada, e a outra se torna “boa” por ter sido aceita. O mesmo ocorre diante de duas opções mal-mal. Uma será regeitada e a outra será aceita. Fica claro que nesse caso agimos por fazer uso de nosso poder de escolher entre duas coisas contraditórias, ou seja, bem e mal. O Livre-Arbítrio nos dá a opção livre de não precisarmos optar pelas duas opções livres que fazemos no dia-a-dia. O Livre arbítrio vive sob o impacto de uma opção única já decidida consciente e moralmente. A opção pelo bem. E isso o projeta na direção certa e inamovível, em direção ao alvo certo, livre de segundas opções. (Cont.)  

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...