Tuesday, April 14, 2020


SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO – 63
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo.

Na verdade, a proposta maior de Deus não é trazer o futuro para o contexto da Palavra, mas pelo contrário, trazer a Palavra para o contexto do futuro, ou para os dias que ainda virão. Neste sentido Deus não faz um caminho de volta do futuro para o passado como numa reversão profética, em direção ao contexto da Palavra.  Mas Deus se mostra, se revela e se comunica através da Palavra na direção profética do que vai acontecer no futuro.  Houve portanto, uma interação relacional imediata entre homem e natureza a partir do exato instante em que o homem peca contra Deus. A natureza se torna cúmplice dos seres humanos a partir do instante em que eles se cobrem com folhas de fígo e se escondem por detraz das árvores do Jardim, conforme o relato bíblico. A maldição imposta por Deus ao homem, atinge também toda a natureza criada, como podemos observar em Genesis cap. 3 verso 17. Não existe, pois, separação distintiva, mas identidade compartilhada entre homem e natureza. Posteriormente Deus substitui as folhas de figo, usadas pelo homem, por pele de animal, numa clara alusão de que a proteção maior concedida aos seres humanos seria dada por um ser vivo sacrificado. E nisso existe a primeira alusão à dependência sacrificial, posterior à promessa dada em Genesis 3 verso 15, referente ao envio de seu filho, Jesus Cristo, como observamos claramente no final desse mesmo verso, o que para alguns teólogos significa a referência ao proto-evangelho de Jesus. Após o relato da criação da natureza em toda a sua totalidade, como observamos em Genesis cap. 1 versos 1 a 31, e somente após a criação da natureza, foi que Deus se ocupou, então,  da criação dos seres humanos. No verso 26 do capítulo 1 de Genesis, Deus confia ao homem o domínio sobre toda a natureza. A interdependência maior entre homem e natureza, posteriormente ao legado de domínio já estabelecido, acontece de modo mais claro a partir do instante em que o homem peca contra Deus e precisa se refugiar sob a roupagem de proteção dada pelas folhas de fígo.  Existe aí uma cumplicidade, que se estende até aos dias atuais. Existe ainda uma outra evidência, ou seja, uma outra cumplicidade manifesta pela natureza em relação ao pecado humano, como podemos observar em Genesis cap. 3 verso 8, em que ficou clara a dependência dos seres humanos com relação à natureza, quando Adão e Eva se escondem da presença de Deus por detrás das árvores no Jardim. A partir do verso 14, cap. 3, podemos observar que tanto os seres humanos, quanto a serpente, foram julgados por Deus em níveis distintos mas  em proporções semelhantes, numa evidente prova de que a natureza e os seres humanos se igualaram também em níveis de maldição proporcionalmente semelhantes. Deus estabelece também leis restritivas que se aplicaram e continuam se aplicando hoje à natureza criada, ao dizer, no cap. 3 verso 17, “maldito seja o chão por causa de você”. Neste verso está portanto, confirmada a dependência interrelacional entre homem e natureza criada. Mas, neste ponto cabe-nos a seguimte pergunta:  Por que Deus haveria de amaldiçoar toda a natureza, se somente o homem pecou contra Ele? Na verdade, a partrir desse ponto, percebemos o quão relacionados e dependentes homem e natureza passam a coexistir, sofrendo ambos de um pecado que a princípio atingiu apenas a natureza humana individualmente. The american scholar  Richard M. Weaver, em “Ideias Have Consequences” on page 171, ( Piety and Justice ), endossa tais argumentos ao afirmar que “Somehow the notion has been loosed that nature is hostile to man or that her ways are offensiv e…so that every step of progress is measured by how far we ( men ) have altered these (ways). Nothing short of a recovery of the ancient virtue of pietas can absolve man from this sin “. Em outras palavras o autor quer reafirmar que a hostilidade e a agressividade expressa pelo fenomeno natural existe em função do progresso empreendido pelo homem que, de alguma forma, altera sensivelmente o curso normal da natureza tornando-a agressiva e hostil. Isso os coloca como dependentes diretos, natureza e progresso humano, que em sintese relaciona tal pecado humano, ou o progresso, intimamente relacionado às reações produzidas pela natureza.  Proporcionalmente, semelhantes ideias vemos reafirmadas no livro de Genesis, se analisarmos de um lado o primeiro pecado humano, e a multiplicidade dos demais pecados cometidos pelos seres humanos a partir de então e suas terríveis consequências sobre a natureza criada.    

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