Friday, November 29, 2019

CORRUPÇÃO DA PALAVRA E A CORRUPÇÃO POLÍTICO-SOCIAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL – 12
A QUESTÃO DA IDOLATRIA DE IMAGENS E SUA INFLUÊNCIA NEFASTA SOBRE A FORMAÇÃO DE UMA AUTÊNTICA FÉ CRISTÃ NO BRASIL. CORRUPÇÃO E PECADO.
Girard apresenta a questão relativa à Mimetic Desire sob uma perspectiva mais antropológica do que filosófico-teológica, características às quais ele nunca se inseriu, mas conduziu sua reflexão para o âmbito das rivalidades entre vizinhos, como expressão íntima de seus mais profundos desejos, como consequência natural das interações sociais entre os seres humanos. Tal desejo humano, no entanto, além de estereotípico, se manifesta espontaneamente em diferentes níveis, quais sejam, subjetivo e objetivo, talvez apenas como expressão íntima da autonomia da vontade humana individualizada, apenas por externar o que os seres humanos têm dentro de si como características de sua identidade divinal. O conhecimento e absorção de tal realidade íntima, além de criar parâmetros de rivalidade mimética, como quis Girard, cria também o nível máximo de rivalidade entre homem e Deus, da forma como o próprio Lúcifer rivalizou um de seus maiores inimigos, ou seja, o próprio Deus. Os homens imitam o comportamento do anjo caído, como forma de imitá-lo em seus desejos miméticos, da mesma forma como os seres humanos rivalizam a Deus ao buscar “criar” deuses com intensão de alimentar seu próprios instintos idolátricos, para antagonizar o que Deus é capaz de fazer, com intensões de provocar rivalidades por causa de suas limitações pessoais, como expressão de seus mais íntimos desejos miméticos de rivalidade. Pois não existem alternativas para a expressão do comportamento moral humano, além de um comportamento bipolarizado, bom ou mal, moralmente falando. A grande proposta divina transmitida em Mateus 12:30 nos diz que “Qualquer um que não está comigo, está contra mim, e qualquer um que não ajunta comigo, espalha”. O que sobressai além disso, subsiste ao nível de meras rivalidades do comportamento humano, através de manifestações dos desejos íntimos de rivalidade. Sob o ponto de vista de seu comportamento político, social e religioso, os seres humanos criam rivalidades espontâneas entre si, mas muitas vezes desconhecem as razões mais profundas, ou as motivações que os levaram aos desejos de rivalidade. E tal manifestação de rivalidade surge a partir do comportamento iníquo ou pecaminoso, que representa em síntese, a mais profunda expressão de rivalidade e oposição a tudo o que é sagrado e divino. Observem, porém, o que ocorreu com a introdução do cristianismo tradicional europeu no Brasil ( ou a tradição católico romana através da influência que os povos europeus receberam do Sagrado Império Romano.) Os Portugueses levaram ao Brasil em 1500, as primeiras influências do cristianismo romano, e tal influência foi certamente consolidada com a chegada dos primeiros missionários Jesuítas ao Brasil por volta de 1570. Nesse período que antecede à chegada dos missionários Jesuítas e a divulgação das notícias referentes à descoberta de novas terras ao sul do Atlântico, surge na Alemanha o levante revolucionário deflagrado com a Reforma Protestante. Em meio a crises políticas e conflitos bélicos, Roma se viu na iminência de grandes perdas de fiéis em toda a Europa essencialmente católica, após 1517, ano em que a Reforma Protestante explodiu na Alemanha e se espalhava rapidamente por toda a Europa. Sem dúvida alguma o Brasil representou uma alternativa à expansão do catolicismo romano no Novo Continente, através da divulgação dos ideais religiosos do catolicismo cristão do império romano levados para além do Atlântico. Não podemos nos esquecer, no entanto, que Roma passava por um período de profunda crise em sua identidade cristã estabelecida pelas Indulgências, pela idolatria às relíquias espalhadas em grande parte nas igrejas de Roma, e pela influência negativa do papado romano, que era na verdade, uma forma de expressão de ideais políticos e manutenção de poder temporal de uma igreja profundamente secularizada. As indulgências na Igreja de Roma foram criadas por Júlio II a partir do instante em que ele determinou a construção da Basílica de São Pedro em 1506 . Roma, no entanto, com a construção da Basílica, tinha por maior objetivo consolidar suas influências na Europa e o apelo às propostas de sustento financeiro teve por objetivo arrecadar fortunas por meio da venda de indulgências através da Europa. Portanto, para Roma, seu objetivo maior não era a evangelização cristã dos povos mas a expansão de seus ideais monetaristas, e a liberalização de tais ideais. Além de uma liberalização de seus ideais expansionistas no Brasil, o foco das missões não era apenas o evangelismo dos povos indígenas e do elemento negro africano, mas acima de tudo, expandir o catolicismo romano. Mas Roma nutria também o apetite de rivalizar a influência da Reforma Protestante no Novo Mundo e, por esse motivo, seu desejo maior era o de consolidar sua influência no Brasil, e de alguma forma impedir a expansão dos ideais revolucionários da Reforma. Desta forma Roma relaxou seus desejos de pregar um evangelismo puro, bíblico, no Brasil, ao permitir que a influência de rituais e religiões africanas e indígenas se misturassem ao evangelismo bíblico apregoado por Roma, dando vazão às primeiras propostas de formação de uma sutil, mas consolidada influência do sincretismo religioso no país. Os objetivos do catolicismo romano foram alcançados no Brasil, transformando-o no maior país católico em todo o mundo. Mas em meio a tal grandeza, espalhou-se também a efervescente onda de idolatria e corrupção da Palavra de Deus, cuja influência se estende até aos dias atuais, tendo como SEU principal articulador a IGREJA DE ROMA.

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