Saturday, November 23, 2019

CORRUPÇÃO DA PALAVRA E A CORRUPÇÃO POLÍTICO-SOCIAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL – 11
A Questão da Idolatria de Imagens e Sua Influência nefasta sobre a formação de uma autêntica Fé Cristã no Brasil – PECADO E CORRUPÇÃO.


Nós vamos recorrer às Escrituras para descobrir o que é a justificativa teológica ao sincretismo religioso proposta pela Teologia Católico Romana, o que também levou à Idolatria de Imagens no Brasil. Para isso será necessário que façamos uma análise exegético-hermenêutica do texto bíblico onde os termos IDOLATRIA, ( ou especificamente, adoração de Imagens ), e os termos CORRUPÇÃO e PECADO aparecem associados, e de que forma tais termos são referidos ao texto bíblico. Porém, antes de nos aprofundarmos nesta questão, o senso-comum nos permite afirmar que ficou por conta da demanda divina ordenar em primeira instância a escultura das imagens dos dois querubins contrapostos sobre a parte superior (cobertura) da Arca da Aliança. E que isso nos dá a entender que somente Deus pode nos ordenar semelhante demanda, sem que para isso seja necessário contestar a vontade divina no que se refere à idolatria. Em Exodus 20:4 Deus claramente determina a Moisés que faça duas esculturas em ouro de dois querubins contrapostos sobre a tampa que cobria a Arca do Testemunho. Mas os homens foram presunçosos o bastante para imitar o que Deus havia determinado a Moisés em relação à Arca do Testemunho, ao se questionarem porque Ele estava determinado a lhe ordenar a escultura dos dois querubins. O episódio descrito em Exodus 32 referente à escultura de um bezerro de ouro é posterior à narrativa de Exodus 25, o que nos permite concluir que originalmente, a ideia de se esculpir imagens na Terra à semelhança do que existe no céu (querubins), não partiu dos homens, mas do próprio Deus. Os homens se tornaram apenas seus meros imitadores ao solicitarem a Aarão que lhes desse deuses (falsos deuses) em forma de um bezerro. A propósito disso o Talmud nos oferece várias interpretações concernentes ao simbolismo dos querubins sobrepostos na tampa da Arca da Aliança, mas nunca se refere a eles com características corruptíveis, como nós percebemos textualmente quando nos referimos ao bezerro de ouro na narrativa de Exodus. A primeira menção ao termo “corrupção” ou “corruptível” no texto bíblico se refere ao contexto do pecado aplicado aos seres humanos, como vemos em Genesis 6:11. Tanto a Septuaginta (BGT/LXT) quanto o Codex Leningradensis Hebrew Text nos oferecem os textos em Grego e em Hebraico, respectivamente, em Genesis 6:11, são unânimes em traduzir e apresentar as palavras ἐφθάρη (Gen 6:11 BGT) e וַתִּשָּׁחֵ֥ת (Gen 6:11 WTT) com os mesmos significados, quais sejam, CORRUPTO, CORRUPTÍVEL, TORNAR-SE CORRUPTO, quando estão associadas à palavra PECADO no texto bíblico de Exodus, e da mesma forma, em todos os demais livros das Escrituras. O mesmo ocorre quando Aarão ordena ao povo esculpir o bezerro de ouro, quando Deus pede a Moisés para que desça do Monte Sinai com as Tábuas da Lei em suas mãos, Deus lhe diz textualmente: “Desça, porque seu povo, o qual você libertou para fora do Egito, se tornou CORRUPTO”. Deus faz uma clara menção ao termo significando que tornar-se corrupto quer também significar IDÓLATRAS, ADORADORES DE IMAGENS, E AO MESMO TEMPO, PECAR CONTRA DEUS AO IMITÁ-LO EM SUA PROPOSTA ORIGINAL DE ORDENAR A ESCULTURA DAS IMAGENS DOS QUERUBINS. Os atos de Deus são de responsabilidade do próprio Deus e tentar imitá-los incorre em uma atitude pecaminosa do homem contra o próprio Deus. E quando os seres humanos se propõe a imitar a Deus, frustrações, decepções e pecados ocorrem muito facilmente. A explicação para tal fenomeno fomos encontrar num autor pouco conhecido, chamado René Girard, em seu controvertido livro "I SEE SATAN FALL LIKE LIGHTNING." (Orbis Books, Maryknoll, NY. 3rd. edition Oct. 2002. USA ). A proposta de Girard é a de nos mostrar que de todos os Mandamentos da Lei de Deus, o quinto mandamento ao invés de nos proibir de um ato, na verdade o quinto mandamento nos proibe um desejo, sendo que há no entanto, DESEJOS que nos são proibidos, assim como existem ATITUDES que também são proibidas. E tal distinção faz toda a diferença no entendimento do que nos é proposto no Quinto Mandamento. Vamos portanto analisar tal sutil diferença entre DESEJOS E ATITUDES PROIBIDAS AOS SERES HUMANOS. O que Girard nos quer mostrar está em consonância com a índole maligna do coração humano que DESEJOU ardentemente adorar a um falso deus na figura de um bezerro de ouro. E tal atitude humana, além de criar um falso deus passivel de ser adorado, coloca o ser humano na posição de CRIADOR de um deus desejado como adorado em substituição ao DEUS verdadeiro. Neste particular os seres humanos incorrem em dois grandes pecados: criar um falso deus, e se tornar adorador do falso deus, dando enfase aos seus desejos malignos. Portanto, o desejo de imitar, inerente ao coração humano, como um estereótipo em seu coração, mostra-nos suas motivaçções íntimas originais, ao que Girard denomina de MIMETIC DESIRE do coração humano. Tal fato é referido ao texto bíblico em Genesis 3:6, quando Eva deseja o fruto proibido.
תַֽאֲוָה־ה֣וּא (Gen 3:6 WTT) ἀρεστὸν (Gen 3:6 LXT) Duas palavras chaves nos textos bíblicos de Genesis 3:6. Em Genesis 3:6, na versão LXT ( ou LXX Septuaginta Old Greek Jewish Scriptures ) editada por Alfred Rahlfs, onde vemos a palavra grega acima, (ἀρεστὸν) significa desejável, agradável, e a palavra em Hebraico תַֽאֲוָה־ה֣וּא na versão do Codex Leningradensis Hebrew Text, que também significa querer ardentemente, desejar, ter um apetite forte para, ilustram profundamente o que Eva nutriu em seu coração quando viu e desejou comer do fruto proibido. Tais palavras ilustram os desejos originais do coração humano na satisfação de seus próprios desejos, como ocorreu em Exodus 32, e da forma como ocorreu em Genesis 3:6.

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