Sunday, April 22, 2018


SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO – 10
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo. 

Voltar ao conceito de uma só carne, significa retornar à proposta original de Deus, ao seu sopro de vida original durante o ato da criação do ser humano, no que se refere à sexualidade e ao sexo humanos. Porque assim foi e vai continuar sendo. Nesse sentido, há sempre uma unidade criada por Deus, sendo confrontada pela dimensão do amor entre homem e mulher, que originalmente surge no horizonte da criação divina, como a múltipla unidade ou a unidade que incorpora dois seres numa mesma realidade, após o sopro original de Deus. Parece complicado, mas o sopro original de Deus que criou dois seres, traz através do amor, a unidade desses mesmos seres, para que de dois que se fazem um, possa existir um outro ser no relacionamento sexual.
Nós entendemos então que o plano original de Deus para o sexo e a sexualidade humana, se realiza na união de dois seres diversificados, que se unem no amor, e através desse amor, haja a criação de outro ser, ou outros seres gerados no relacionamento sexual com o objetivo da multiplicação, e não somente no preenchimento da Terra na direção da preservação da espécie. Existe, na verdade, uma proposta mais abrangente e de dimensões mais eternizadas. 
Deus, portanto, exclui originalmente, a relação sexual entre seres de mesmo sexo, homem/homem ou mulher/mulher, porque, dessa união, evidentemente, não pode existir a geração de um terceiro ser, como foi proposta original de Deus para a criação de homem e mulher. O conceito de “ser uma só carne” está claramente definido no livro de Genesis, como já vimos, em Genesis 2:24. O que precede tal verso foi declarado por Adão no verso 23, em que ele testifica sobre a identidade ontológica entre dois seres que se completam e se complementam, ao afirmar sua unicidade final, sua identidade existencial, sua romântica declaração de amor e interdependência amorosa. Adão identifica em Eva sua outra metade, sua identidade na unidade, sua “uma só carne” e desta forma ele declara sua total adesão ao plano original de Deus para a criação de homem e mulher. Observem que tais versos em Genesis 2, fazem parte do que precede a gênese da historia humana antes da queda com o pecado original, e mesmo após sua queda, Deus assegura a continuidade de seu plano na formação da primeira família, como aplicação direta do plano divino que se estende para além de uma proposta meramente sexual.

Thursday, April 12, 2018


SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO – 9
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo.
(A dimensão do amor infinito do homem e da mulher no sexo.) 
  
Deus nos criou por amor  e não por força de reações químicas. E o amor humano não deve ser medido por força de tais reações. É possível se distinguir essa diferença? A essência dessa diferença? Observe que quando Deus insuflou o sopro de vida na criação do  homem, foi como se estivesse presente nesse sopro também um outro ser, uma outra vida. Foi o que Ele mostrou quando retirou a mulher de dentro do homem, de sua carne, ao criá-la de uma parte do homem. Desta forma o amor se multiplica e se expande quando Ele diz em Genesis 2:24 “que é por isso que homem e mulher deixarão pai e mãe para se tornarem uma só carne”, fazendo-os retornarem ao sopro original da criação, à unicidade da criação de homem/mulher, ao fôlego de vida que criou dois seres, ao ato  eterno “de dois seres se cria novamente um”.  Em essência, esse é o significado mais profundo do que o amor realmente é, quando do sopro de Deus ele faz surgir em vez de um, dois seres criados à sua imagem e semelhança, dois seres retirados de um ser originalmente criado, através de um único sopro de vida. Não existe imagem mais profunda que se expande no ato da criação, ao percebermos o poder do amor de Deus se expandindo nesse ato. Isso distingue criação divina de criação humana.  Essencialmente, no ato da criação não existe espaço para a transgressão, quando se percebe que os atos de Deus são puros, essencialmente puros. Isso nos faz refletir sobre o que Deus realmente é, um ser puro criando seres puros. Quando homem e mulher percebem a pureza do ato da criação divina, eles passam a entender o que o amor essencialmente vem a ser: ato puro da criação divina. A transgressão humana criou a dissensão, ou seja, o pecado original transgrediu o ato puro da criação divina. Por quê motivo Deus tenta, então, encobrir a nudez humana? Porque ela havia sido manchada pelo dolo do pecado original. Aos olhos humanos é impossível se entender essencialmente o que significa amor divino e o que Deus queria no ato da criação. Percebe-se então, uma distinção clara, cristalina, ontológica, entre a vida no Éden, anterior ao pecado, e a vida posterior ao pecado. São duas realidades diferentes, intrínsecas e essencialmente divergentes. Coube somente a Deus intervir e se relacionar com esse tipo de discrepância, de anomalia do ato divino pós-criação, causado pela divergência do que significou o pecado original. A história humana se tornou então o conserto que a força dos atos de Deus projeta sobre sua criação: reascender a fagulha do sopro divino ao seu mover e amor originais, dentro da história humana. Porque criar traduz um mover contínuo. Deus está nos mostrando que criar, o ato de criar, é um ato de projeções infinitas, eterno em sua essência original. É o eterno UM, a unidade perpetuada no ato de criar. E o livro de Gênesis nos mostra a essência da criação naquilo em que ela se conecta com o infinito. É impossível se perceber ( ou conceber ) a criação divina como um ato limite, sem projeções infinitas, assim como é impossível se perceber o amor humano entre homem e mulher apenas como um ato de projeções limitadas, sem conexão com o eterno. Deus mostrou isso a Abraão quando lhe disse em Gênesis 22:17 que sua descendência seria como a multiplicidade das estrelas no céu e como os grãos de areia numa praia, ou seja, incontável, um ato contínuo de projeção infinita. Deus percebe claramente a dimensão do pecado original como uma fagulha de limitações, como um bloqueio de limitações à projeção da criação infinita. E mesmo assim, como nada pode interferir nos atos de Deus, ele quis dar ao homem e à mulher, a chance das projeções infinitas através do amor entre eles. Nem o pecado pode interferir na soberania e no ato contínuo que é a glória de Deus em seu ato de criar. O pecado original, como nasce da transgressão humana, tem em si um elemento de finitude, de limitações, que não impede, que não bloqueia o que Deus é capaz. Um elemento de finitude que se projeta para o infinito, apesar de tudo. A promessa de enviar Jesus Cristo, já estabelecida no proto-evangelho, ainda no livro de Gênesis, mostra em si, a força das projeções infinitas do amor de Deus, aplicada à criação que se contaminou com o pecado, mas que alcança remissão na cruz de Jesus.

Sunday, April 8, 2018


SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO – 8
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo.

O propósito de Deus em redimensionar a sexualidade humana começa, evidentemente, a partir de sua decisão em afastar o homen do Éden e isso ocorre da forma como está definido pela Palavra de Deus. E de que forma isso ocorre? Vejamos o que diz a Bíblia em Genesis acerca desse processo. É importante observarmos que a Bíblia nos fala sobre a criação da mulher a partir da carne do homem, porque a “mulher foi retirada para fora do homem”. (Genesis 2:23).  Por esta razão, “o homem deixará seus pais e se unirá à sua mulher e eles se tornarão uma só carne”. (Genesis 2:23b). A partir da queda do homem e da mulher descrita em Genesis 3, - apesar das “dissenções” criadas a partir da transgressão humana, - entra em efeito o que chamamos de redimensionamento da sexualidade humana. O homem entra em desacordo com a mulher ao culpá-la por suas atitudes, a mulher entra em desacordo com a natureza, ao culpar a serpente e Deus amaldiçoa a serpente, que supostamente representa a natureza. Podemos observar que realmente uma série de medidas passaram  a existir em função da queda. Para a mulher especificamente, Deus disse que à mulher Ele, Deus, “aumentaria significativamente suas dores durante o parto e com dores ela daria a luz a crianças.” Além disso Deus disse que “os desejos da mulher seriam então para seu marido e que ele governaria sobre ela”. (Genesis 3:16). Um sinal evidente de que a sexualidade da mulher relativamente ao homem sofrera mudanças significativas, não só em relação à geração de filhos, mas também na relação sexual entre homem/mulher. Sem dúvidas, o sexo e a sexualidade passam então a sofrer mudanças consistentes com um novo redimensionamento. Se tais medidas ocorreram após a queda, supostamente entendemos que elas não existiam antes dela. Isso nos permite afirmar que Deus realmente redimensionou a sexualidade humana, em detrimento do convívio ou do relacionamento que ambos, homem  e mulher, passaram a experimentar, ou a sofrer, se assim podemos dizer, mesmo que se tornassem a partir de então uma só carne. O plano B de Deus começa então a tomar forma real. Ao homem Deus disse então, de acordo com a narrativa de Genesis 3:17, que por causa de sua inadvertida aceitação do que a mulher lhe havia proposto, a terra, o chão, seriam amaldiçoados por causa dele, “com dores o homem comeria do fruto da terra, durante todos os dias de sua vida”, e “ela lhe dará espinhos e ervas daninhas e você terá que se alimentar das plantas do campo”. Além disso, Deus continua, “Com suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará.” O Plano B de Deus relativamente ao homem/mulher e à sua sexualidade, foi definitivamente estabelecido. Observamos que nessa referência de Genesis 3:17, Deus amaldiçoa a natureza que passa a interagir numa relação de interdependência e sofrimentro, Deus estabelece parâmetros e limites à convivência do homem na terra e além disso, isso nos permite inferir que antes da queda, tais parâmetro, limites e sofrimentos não existiam e nem sequer haviam sido mencionados por Deus. Não há nada que escape à visão acurada e infinitamente sábia de Deus, estabelecida em sua Palavra. Além disso, o que é mais sério, o homem e a mulher são confrontados com a nulidade de sua existência efêmera diante da queda, ou seja, o elemento morte surge no horizonte de suas vidas, quando Deus afirma que os trabalhos do homem seriam incapazes de repelir a morte, porquanto Ele o traria de retorno ao pó, ao nada, à sua origem insignificante como poeira do chão. Uma vez estabelecido o plano B em relação à criação, a história humana começa a tomar forma também a partir da convivência na terra pós-queda.

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...