Thursday, April 12, 2018


SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO – 9
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo.
(A dimensão do amor infinito do homem e da mulher no sexo.) 
  
Deus nos criou por amor  e não por força de reações químicas. E o amor humano não deve ser medido por força de tais reações. É possível se distinguir essa diferença? A essência dessa diferença? Observe que quando Deus insuflou o sopro de vida na criação do  homem, foi como se estivesse presente nesse sopro também um outro ser, uma outra vida. Foi o que Ele mostrou quando retirou a mulher de dentro do homem, de sua carne, ao criá-la de uma parte do homem. Desta forma o amor se multiplica e se expande quando Ele diz em Genesis 2:24 “que é por isso que homem e mulher deixarão pai e mãe para se tornarem uma só carne”, fazendo-os retornarem ao sopro original da criação, à unicidade da criação de homem/mulher, ao fôlego de vida que criou dois seres, ao ato  eterno “de dois seres se cria novamente um”.  Em essência, esse é o significado mais profundo do que o amor realmente é, quando do sopro de Deus ele faz surgir em vez de um, dois seres criados à sua imagem e semelhança, dois seres retirados de um ser originalmente criado, através de um único sopro de vida. Não existe imagem mais profunda que se expande no ato da criação, ao percebermos o poder do amor de Deus se expandindo nesse ato. Isso distingue criação divina de criação humana.  Essencialmente, no ato da criação não existe espaço para a transgressão, quando se percebe que os atos de Deus são puros, essencialmente puros. Isso nos faz refletir sobre o que Deus realmente é, um ser puro criando seres puros. Quando homem e mulher percebem a pureza do ato da criação divina, eles passam a entender o que o amor essencialmente vem a ser: ato puro da criação divina. A transgressão humana criou a dissensão, ou seja, o pecado original transgrediu o ato puro da criação divina. Por quê motivo Deus tenta, então, encobrir a nudez humana? Porque ela havia sido manchada pelo dolo do pecado original. Aos olhos humanos é impossível se entender essencialmente o que significa amor divino e o que Deus queria no ato da criação. Percebe-se então, uma distinção clara, cristalina, ontológica, entre a vida no Éden, anterior ao pecado, e a vida posterior ao pecado. São duas realidades diferentes, intrínsecas e essencialmente divergentes. Coube somente a Deus intervir e se relacionar com esse tipo de discrepância, de anomalia do ato divino pós-criação, causado pela divergência do que significou o pecado original. A história humana se tornou então o conserto que a força dos atos de Deus projeta sobre sua criação: reascender a fagulha do sopro divino ao seu mover e amor originais, dentro da história humana. Porque criar traduz um mover contínuo. Deus está nos mostrando que criar, o ato de criar, é um ato de projeções infinitas, eterno em sua essência original. É o eterno UM, a unidade perpetuada no ato de criar. E o livro de Gênesis nos mostra a essência da criação naquilo em que ela se conecta com o infinito. É impossível se perceber ( ou conceber ) a criação divina como um ato limite, sem projeções infinitas, assim como é impossível se perceber o amor humano entre homem e mulher apenas como um ato de projeções limitadas, sem conexão com o eterno. Deus mostrou isso a Abraão quando lhe disse em Gênesis 22:17 que sua descendência seria como a multiplicidade das estrelas no céu e como os grãos de areia numa praia, ou seja, incontável, um ato contínuo de projeção infinita. Deus percebe claramente a dimensão do pecado original como uma fagulha de limitações, como um bloqueio de limitações à projeção da criação infinita. E mesmo assim, como nada pode interferir nos atos de Deus, ele quis dar ao homem e à mulher, a chance das projeções infinitas através do amor entre eles. Nem o pecado pode interferir na soberania e no ato contínuo que é a glória de Deus em seu ato de criar. O pecado original, como nasce da transgressão humana, tem em si um elemento de finitude, de limitações, que não impede, que não bloqueia o que Deus é capaz. Um elemento de finitude que se projeta para o infinito, apesar de tudo. A promessa de enviar Jesus Cristo, já estabelecida no proto-evangelho, ainda no livro de Gênesis, mostra em si, a força das projeções infinitas do amor de Deus, aplicada à criação que se contaminou com o pecado, mas que alcança remissão na cruz de Jesus.

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