PROCESSOS QUE
ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 14 I
LIVROS E
IDEIAS INFLUENCIANDO A MENTE HUMANA.
Enquanto Schaeffer busca provar que ( em uma de suas
mais extraordinárias teses ) Thomas de Aquinas em suas ideias-chave fez eclodir
uma quase intrincada transformação na mente humana, através da fragmentação e
do declínio da razão humana, o que se tornou evidente em sua análise epistemológica
feita sobre a filosofia, a ciência, a arte e a cultura humana de modo geral, Schaeffer tambem identificou através da história da razão humana, um profundo dualismo, sua
fragmentação que abandona, como por uma atitude deliberada, sua verdadeira
genese e seu mais autentico eclodir dentro da história. E o que nós vemos hoje
em nossa cultura pós-moderna, segundo Schaeffer, é o resultado do que foi
prognosticado por Aquinas, ainda no século XIII. A questão chave na
investigação proposta por Schaeffer diz respeito a quais são as necessárias e
suficientes condições para que a mente humana tenha se desviado
epistemologicamnete de suas investigações racionais justificadas e centradas em
sua própria razão, para uma proposta racional desviando-se e desviada para uma
investigação irracional e injustificada, centrada na mente autonoma e no próprio irracionalismo. Em
outras palavras, de que forma a mente humana se desvia e se afasta de uma
investigação racional justa, para uma posterior investigação irracional
injusta. A mesma pergunta poderia ser dirigida a Adão e Eva, quando pecaram
contra Deus. O que os motivaram a pecar: sua condição de seres criados
absolutamente livres diante de Deus, ou a influente persuasão da mente
diabólica de Satan, que os ludibriou, e os convenceu “logicamente” de que pecar
seria apenas e nada mais que um desvio epistemológico da mente racional, na
direção de um puro irracionalismo? E que posteriormente, Deus, em sua infinita
sabedoria, saberia como resolver todo o engodo e todo o dilema causado por tal
disfunção da mente racional. De qualquer forma, tal desvio existiu e continua
existindo na história da “evolução”da mente racional humana. E Deus,
certamente, determinou a resolução de tal desvio, através da incarnação do LOGOS de Deus, Jesus Cristo. Em outras
palavras, Schaeffer se pergunta, o que causou à mente humana, se afastar da
GRAÇA divina para uma condição de NATUREZA autônoma e humanista? O que impos o
dualismo crescente entre GRAÇA e PECADO? E isso se tornou a questão mais
absolutamente crucial da mente racional humana em todos os tempos. Essa é a
questão magna, clássica, a questão pivotal na história da criação humana. Schaeffer
busca a resposta na eclosão da cultuta a partir de sua analise epistemologica. O
livro de Gênesis afirma que com a incursão da mente irracional,
perssuasiva e satânica, os seres humanos
se deixaram enganar pelos argumentos simplistas, ludibriantes do adversário, na
direção de uma negação das demandas da mente divina, trocando o racional pelo
irracional, o bem pelo mal, a graça pelo pecado, o Éden pela Natureza, a
obediência pela desobediência. ( Cf. Genesis 3:1-5 ).
Schaeffer
descobre que Thomas Aquinas não percebeu que a razão humana também havia sido
vítima da queda, do engodo, de sua posterior insuficiência racionall causada
pelo pecado, apesar de os Católicos negarem tal incursão thomista proposta por
Schaeffer. (Para os teólogos católicos Thomas Aquinas
nunca disse que a razão humana não fora afetada pelo pecado original. Aquinas disse que o pecado original
foi primariamente um ato da vontade humana, e desta forma a vontade
foi submetida a um maior comprometimento na queda original do homem. Como se a razão não tivesse envolvimento com a
vontade. Tal controversia entre Protestantes e católicos perdura por muito tempo e continuará por muitos anos a fio,). Schaeffer expressa uma preocupação voltada para a semelhança de Deus no homem. E não por uma distinção entre vontade e razão, haja visto que o pecado ocorreu em um estado de pureza e de graça absoluta diante de Deus. De qualquer
forma a tese do autor de Escape from
Reason se justifica em sua análise do processo cultural posterior a Thomas
Aquinas, ao descobrir o desvio da mente racional na direção da mente autonoma,
humanística, naturalística, descentrada da Graça de Deus.
Isso se mostra evidente em sua exposição do processo histórico e cultural,
em que o afastamento da graça se torna mais e mais evidente. Em sua tese, para ilustrar como a graça sucumbe diante da voracidade do naturalismo humano, Schaeffer aponta o caso, entre muitos outros, de Jean Fouquet, pintor frances, por volta de 1450, que retratou pela primeira vez em um de seus quadros a amante do rei da França, no lugar de Maria, mãe de Jesus, com um dos seios expostos. Schaeffer afirma que "Nobody would have dared to do this a few years before. Nature was killing grace." ( Escape from Reason, pg. 16) (Ninguém teria a ousadia de fazê-lo alguns anos antes. A Natureza estava matando a graça.) Portanto, essa guinada cultural que desvela a razão descentrada da graça revela o desvio da mente humana, desde a baixa Idade Média, (segundo Scaeffer), na direção da mente autonoma, do humanismo autonomo. A proposta de analise da cultura como um todo, expressa por teólogos e filósofos, prevalece potencialmente como a evidência de que a mente humana, ao adquirir uma postura autonoma, afastada do LOGOS de Deus, assume proporcionalmente uma fatal incursão no irracionalismo, num distanciamente de sua origem centrada na religião, na direção de um crescente afastamento de Deus, ou de um crescente ateísmo cada vez mais distante e desconectado de suas origens. Em outras palavras, na direção de uma postura caótica e descontrolada. Schaeffer quis mostrar isso em Escape from Reason, assim como outros filósofos e teólogos contemporaneos. Roger Scruton, por exemplo, em Modern Culture, no prefácio desse livro, parece estar em consonância com a mesma ideia. ao afirmar que a "Culture, I suggest, has a religious root and a religious meaning". (Cultura, eu sugiro, tem uma raiz religiosa e um sentido religioso ). Afastar-se dessa origem certamente impõe perigos iminentes. Aliás, tal foi a perigosa proposta de Karl Marx ao se definir, ou sugerir, por uma radical exclusão do conteúdo religioso da cultura na sua concepção da história. Isso nós veremos através da análise do pensamento dos membros da Escola de Frankfurt, e de ANTONIO GRAMSCI, onde o Marxismo Cultural adquire uma nova perspectiva e avança impiedosamente na direção do esvaziamento do conteúdo religioso da hisória e da cultura.É o que veremos a seguir.
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