PROCESSOS QUE ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 14 H
Livros e ideias
antagônicas e seus efeitos sobre as novas gerações.
De uma forma ou de outra o confronto
de ideias vai sempre ocorrer dentro do que sugestivamente alguém chamou de
mercado de ideias. E isso se traduz por meras circunstâncias ou por
circunstâncias meramente inesperadas, dentro do mover dialético da história.
Para uns acontece de uma forma e para outros acontece de forma diversificada.
Exemplo disso foi o que ocorreu com Paulo em Atenas, na praça ateniense de Mars
Hill, ou Areópago. Ou o que ocorreu com Machiavelli em sua vida pessoal e
politicamente conturbada. A partir de Paulo nós podemos traçar os caminhos
embrionários da Doutrina Cristã em formação, quando ele percebe que ao pregar o
Evangelho no meio acadêmico/filosófico de Atenas, nasce a Teologia (ou o
confronto de idéias entre Filosofia e Teologia, como já dissemos), que surge do
questionamento intuitivo, auto-consciente em que a mente humana se pergunta “o
que é Deus” ou “quem é Deus”, ou “ existe Deus além da mera idolatria?” Naquele
instante Paulo lançou na mente filosófica o germen do questionamento
teologico. Existe, no entanto, um forte
componente irracional que se limita a negar ou a se esquivar do questionamento
racional, propondo-se o desvio epistemológico da razão, aleatoriamente, talvez
por mera autonomia da mente liberal. Francis Schaeffer expressa isso muito bem
em “ESCAPE FROM REASON”. Mas Schaeffer atribui a Thomas Aquinas a responsabilidade por tal desvio da mente
racional humana, na direção do que ele chama de “ Humanismo autonomo, uma filosofia autonoma”, apesar de que
Schaeffer se limita a analisar tal fenomeno apenas a partir dos primordios da
Europa do Sec. XIII. (cf. Escape from Reason, by Francis Schaeffer pg. 13) No entanto, bem
sabemos que a Filosofia Grega, já no tempo do Apóstolo Paulo, no primeiro
século da Era Cristã, por questões ligadas à própria autonomia, por deliberada convicção,
ou por uma opção livre, prefere ignorar os ensinamentos paulinos em função de
sua opção pela idolatria aos deuses do
Olimpo. Tal liberdade, ou tal liberalismo autonomo, não deixa de ser
influenciado pelo que muitos denominam erradamente de “LIVRE ARBÍTRIO” da mente
humana. O que Thomas Aquinas fez no século XIII, certamente teria sido feito
pela mente ativa, auto-sugestiva e perssuasiva de Satan, que certamente estava
a plenos pulmões trabalhando na promoção de suas idéias contrárias ao Reino dos
Céus, ainda no primeiro século da Era Cristã, e desde a criação do homem. A
proposta de Machiavelli foi de outra natureza, qual seja, sócio-histórico-político/filosófica.
E nela, o ambiente cultural em que se desenvolveu traduz seu momento histórico,
seu profundo envolvimento com a política na província de Florence, e em toda a
Itália e Europa, seu conhecimento pessoal com as coisas da política como
reflexo de sua experiência, suas indagações acerca de sua própria condição de
intelectual profundamente envolvido com o estado, e sua necessidade intrínseca
de se envolver novamente com aquele mundo, onde estava em jogo até mesmo sua sobrevivência
pessoal. Alguns afirmam que ao escrever O PRINCIPE Machiavelli tencionava, numa
espécie de aplicação para trabalho, atrair a atenção de Lorenzo de Medici para
a recuperação de seu cargo no governo, coisa que jamais ocorreu enquanto vivo.
Mas o reconhecimento da importância de seu livro veio mais tarde com a
publicação póstuma de O PRINCIPE. No entanto, O PRINCIPE é a expressão máxima do mal social e histórico sendo
aplicada como métodos de governabilidade
sobreposto ao ideal no estado e na pessoa do príncipe, e dos governantes, na
manutenção do poder político. Mas,
no consenso geral, os princípios maquiavélicos são ainda amplamente usados
hoje, quer nos altos escalões da política de estado, quer no consenso geral da
competitividade administrativa entre líderes ou meros competidores potenciais.
E prova disso é a evidência de um suposto e aparente comportamento maquiavélico
que muitas vêzes simula estratégias de domínio através de qualquer tipo de
argumentação mundana, mentiras, artimanhas e um jogo de ideias e argumentos
discriminatórios, com meros intuitos de prevaricação e dominância na obtenção e
manutenção de poder. São características do pensamento de Machiavelli: a
criação do interesse pessoal voltado para o poder, a busca de posição e
argumentação ou contra-argumentação nas idéias de ambição política. E além
disso o cinismo amoral que suporta o conceito de que os fins justificam os
meios, mesmo que para isso os argumentos e métodos sejam induzidos à corrupção
e à injustiça. Não é por similitude ou
por mera coincidência que o ideais satânicos se identificam com as
propostas maquiavélicas. Nesses 500 anos que separam a morte de Machiavelli e
os dias atuais pós-modernos, muitos foram os influenciados pelo pensamento de
Machiavelli, ao que chamaremos de Doutrina
Machiavelli. Em oposição à
Doutrina Cristã, podemos dizer. O que observamos hoje, quando aplicamos o
evangelismo, as idéias eternas do Evangelho de Jesus, é que existe atualmente
esse substrato cultural e ideológico maquiavélico profundamente arraigado à
mente das pessoas, bloqueando a penetração dos ideais do Reino em suas mentes.
Bloqueio esse que poderá apenas ser rompido com a força espiritual do poder de
Deus, através do Espírito Santo. De
outra forma, podemos afirmar sem sombra de dúvidas, que a influência das idéias
perssuasivas de Satan também estão atuando poderosamente no mundo hoje, impondo
restrições profundas à mente humana, no sentido de desviá-la na direção oposta
aos ideais cristãos pregados por Jesus Cristo, o que prefigura o confronto de
forças opostas em colisão direta. Com a Palavra de Deus, Jesus prega o Reino
dos Céus, e com seus ideais políticos voltados para o poder temporal, secular,
Satan busca impor sem restrições os ideais do Reino das Trevas a ser
estabelecido no “século”, numa proposta insistente de poder político/cultural/histórico/temporal
e ao mesmo tempo, sem sustentação.
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