Sunday, July 17, 2016

PROCESSOS QUE ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 14 J
FILOSOFIAS,  IDEIAS E LIVROS INFLUENCIANDO A MENTE HUMANA. O AGNOSTICSMO.

Mesmo que Schaeffer tenha se esmerado em mostrar a mudança no pêndulo da cultura particularmente através de uma análise da teologia da Europa de Thomas Aquinas  (ou Thommaso d’Aquino, Italia, 1225-1274), em que a mente se desvia para uma abordagem cultural naturalística e autonoma em relação à graça divina, através da história nos primórdios do século XIII, também os gregos de Atenas, - obviamente por não terem tido ainda ciência do Evangelho de Jesus -, também divagavam através do desvio em sua mente racional, em busca do que sua mente determinava autonomamente. Isso é claramente observado quando nos detemos na análise histórica do livro de Ato dos Apóstolos e nas Epístolas escritas por Paulo de Tarso. “The Gospel in The Market Place of Ideas”,  admite à página 13, que quando Paulo se encontra em Atenas, não foi com o propósito específico de pregar o Evangelho, mas ele não perdeu tal oportunidade. Afligido pelo que estava ocorrendo em Atenas, onde uma falsa religião pregava a idolatria a deuses de pedra, num ambiente agnóstico considerado como o centro do nascimento da Filosofia Grega, Paulo se detinha a falar àqueles que se ocupavam em buscar pelo conhecimento do Deus verdadeiro, mesmo que houvesse uma tendência cultural hegemônica em se preservar e perseguir os valores filosóficos apregoados por filósofos gregos, como Platão,  Aristóteles e muitos outros. Mas Paulo não foi a Atenas aleatoriamente, ou seja, sem propósito. Da mesma forma como Deus nos envia ao campo missionário, da forma como enviou Moisés ao Egito, Jonas a Nínive, e Jesus ao Mundo, Paulo lançou a semente da verdadeira inspiração racional da Palavra, na mente daqueles que certamente influenciariam e influenciaram o Mundo. A rejeição da Palavra, no entanto, é algo que nos deve incomodar. E a Bíblia faz alusão a tal rejeição como uma realidade sintomaticamente real. Isso podemos ver em João 3:19-21, em 1 Tessalonissences 4:8 e em outras referências bíblicas, onde nos referimos a Jesus como a Palavra de Deus e a Luz do Mundo.  Tal rejeição é histórica, real, e persiste desde o princípio, protagonizada pelo príncipe das trevas, que usa e abusa dos direitos que lhe foram outorgados pelos próprios seres humanos. Por que motivo a mente humana rejeita a Palavra de Deus? Por vários motivos: 1. Primeiro porque existe no mundo uma forte rejeição em função da oposição de forças em colisão constante, rejeição que veio ao mundo através da primeira rejeição causada pelo pecado de Adão e Eva. 2. Segundo porque eles amam seus pecados e odeiam estar expostos pela luz de Deus. A Luz de Deus que se chama Jesus Cristo. Quando João introduz a Jesus como a Luz do mundo em Jo. 1:4-5, não é possível que exista cohabitação de Luz e trevas. E qualquer mancha de pecado, trevas, dentro do coração do homem, é força suficiente para nos afastar de Cristo em rejeição. Nesse sentido entendemos o pecado de Adão e Eva como força mínima de rejeição, suficiente para o afastamento de Deus, na rejeição da Palavra, a partir do instante dentro do tempo e da história em que o homem cai ao negar o próprio Deus. O que nos resgata das trevas para a Luz, é a própria Luz de Deus chamada Jesus Cristo. Não há NADA que o homem possa fazer de si mesmo, a não ser voltar-se para Jesus em arrependimento e aceitá-lo como A Luz que nos liberta das trevas e nos salva. Não existe humanismo salvífico. E até mesmo esse voltar-se para Jesus, é ação do próprio Espírito de Deus, e não ato da mente humana. A rejeição subsiste como força poderosa de rejeição, uma força negativa, satânica, que atua contra a Luz de Deus no coração daqueles que a rejeitam, como força negativa que por si mesma é uma força de rejeição. Não existe pecado que opera na direção de Deus. Mas Deus opera na direção contrária a todos os pecados. E a única força contrária ao pecado, positiva e capaz de resistir e vencer a força negativa das trevas, é o poder da Luz em Jesus Cristo. Schaeffer descobre que o poder da rejeição da Luz no coração humano, foi primariamente causado e patenteado pela rejeição da graça de Deus, dentro da cultura humana, sob influência da Teologia Tomista.  É evidente que à primeira vista, analisando a história do esvaziamento da graça pelo pecado humano, é quase impossível deixarmos de analisar a história da rejeição da graça sem nos voltarmos ao livro de Genesis, e à Atenas do tempo de Paulo. A mente humana permitiu historicamente, preservar um resquício de autonomia humanística e naturalistica, onde o centro da razão humana se volta sobre si mesma e sobre a preservação ou exposição do homem como fundamental e central. O homem ( ou o ser humano ) se torna autonomo enquanto se absorve como figura central, voltado sobre si mesmo, destituido da Imagem de Deus que existe nele próprio. E isto, em outras palavras, soa como nihilismo, como liberalismo teológico e filosófico, como gnosticismo dentro da Igreja Cristã do século 2 da era cristã, ou até mesmo como o agnosticismo no século XIX ou ateísmo como uma força que rejeita a Deus como incapaz de ser conhecido. Portanto, o que existe é apenas o homem destituído de Deus, dentro da sua história, dentro e em relação ao seu milieu cultural.

Os gregos, essencialmente agnósticos, sob influência de Protágoras ( no 5º século BC.) admitiam apenas conhecer a deuses que pudessem ser representados fisicamente na forma de estatuas. Paulo teve por evidente que a existência da estátua (não-existente) ao deus desconhecido, era prova suficiente de  que um deus existia inacessivel ( que não podia ser conhecido, e portanto, agnóstico ) e que isso lhe abriria caminho para que o próprio DEUS invisível pudesse se manifestar através da presença real do Espírito de Deus. Isso obviamente jamais o teria impedido de pregar o verdadeiro Deus, da forma como fez. O conceito da ideologia materialista apregoada por Karl Marx, prega o esvaziamento do conteúdo religioso da cultura como um todo, em lugar do conteúdo religioso e espiritual da cultura humana, que existe e subsiste desde os primordios da história da formação cultural humana. Em outras palavras Marx defende em sua dialética materialista, que a cultura deve se esvaziar de seu conteúdo religioso, porque a religião foi criada pelo homem e que por isso pode ser abolida por ele mesmo. Nesse sentido Marx percebe, bem anteriormente a Schaeffer, que a cultura também pode ser transformada, enquanto se destitue da religião, ou da graça, como supostamente nos deu a entender Thomas Aquina, a fim de que os seus ideais ateus possam sobreviver.     

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