PROCESSOS QUE
ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 14 J
FILOSOFIAS,
IDEIAS E LIVROS INFLUENCIANDO A MENTE HUMANA. O AGNOSTICSMO.
Mesmo que Schaeffer tenha se esmerado em mostrar
a mudança no pêndulo da cultura particularmente através de uma análise da
teologia da Europa de Thomas Aquinas (ou
Thommaso d’Aquino, Italia, 1225-1274), em que a mente se desvia para uma
abordagem cultural naturalística e autonoma em relação à graça divina, através
da história nos primórdios do século XIII, também os gregos de Atenas, - obviamente
por não terem tido ainda ciência do Evangelho de Jesus -, também divagavam
através do desvio em sua mente racional, em busca do que sua mente determinava
autonomamente. Isso é claramente observado quando nos detemos na análise
histórica do livro de Ato dos Apóstolos e nas Epístolas escritas por Paulo de
Tarso. “The Gospel in The Market Place of Ideas”, admite à página 13, que quando Paulo se
encontra em Atenas, não foi com o propósito específico de pregar o Evangelho,
mas ele não perdeu tal oportunidade. Afligido pelo que estava ocorrendo em
Atenas, onde uma falsa religião pregava a idolatria a deuses de pedra, num
ambiente agnóstico considerado como o centro do nascimento da Filosofia Grega,
Paulo se detinha a falar àqueles que se ocupavam em buscar pelo conhecimento do
Deus verdadeiro, mesmo que houvesse uma tendência cultural hegemônica em se
preservar e perseguir os valores filosóficos apregoados por filósofos gregos,
como Platão, Aristóteles e muitos outros.
Mas Paulo não foi a Atenas aleatoriamente, ou seja, sem propósito. Da mesma
forma como Deus nos envia ao campo missionário, da forma como enviou Moisés ao
Egito, Jonas a Nínive, e Jesus ao Mundo, Paulo lançou a semente da verdadeira
inspiração racional da Palavra, na mente daqueles que certamente influenciariam
e influenciaram o Mundo. A rejeição da Palavra, no entanto, é algo que nos deve
incomodar. E a Bíblia faz alusão a tal rejeição como uma realidade
sintomaticamente real. Isso podemos ver em João
3:19-21, em 1 Tessalonissences 4:8
e em outras referências bíblicas, onde nos referimos a Jesus como a Palavra de
Deus e a Luz do Mundo. Tal rejeição é
histórica, real, e persiste desde o princípio, protagonizada pelo príncipe das
trevas, que usa e abusa dos direitos que lhe foram outorgados pelos próprios
seres humanos. Por que motivo a mente humana rejeita a Palavra de Deus? Por
vários motivos: 1. Primeiro porque
existe no mundo uma forte rejeição em função da oposição de forças em colisão
constante, rejeição que veio ao mundo através da primeira rejeição causada pelo
pecado de Adão e Eva. 2. Segundo porque
eles amam seus pecados e odeiam estar expostos pela luz de Deus. A Luz de Deus que se chama Jesus Cristo. Quando João introduz
a Jesus como a Luz do mundo em Jo. 1:4-5, não é possível que exista cohabitação
de Luz e trevas. E qualquer mancha de pecado, trevas, dentro do coração do
homem, é força suficiente para nos afastar de Cristo em rejeição. Nesse sentido
entendemos o pecado de Adão e Eva como força mínima de rejeição, suficiente
para o afastamento de Deus, na rejeição da Palavra, a partir do instante dentro
do tempo e da história em que o homem cai ao negar o próprio Deus. O que nos
resgata das trevas para a Luz, é a própria Luz de Deus chamada Jesus Cristo.
Não há NADA que o homem possa fazer de si mesmo, a não ser voltar-se para Jesus em arrependimento e aceitá-lo como A Luz que
nos liberta das trevas e nos salva. Não existe humanismo salvífico. E até mesmo
esse voltar-se para Jesus, é ação do
próprio Espírito de Deus, e não ato da mente humana. A rejeição subsiste como
força poderosa de rejeição, uma força negativa, satânica, que atua contra a Luz
de Deus no coração daqueles que a rejeitam, como força negativa que por si
mesma é uma força de rejeição. Não existe pecado que opera na direção de Deus.
Mas Deus opera na direção contrária a todos os pecados. E a única força
contrária ao pecado, positiva e capaz de resistir e vencer a força negativa das
trevas, é o poder da Luz em Jesus Cristo. Schaeffer descobre que o poder da
rejeição da Luz no coração humano, foi primariamente causado e patenteado pela rejeição
da graça de Deus, dentro da cultura humana, sob influência da Teologia Tomista.
É evidente que à primeira vista,
analisando a história do esvaziamento da graça pelo pecado humano, é quase
impossível deixarmos de analisar a história da rejeição da graça sem nos
voltarmos ao livro de Genesis, e à Atenas do tempo de Paulo. A mente humana
permitiu historicamente, preservar um resquício de autonomia humanística e
naturalistica, onde o centro da razão humana se volta sobre si mesma e sobre a
preservação ou exposição do homem como fundamental e central. O homem ( ou o
ser humano ) se torna autonomo enquanto se absorve como figura central, voltado
sobre si mesmo, destituido da Imagem de Deus que existe nele próprio. E isto,
em outras palavras, soa como nihilismo, como liberalismo teológico e filosófico,
como gnosticismo dentro da Igreja Cristã do século 2 da era cristã, ou até
mesmo como o agnosticismo no século XIX ou ateísmo como uma força que rejeita a
Deus como incapaz de ser conhecido. Portanto, o que existe é apenas o homem
destituído de Deus, dentro da sua história, dentro e em relação ao seu milieu
cultural.
Os gregos, essencialmente agnósticos, sob
influência de Protágoras ( no 5º século BC.) admitiam apenas conhecer a deuses
que pudessem ser representados fisicamente na forma de estatuas. Paulo teve por
evidente que a existência da estátua (não-existente) ao deus desconhecido, era
prova suficiente de que um deus existia
inacessivel ( que não podia ser conhecido, e portanto, agnóstico ) e que isso
lhe abriria caminho para que o próprio DEUS invisível pudesse se manifestar
através da presença real do Espírito de Deus. Isso obviamente jamais o teria
impedido de pregar o verdadeiro Deus, da forma como fez. O conceito da
ideologia materialista apregoada por Karl Marx, prega o esvaziamento do
conteúdo religioso da cultura como um todo, em lugar do conteúdo religioso e espiritual
da cultura humana, que existe e subsiste desde os primordios da história da formação
cultural humana. Em outras palavras Marx defende em sua dialética materialista,
que a cultura deve se esvaziar de seu conteúdo religioso, porque a religião foi
criada pelo homem e que por isso pode ser abolida por ele mesmo. Nesse sentido
Marx percebe, bem anteriormente a Schaeffer, que a cultura também pode ser
transformada, enquanto se destitue da religião, ou da graça, como supostamente nos deu a
entender Thomas Aquina, a fim de que os seus ideais ateus possam sobreviver.
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