Sunday, February 23, 2014

Apologetica 3 – A Caminho da Revelação.  ( parte A )
Para esta terceira parte de nosso estudo em Apologetica, faremos uma análise correlacionada , e ao mesmo tempo paralela em pelo menos cinco livros das Escrituras, quais sejam:  o livro de Genesis, o livro do Evangelho de Joao, o livro de Atos dos Apostolos e 1 Corintios 12, 12-31, (veja tambem Ef. 1:22-23 ) e finalmente o livro de Apocalipse ou Revelação de Jesus Cristo.  A estes 5 livros citados poderemos eventualmente nos referir tambem ao livro do profeta Daniel, desde que ele também profetizou acerca de eventos escatologicos, ( relativos ao fim dos tempos ) e por este e outros motivos não podemos separar a missão da Igreja de sua destinação profética e escatologica. Mostraremos então um mosaico de livros correlacionados, nos quais o tema que nos vai chamar mais a atenção é a relação organica entre um livro e outro, concernente ao tema da igreja, á tipologia da igreja, á sua formação á medida que o povo Hebrew/Judeu se preparava para receber o Messias no Antigo Testamento, e á historia da formação da Igreja no Novo Testamento, com o Messias vivo, presente no meio do povo. Mas, neste particular, não estaremos interessados na “historia” da igreja em si, como se fossemos adentrar na historia da igreja primitiva em seu aspecto meramente historiografico. O que vai nos interessar mais neste estudo, é a dimensão das demandas de Jesus Cristo á sua Igreja como sal da Terra e luz do mundo, a igreja como a noiva do cordeiro, o corpo de Cristo espalhado pela Terra, dentro de uma perspectiva mais profundamente escatologica. No texto anterior ( Apologética 2 ), nós nos referiamos á união espiritual entre dois ou mais reunidos em o nome do senhor Jesus, como uma união pré-corporativa, porque ela é acima de tudo espiritual. Uma união corporativa, como já mencionamos, implica na união estrutural entre membros de um corpo empresarial em união com outras entidades empresariais, abrangendo uma perspectiva global ou multinacional. Na Igreja, além deste sentido, - que também atinge uma dimensão global -, ela acontece anteriormente ao corporativismo estrutural ou empresarial, porque segue um modelo baseado na união espiritual original entre dois de seus membros e a presença espiritual de Jesus, que lhe dá unidade e identidade espiritual e ekklesiastica como Igreja. Portanto, não se trata do corporativismo histórico e sócio-politico, mas a presença viva da Igreja, no mundo, já em formação a partir da união espiritual com Jesus.  A idéia de que o Apóstolo Paulo assumira uma postura corporativista traduzida pelo que ele disse em 1 Co. 12,12-31, muitas vezes é entendida erroneamente, mesmo porque a menção que ele faz de “corpo”, assume uma dimensão essencialmente espiritual. Paulo não perdeu ao escrever suas cartas, a visão universal da igreja em sua missão eclesiastica, que a faz compartilhar sua identidade comum a todas as outras igrejas cristãs ( Cf. The Hidden Lives of Congregations, pg 44 ). Nem se propos a se afastar das funções primárias da Igreja (idem, pg 44 ), quais sejam, adoração, convivencia fraterna, ensino, proclamação e ministério sacerdotal. Mas, a idéia mais forte e estruturada  na Palavra de Deus, é a de que Igreja e Jesus são a mesma “coisa”. ( Para maiores insights sobre o tema, veja o artigo de Andrew Sullivan in “Newsweek” de Abril de 2012, sob o título “Christianity in Crisis”  , citado por Bobby E. Mills in “Corporate Christianity: How double minded Pastors are Hi-jacking Christianity” , MJ.Publishing, NY.USA 2013, pg. 10 ) O livro de Lucas, Atos 9:5, tambem se refere a esta idéia de identidade espiritual entre Jesus e a Igreja, referindo-se a Paulo a caminho de Damasco. Aliás, nesta quebra de propostas, Jesus rompe com uma intensão, ao bloquear o coração de Saulo na direção do mal, - que representa o odio e o expansionismo politico do Imperio Romano, ou o paradigma do secularismo geopolitico que caracteriza a plenitude do tempo, em todos os tempos, contra o Cristianismo, - para insuflar-lhe uma nova dimensão e conversão, a de que  Ele, Jesus e a Igreja perseguida por Saulo, são uma e a mesma pessoa.  Duas idéias antagonicas e paradoxais em confronto: a ideia do expansionismo geopolitico do Imperio Romano levada a termo no coração assassino e militarista de Saulo,  e a proposta espiritual de Jesus ao estabelecer a idéia, o conceito do Reino de Deus definido pela identidade pessoal/espiritual de Jesus Cristo com sua Igreja.  Saulo se transformou em Paulo, e se tornou o maior de todos os missionarios de que se tem noticia na historia da Igreja neotestamentaria. Em outras palavras, Jesus se recusa a aceitar a cultura do Império Romano na mente e no coração de Paulo. Isto quer dizer também que em um sentido, não existe cristianismo cultural, ou seja, Paulo nasceu de novo do Espirito abolindo de si toda a herança cultural até então existente em sua vida. A cegueira de Paulo após a queda representa estar cego, fechar os olhos para a cultura pagã e leviana do  Imperio Romano, obviamente fruto da ação espiritual de Jesus. Da mesma forma como Jesus aceitou beber água no pote oferecido pela mulher samaritana junto ao poço de Jacó, Jesus quis dizer-lhe que “esta cultura é sua,  e não pertence ao meu Reino.” Paulo realmente se converteu.  E nesta conversão, o corporativismo cristão e paulino atingiu uma expressão definitiva.  Antes de adentrarmos no estudo relativo ás demandas que Jesus Cristo faz e fez á Sua igreja, vamos ver primeiro esta questão do corporativismo Paulino, que nos intriga um pouco. Corporativismo não cultural ou não-politico-social que faz sentido na dimensão missionaria do ministério paulino. Mas a conotação do termo que comumente vemos sendo aplicada, se refere mais a seu aspecto secular, ou ao corporativismo materialista dos negócios do setor privado, por exemplo,  que gera um corporativismo individualista e financeiro. ( p/ maiores detalhes veja “Corporate Christianity: how Double Minded Pastors  are hi-jacking Christians”, pg 12-18 ) Cremos que Paulo ja percebera isto estampado na face da cultura de seu tempo, no expansionismo, no  paganismo e na leviandade da cultura do imperio Romano, no que ele próprio trazia como bagagem intima, por ter sido um official do Império e por ter tido, então, olhos pra enxergar a transformação que ele sofreu á vista do Espirito que o guiava. E isto difere em essencia ao significado do termo aplicado á Igreja do Senhor Jesus, o propósito espiritual da igreja, principalmente traduzido por Paulo no livro de 1 Cor. 12, 12-31. O corporativismo paulino expressa significativamente o que o próprio Jesus demanda para a Sua igreja espalhada na face da Terra: Unidade na diversidade, abolir a cultura do tempo na conversão ao Cristianismo, o que é essencialmente o que Paulo aprendeu do Senhor acerca da dinamica do corpo de Cristo, a Igreja, o que traduz a essencia própria da Trindade Divina. Unidade espiritual em Cristo e diversidade de dons e frutos no Espirito. Na verdade o que Deus quer para o seu povo, é imprimir seu próprio carater áqueles que terão convivencia eterna consigo próprio. Isto nós vemos traduzido no livro de Efésios, 1, 22-23, nas palavras duras do próprio Paulo, ao expressar o poder que foi conferido por Deus a seu filho Jesus Cristo. “ E Deus estabeleceu todas as coisas sob seus pés, e O apontou ( a Jesus ) como o cabeça sobre todas as coisas para a Igreja, a qual é o Seu corpo, sua própria plenitude, o qual preenche todas as coisas em todos os meios”. ( Traduzido do texto da NIV Study Bible, de Efésios 1,22-23.) Em outras palavras, o texto nos diz que, literalmente, o Universo está sob os pés do Senhor Jesus. E este é o poder que abala as estruturas do mundo secular, politizado, corporativista, materialista e satanico. Jesus detem todo o poder em Sua igreja e para a Sua igreja e de acordo com tais palavras ( Efesios 1,22-23. Cf. also Heb. 2:6-9 e 10:13 ), o Filho do Homem governa sobre todas as coisas como O cabeça. Nada realmente pode abalar a estrutura do Corpo de Cristo, a Igreja do Senhor Jesus. Nada escapa ao controle espiritual que existe em Cristo, nem mesmo pecados ocultos, como o materialismo corporativista, as veladas tramas politicas de igrejas pseudo-cristãs, o expansionismo das igrejas politicas, ou a visão materialista de pastores de mentes dúbias. O suposto poder detido por Satanás já foi vencido por Jesus Cristo na cruz do calvário. A partir desse ponto, podemos entender o que Deus quer quando se refere a  “corpo” espiritual, a Igreja, que se traduz na teologia pauliana como corporativismo paulino. No entanto, podemos afirmar  á guisa de explanação, que existe uma deteriorização muito grande desse tipo de corporativismo da Igreja primitiva, traduzido hoje por igrejas que admitem outro tipo de corporativismo materialista, que não tem equivalente no que Paulo pregava. Mas isto é assunto para outro estudo. Cremos que isto responde ás questões que porventura nós proporíamos, para fazer frente ás respostas apologéticas suscitadas neste assunto.  
As demandas que Jesus faz e fez á Sua igreja estão obviamente definidas através das Escrituras (principalmente nos livros do Novo Testamento ) e elas traduzem o poder e a intensão que Ele tem de imprimir Seu carater e seu Espirito á Igreja Cristã espalhada sobre toda a Terra. Demanda significa ir em busca de, pedir, e em outro sentido quer dizer também propor, impor, exigir. Jesus propõe a nós como Igreja, porque Ele, Jesus Cristo, é o CEO in charge de todo o Universo e também da Igreja. CEO quer dizer Chief Executive Officer, ou o Chefe Executivo Oficial, aquele que ordena todas as coisas, O cabeça, O cara. Desta forma, Ele certamente determina o que devemos fazer na Sua Igreja de hoje, como na Sua Igreja primitiva, ou ate mesmo na Igreja do Antigo Testamento, como o Espirito que nos ensina todas as coisas. Quando falamos em Igreja do Antigo Testamento, não se esqueça que as bases espirituais da Igreja começaram no Jardim do Eden, com o propósito divino estabelecido para toda a eternidade, quando Jesus se torna o Deus relacional com sua criação, ao estar presente como Emmanuel, no meio de sua criação, como proto-igreja corporativa, imagem e semelhança, homem e mulher. 
A começar com o Evangelho de Mateus, nós observamos que Jesus deixa claro aos seus discipulos, e a todos aqueles que O amam, o que Ele nos transmite como demanda á sua Igreja espalhada em toda a Terra.  Mas, está em João, no Evangelho escrito por Ele, o foco de nossa atenção maior. Uma das carcateristicas desse evangelho, além de muitas outras concernetes á pessoa de Jesus, é que João não se identifica pelo seu nome, mas, pelo contrário, se revela como “ O discipulo que Jesus amava”. Isto é sintomático, é revelador, pois descreve uma declaração de amor (Agape) entre Criador e a criatura, ao mesmo tempo em que faz conexão entre tres dos mais extraordinários livros da Palavra de Deus: Genesis, Evangelho de João e Apocalipse. Vamos explicar. O que Deus fez por Amor a nós, não só nos criando, foi ter-se revelado após o ato da criação do primeiro casal. No Jardim do Eden Jesus estava presente caminhando na viração do dia, ( “ Deus caminhava no jardim, no frescor do dia” – Gen. 3:8 ) e se relacionando em Amor (Agape) com Adão e Eva, estabelecendo as bases espirituais da Igreja, para toda a eternidade; Deus, o criador se relacionando com suas criaturas. Assim é a Igreja, Deus presente em nosso meio, se identificando conosco e nos tornando unidos a Ele. ( Cf. Efesios 4:3-5 ) As epistolas paulinas sao neste sentido, um tesouro de Deus revelado a nós, membros do Corpo de Cristo.  João estabelece esta conexão espiritual extraordinária, ao se posicionar como alguem que Jesus amava, e além disso, ele faz esta conexão sutil e reveladora entre as primeiras palavras de seu Evangelho, “ No Principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” , e as primeiras palavras do livro de Genesis, “ No principio Deus criou os ceus e a Terra...”,  ( A Palavra “Elohim” em hebraico, em Genesis 1:1 está no plural, no texto original hebraico. ) para nos dizer que no principio da criação Jesus ( o logos, o verbo, a palavra, o conceito, a razão de Deus)  já estava presente.  Para os Estoicos, ainda no 3º. sec. antes de  Cristo, a palavra Logos, era usada para designar em escala cósmica a razão que dava ao mundo, ao Universo, ordem, significado e congruencia, uma das razões pelas quais o verso 9 e 10 de João 1,no original grego, apresenta a palavra Kosmos, para designar Mundo, Cosmos ou World  – ( Referir-se a “Reading the Gospel of John – An Introduction” by Kevin Quast, Paulist Press NY.NY USA. 96, e ao Texto Original Grego, The Greek New Testament, versão digital p/ o Kindle, do texto de Stephens/Estienne/Stephanus of 1550/51, FHA Scrivener, 1860 ). Foi por AMOR que Deus nos criou. Foi por AMOR que Deus se revelou a nós e foi também por AMOR que Deus nos revelou seu Filho Jesus Cristo, conforme João 3.16.  (Referir-se ao livro “ The Gospel and Epistles of John – A concise Commentary” by Raymond E. Brown, pg. 21, The Liturgical Press, Union Theological Seminary, NY. NY USA.) João faz questão de se colocar no centro da atenção do AMOR de Jesus ao se identificar como alguem a quem o Mestre Amava, o que identifica a profundidade e a consistencia do amor de Deus revelado na criação, e no Evangelho do próprio João, onde ele traz á tona, a lembrança do amor de Deus em Cristo.  João estabelece identidade espiritual entre o livro de Genesis e a revelação que lhe é conferida no Evangelho que leva seu nome, pra nos dizer que o propósito de Deus estabelecido para a Igreja em Genesis, continua no Novo Testamento, na Nova Aliança em Cristo, assim como até o fim dos tempos, na dimensão escatologica da Igreja, no livro de Apocalipse, também “escrito” por Joao( melhor seria se nós  dissessemos “revelado” a João ). ( A questão da revelação de Deus na Palavra é algo simplesmente extraordinário, pois nos fala não somente da densidade da revelação em si, mas destaca o amor de Deus a quem a revelação é dirigida, e a quem Deus se faz revelar, e isto mostra que o amor de Deus é direcionado especialmente,  primeiro a quem a revelação é feita, e em seguida, para quem a revelação é direcionada. Isto vem caracterizar que o AMOR de Jesus direcionado a João,- como o discipulo amado por Jesus, - produz, e identifica a profundidade do amor de Deus para com Sua igreja, ao permitir a revelação profunda de Deus á Sua Igreja nos tres livros mencionados. A proposito, o livro de Apocalipse tambem é conhecido como a “Revelação de Jesus Cristo que lhe foi dada por Deus para mostrar a seus servos (nós) o que em breve acontecerá” ).  A escolha que recaiu sobre João na revelação do profundo amor de Deus por nós, se manifestou a toda a Igreja através das revelações feitas também por Jesus a João no livro de Apocalipse. Portanto, a profundidade do Amor de Deus é distinta, primeiro na Criação, depois continua no discipulado de Jesus em João, e terceiro na Igreja, revelado pelo amor de Jesus á Igreja, no livro de Apocalipse, no cuidado com que Jesus se revela e se refere a todas as Igrejas padrão ou padadigmaticas.  Não há duvidas de que a Igreja do Senhor Jesus é vitoriosa em Cristo, em Unidade com o Espirito, até o fim dos tempos. Em todos os livros da Biblia percebe-se claramente a manifestação da pessoa de Jesus como o Messias prometido. Mas em João, nós vemos a presença viva do amor de Jesus manifesto pela revelação de Deus, continuada também no livro de Apocalipse. João como que estabelece um elo de unidade entre extremos da Palavra, ou seja, o livro de Genesis, O Evangelho de João e o Livro de Apocalipse. Em João 1:18, Jesus fala do estreito relacionamento existente entre o Pai e o Filho, fazendo manifesto o carater relacional que Deus estabelece desde toda a eternidade entre o Pai, o Filho e o Espirito Santo, o que se torna patente e manifesto em Genesis 1 e em 3:8 e na relação dialogica entre Deus e suas criaturas atraves dos primeiros capitulos de Genesis. E isto é manifesto em todos os livros do Novo Testamento. Não temos duvidas de que o mesmo ocorreu com Paulo a caminho de Damasco, em que o AMOR de Jesus o surpreendeu, dando-lhe ampla e profundamente a graça de receber de Jesus o poder de ter manifesto em seus livros ( os Livros escritos por Paulo ), profunda revelação das verdades inspiradas pelo AMOR de Jesus. O Deus que nos ama, é o Deus que se revela a nós todos os dias.E esta é certamente uma demanda de Jesus, a mais importante. O AMOR. Veja em João 13:34, 1 Jo 2:15; 1 Jo 3:11-15 ( onde João se refere ao livro de Genesis para falar de amor, desde o principio.) e através de toda a Biblia, onde a palavra AMOR é uma das mais citadas. 
No entanto, mais extraordinária ainda é a conexão que espiritualmente João estabelece entre os livros de que fizemos menção anteriormente. Todos nós sabemos que o primeiro casamento, foi orquestrado e celebrado por Deus no livro de Genesis, entre Adão e Eva. Sendo esta, aliás, uma das razões pelas quais Deus criou a mulher, para perpetuar a semente da mulher através da geração da criação por todo o Reino dos Céus. Isto, na verdade, dá testemunho do poder da sexualidade humana na criação do primeiro casal. Providencialmente, no entanto, o que se mostra significativo no Evangelho de João, é a menção que ele faz, logo no capítulo 2 do Evangelho, da realização do primeiro milagre operado por Jesus. Exatamente numa festa de casamento. Deus parece nos dizer em Cristo, que Ele quer transformar esta realidade “casamento”, através da transformação da água em vinho. Numa interpretação alegórica, bem ao estilo das narrativas parabólicas expressas pelo próprio Jesus nos Evangelhos, esta narrativa é unica, o que significa que não existe nos outros 3 evangelhos uma correspondencia sinótica ao primeiro milagre de Jesus. Alegórica, porque nos permite explorar a dimensão simbólica dos elementos envolvidos na narrativa, tais como a água, o vinho, os potes de pedra, o limite atingido pelo liquido dentro da capacidade dos jarros, o próprio casamento em si, o numero de potes, e a dimensão do poder de Jesus em transformar alguma coisa em outra. Em resposta ao pedido de sua mãe, mas em conexão com sua obediencia ao Pai, Jesus provê vinho em abundancia. E neste particular, desde que vinho simboliza o Espirito, podemos supor, alegoricamente, que as Bodas de Caná, que representam a celebração do Amor entre homem e mulher, são tidas como prioritárias no dispender de Sua graça abundantemente, ao produzir, ou manifestar a dávida do Espirito através da abundancia do vinho numa cerimonia de casamento. Podemos supor com isto, que já durante a criação do primeiro casal no Eden, Jesus já havia estabelecido o dispensar de Sua graça abundantemente a Adão e Eva, como forma de estabelecer a total extensão da graça de Deus ao Reino dos Céus que se iniciava, na sua dimensão mais pura e eterna, aqui mesmo na Terra,no casamento  entre Adão e Eva. Mas, é  importante que se note, na Terra não contaminada pelo pecado. João pode nos revelar isso de modo unico em seu Evangelho.  
O que ocorre com o Livro de Apocalipse de modo não simplesmente alegorico, mas numa dimensão profética e escatológica, é que as Bodas do Cordeiro de Deus com Sua Noiva, a Igreja, vai finalmente ocorrer.  “Come, I will show you the bride, the wife of the Lamb.” NIV. ( Venha, Eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro”.) Apocalipse, capitulo 21:9.  A partir de Genesis,  Exodus e continuando atraves da Palavra ate ao Livro de Apocalipse, vemos extensivamente a citação de referencias biblicas sobre o rejubilo da Noiva do Cordeiro, á espera do grande dia das Bodas, o tão esperado dia subitamente interrompido com o pecado de Adão e Eva ainda no Eden, mas retomado com a promessa de enviar a Jesus Cristo, a salvação nesta ruptura, na revelação do proto-evangelho de Cristo, feita por Deus em Genesis 3:15. E esta representa uma outra demanda relacionada na Palavra pelo Senhor Jesus, qual seja, a Unidade que sobressai entre Jesus e a Igreja, Sua Noiva.  Esta é a dimensão mais profunda do significado ekklesiastico do que entendemos por Igreja. Igreja de Jesus, sem UNIDADE com o próprio Jesus Cristo, e com os membros do Corpo entre si não é Igreja, como vemos expresso em Efesios 1:22-23, em Atos 9:4, e em outras referencias da Palavra de Deus, tais com 1 Co. 12.12, Fil. 2.2 ( “...sendo UM em espirito e proposito.” ) e muitas outras referencias no AT  e no NT. 
JP. Eduardo.
edsabaute@gmail.com

No comments:

Post a Comment

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...