Wednesday, December 28, 2022

 ESPIRITUALIDADE E COMUNISMO NO BRASIL DE HOJE - 2

O espectro do SISTEMA mostra sua força à medida que os homens, e os partidos de oposição se tornam inativos, e os movimentos populares perdem sua força substancial gradativamente, pelas seguintes razões: 1). as motivações que levam a oposição a se sentir enfraquecida, não são substanciais, não são baseadas em argumentos politicamente indestrutíveis, mas se tornam sujeitas à influência aniquiladora da mídia, que exerce um poder manipulador, que constrange e mente aos movimentos populares, pois eles não são orientados por uma liderança solidificada em princípios essencialmente conservadores, que por definição, imprimem PODER não somente a nível linguístico, mas também de orientação política. De tal forma que, a propaganda da esquerda se reveste de intensa ironia, de informações fakes mas que têm poder para corroer as frágeis motivações sustentadas pelos partidos conservadores. E tais partidos parecem não ter poder para confrontar a esquerda, por temer a incosnsitência ou aparente consistência das forças abstraídas do poder sistêmico, em função de sua insegurança íntima. Existem, portanto, dois níveis de poder distintos. Isso demonstra que os partidos de esquerda abusam de sua influência sobre os conservadores, fazendo-os crer que o SISTEMA tem poder absoluto para lhes dar suporte (aos esquerdistas), para impor suas condições, para amedrontar os conservadores ao transmitir uma ideia falsa de que eles tem todo o poder. Existem, no entanto, dois poderes subreptíceis, aparentemente ocultos, representados por duas diferentes e opostas forças espirituais. De um lado o CRISTIANISMO que motiva os conservadores e por outro lado, o SATANISMO motivando os partidos de oposição, orientados pela ideologia do marxismo. Tais forças espirituais não devem ser entendidas como forças políticas mas elas são o substrato ideológico que orienta e imprime força e poder a ambos os partidos em oposição no cenário político. É evidente que ambas as forças espirituais não estão restritas somente ao cenário político brasileiro, mas se inserem também no contexto político de várias nações através do globo, onde quer que existam forças políticas em oposição. 2). A orientação transmitida pelo SISTEMA aos partidos de orientação marxista, não tem consistência, primeiro porque não têm o suporte ideológico baseado e transmitido pela espiritualidade satânica, o que seria uma farsa adimitir;  

Saturday, October 8, 2022

 

ESPIRITUALIDADE  E COMUNISMO NO BRASIL DE HOJE. 1

O Brasil vive hoje numa linha tênue entre espiritualidade e malignidade manifesta acima de tudo pelo confronto visível ante forças de oposição invisíveis. De um lado os que se declaram aliados ao satanismo e os que defendem sua fé no cristianismo. Dentro dessas duas vertentes ideológicas, os partidos políticos se manifestam e se mantém. Aliás, estas são as duas maiores forças "espirituais" que governam a humanidade e que sempre estiveram no comando do desequilíbrio ideológico governando o mundo politicamente. No sentido de que, quando se trata de definir o perfil espiritual de uma nação, os eleitores no Brasil se deixam manipular pela não veracidade dos fatos que subsistem no confronto ideológico. Explico: de um lado um candidato se manifesta favorável ao aborto, à ideologia marxista, à ideologia de gênero e a coisas desse nível intelectual, ao que se incluem a corrupção, e o próprio satanismo,  mas  não se dão conta do que isso representa em termos morais, éticos e espirituais.  Apenas se deixam manipular pelo espectro espiritual que domina sobre suas mentes como forças intrinsecamente antagônicas e indefinidas. Por outro lado, o outro candidato definiu claramente para que veio e o que supostamente o mantém no poder até agora, quando assume claramente seus ideais espirituais e políticos favoráveis à família, à oposição ao aborto, a uma política de oposição à corrupção, e aos ideais claros e bem definidos devotados ao cristianismo. Basicamente esse é o termo de definição que sobressai como espírito de época, como onda de espiritualidade que domina sobre a mente dos eleitores, a linha tênue que tudo orienta e governa no Brasil e no mundo.  


E muitos não se dão conta do que isso representa pois na verdade, essas são as únicas forças que desequilibram o fiel da balança. Não existe hoje, como não existiu no passado, uma terceira força de controle e desequilíbrio que tenha poder para desarticular essas duas grandes forças. Se existem, ou se elas existiram, elas são insignificantes. Esse é em essência o substrato ideológico que governa o espírito - e a mente humana desde o princípio da história:  duas forças únicas e antagônicas que regem e manipulam esse dualismo, sendo elas mesmas o próprio dualismo.  Bem e mal estão  na base do espectro político e espiritual que regem e manipulam a consciência humana de modo imperceptível. E o que rege tal confronto passa a ser definido como ideais conservadores de um lado e ideais pseudo-revolucionários do outro. Isso quer dizer que tais conceitos gerais sobressaem acima da linha tênue, ou seja, são visíveis ou mostrados no topo do iceberg. O que existe no substrato invisível - abaixo da linha tênue escondida no iceberg - é a força de manipulação, ou as duas forças maiores que dominam sobre a mente humana de forma não perceptível. Os partidos políticos se manifestam e subsistem nesse contexto, entre essas duas forças, não apenas por se manifestarem em termos de sua observação política, que opta por uma ideologia ou por outra, através da análise dos movimentos históricos tradicionais, visando apenas seus interesses de poder centrado nas forças de manipulação que os motiva. De tal forma que, os movimentos políticos no Brasil aderem aos movimentos políticos globais, definidos historicamente através da eclosão dos movimentos político-ideológicos que surgem a cada momento histórico.


Tomemos como exemplo, o surgimento dos partidos políticos no Brasil de orientação socialista, a partir do início dos anos 80, que nasceram seguindo a uma tendência da eclosão das ideias marxistas que explodiam por todo o canto na Europa. E os anos 80 foram, essencialmente, no Brasil os anos da eclosão do socialismo brasileiro, em função das ideias marxistas que se espalharam da Europa desde o início do século XX, para o mundo, trazidas para as Américas a partir do remanescente de egressos ideológicos que fugiam da perseguição impingida por outros movimentos político-ideológicos mais significativos. O contexto histórico e cultural do Brasil sempre foi caracterizado por uma profunda miscigenação cultural e religiosa, que originou duas forças essenciais: de um lado a espiritualidade católica deu origem ao conceito de “nação mais católica do mundo” e, aliada ao crescimento das forças espirituais do protestantismo, que contribuíram para criar a força de oposição ao catolicismo, produziram um antagonismo, que resultou em duas forças contrárias, mas sobreviventes até hoje, que se aliavam conscientemente ou não, à adesão a outros movimentos religioso, ou pseudo-religiosos, que formaram o sincretismo religioso no Brasil, desde o início de seus primórdios históricos. Estava criada então, o milieu histórico e político social que daria origem à adesão ideológica dos partidos políticos, orientados para a direita ou para a esquerda, cujo substrato seriam as forças religiosas já existentes, e as forças políticas de esquerda que já buscavam se infiltrar no país. 


Desta forma, temos que no Brasil, a influência do marxismo se insere no contexto do sincretismo religioso, não cristão, e aderente do satanismo, do candomblecismo, do espiritismo etc.,  para se manifestar politicamente e obter a adesão da massa religiosa manipulada e se manifestar como ideologia de oposição aos conservadores, que se dizem aderentes do cristianismo.  Essa é a razão pela qual os dois candidatos majoritários que disputam as eleições de 2022, são definidos essencialmente em suas linhas de adesão antagônicas basicamente definidas por um lado, os CONSERVADORES, representados pelo presidente Bolsonaro, e a oposição intrinsecamente satanista, ou SOCIALISTA representada pelo candidato do Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva. Os demais partidos políticos, de menor expressividade política, se movimentam com uma influência insignificante, dentro do bojo dessas duas grandes forças majoritárias.  Por mais que os socialistas busquem excluir a influência da religião em suas plataformas políticas, eles não o fazem, pois dependem dela para lutar pelo poder no país, muito embora saibamos que as ideias do marxismo da forma como foram concebidas, rejeitem intrinsicamente a religião.  Esse é o perfil do socialismo no Brasil: influenciado por uma profunda miscigenação religiosa, o que o define como um sistema sui-generis, embora miscigenado e confuso.


Sunday, September 4, 2022

trecho de meu novo livro A TERRA DE NODE. sendo publicado ate final de setembro, no Brasil, pela Editora Garcia. . 


 Mas os anjos todos do céu nunca puderam ter a completa noção do poder extraordinariamente grande de Jay. Até àquele ponto, cerca de um terço de todos os anjos já se haviam rendido à implacável sedução de querubim Lúcifer, não que ele fosse um líder político nato, - um líder espiritual, talvez - ou que de si emanassem poderes inexauríveis, ou que sua aparência fosse a mais nobre dentre os de sua classe, ou que suas asas dispostas simetricamente três a três, somadas à beleza dos grandes olhos azuis, fossem-lhe de uma originalidade primorosa. Ou que o brilho ofuscante de luz fluindo de si, fosse a razão maior da atração contagiante. Dentre as múltiplas constantes celestes, a beleza certamente não poderia jamais ser considerada mera variável. Outros anjos eram da mesma estirpe. Anjos, que dentre as nove categorias, eram figuras excêntricas, belos e de poderes extraordinários. A grande distinção aplicada a querubim Lúcifer era a de que seus poderes atingiam uma dimensão hiper extraordinária, no que se refere aos poderes aplicados às nove categorias de anjos criados por Jay, para que a noção de hierarquia dentre os coros angélicos, fossem dignas de distinção e de exclusivo poder, atendendo às funções pertinentes e relativas ao trono. Aquilo era o céu! E lá dentro os ânimos eram outros, a liberdade era absolutamente mais livre e a segurança na tomada de decisões favoráveis a este ou àquele partido era total. Não havia o que temer. Todos estavam no céu e o infinito estava à sua frente. Se Jay não existisse tudo teria sido diferente. Mas Ele estava ali, todos os seres celestiais ali estavam, o Universo estava a um palmo de suas mãos, a invencibilidade, a infinitude, a glória, o poder, a eternidade, o céu! E o ProLu poderia também ter se tornado uma possibilidade real, totalmente viável. Afinal, era apenas um enorme agrupamento de anjos no espaço livre do céu, com possibilidades reais de existência. Obstáculos não existiam, dúvidas não existiam, pesares não existiam, dor não existia, angústia, sofrimento e miséria não existiam, mas a infinita realização de possibilidades reais.

Friday, August 26, 2022

 O CURTA METRAGEM ILHA DAS FLORES - 3

A Constituição mantinha uma série de  prerrogativas não democráticas, que existiram antes  na constituição dita autoritária. Supostamente cria-se que a persistência (não apenas) constitucional da influência dos militares no Brasil, estava aliada ao “imperialismo” americano, que, segundo a mídia e o descontentamento social,  criara o agravamento da disparidade (ou o gap) entre ricos e pobres, o aumento das crescentes ameaças de revolta popular, num país, o Brasil, cuja economia era tida como a maior da América Latina, mas onde a maioria das pessoas vivia em extrema privação. Em função da crescente ameaça da influência do comunismo no país, - nas universidades, nos sindicatos, nas associações estudantis -  aliada à constante ameaça do autoritarismo militar, gerou-se um clima de insegurança,  e de mudanças  alternativas. De modo geral o clima de insegurança e ameaça na América Latina, nos países já mencionados, também contribuiu para o clima de instabilidade sociopolítico no país.  Havia realmente um clima de instabilidade política no Brasil, e isso foi visível na disputa que se estabeleceu entre dois partidos majoritários. De um lado Collor de Mello, representando o pequeno Partido da Reconstrução Nacional e do outro, Lula da Silva, do Parido dos Trabalhadores, visivelmente socialista, no segundo turno das eleições de  1989. Com Collor, veio uma maior instabilidade política, além de corrupção e inflação. Collor obteve o apoio de Sarney, e este tinha um apoio incondicional dos militares. De modo resumido e generalizado, tal era o clima de instabilidade política que vivia o Brasil na década de 80.           

 

ILHA DAS FLORES

 

    Com o crescente aumento da influência do socialismo no país, acima de tudo pela massiva influência das ideias de Marx nas universidades brasileiras[1], a partir do início dos anos 70, era comum observar-se que a mídia, os formadores de opinião, a classe política e a sociedade civil de modo geral se alinhavam cada vez mais com as ideias do ideólogo alemão. De modo sutil, mas consistente com tal ideologia, o curta metragem “Ilha das Flores” reflete influências do socialismo. Não somente em sua temática, ou seja, nas ideias que ele veicula, mas ainda no cenário, na amostragem das profundas diferenças sociais relatadas, na sua sequência


[1] Em relação à influência do Marxismo nas Universidades brasileiras nos anos 70, e através dos anos 80,  fui testemunha ocular desse fenômeno enquanto estudante do IFCS.( Instituto de Filosofia e Ciências Sociais), da UFRJ., onde a grande maioria dos estudantes dessa época, quando não eram adeptos de partidos de esquerda, eram membros ativos de grupos marxistas, como a UNE, o PTB, de 81, o PDT. de 81, o PT. de 82, o PcdoB., de 88, o PSB. de 88 e o PSDB., de 89, todos eles com índole socialista, além de outros partidos marxistas surgidos a partir dos anos 90. Os anos 80 foram os anos da avalanche do Comunismo no Brasil.                

 O CURTA METRAGEM  "ILHA DAS FLORES" - 2


Em 1979, o regime Sandinista toma o poder na Nicarágua destituindo o regime ditatorial de Somoza. Algum tempo depois o governo sandinista se inclina drasticamente para a esquerda, mergulhando o país em guerra civil entre o governo Sandinista e os Contras antigovernamentais. Tal guerra civil estava no centro das disputas centro-americanas com Cuba e a União Soviética apoiando o regime sandinista e os Estados Unidos dando suporte político aos Contras. Percebe-se claramente, que as disputas políticas envolviam dois regimes política e ideologicamente antagônicos: Comunismo e Capitalismo. A revolução nicaraguense incendiou a guerra civil no El-Salvador entre o governo situacionista e as guerrilhas antigovernamentais. Um acordo de Paz na Guatemala fora  assinado em agosto de 1987, graças a esforços conjuntos de alguns países da A. Latina. Logo a seguir um acordo de cessar-fogo foi concluído em março de 1988. Mas as negociações para uma trégua em grande escala permaneceram improdutivas parando os movimentos de paz na A. Central. Em  89, porém, os presidentes dos 5 países centro-americanos se reuniram em El Salvador e acordaram um marco de paz elaborado com a participação das Nações Unidas. Os Estados Unidos estabelecem novas apólices políticas limitando ajuda aos Contra, a União Soviética aceita encerrar a ajuda de armas à Nicarágua a partir do fim de 88.  Com tais avanços, as eleições políticas na Nicarágua anunciam novo recomeço, como a um fator chave na estabilidade política na A. Central. Mas, com as guerras civis na região, em torno de 2 milhões de refugiados deixam seus países de origem, provocando um decréscimo populacional de 10% na região e crise acentuada na sociedade civil. 

No entanto,  dívidas acumuladas por tais países amontam a 4 vezes mais em relação aos níveis anteriores, em  torno de 60% em seu PIB., o que elevou seu débito para um  total de $442.5 bilhões de dólares até o final de 87. Com o aumento de seus debitos internacionais ano após ano, os países credores se tornaram ainda mais cônscios da necessidade de resolver tais pendências através de acordos internacionais. Em Janeiro de 88 o Brasil, que havia imposto uma moratória nos juros comerciais bancários, adota uma política de coordenação internacional. Decréscimo no PIB dos países subdesenvolvidos, motiva os países industrializados, com ajuda do Japão  e outras nações, a se moverem em apoio aos países da A. Latina, o que resultou em elevação da taxa de crescimento em 15% em 88, depois de queda na balança comercial em torno de 0.7% em 88 e de 2.5% em 87. Aumenta a taxa de exportação, o que eleva a balança comercial de $21.8 bilhões de dólares para $27.8 bilhões em 87. Mas as relações internacionais dos países da L. América, começam a se diversificar. O que ocorreu foi que a transferência para as regras dos governos civis na região, levou a movimentos para aprimorar os laços com os países comunistas, provocando a restauração das relações normais entre Brasil e Cuba em 87, a inauguração das  relações diplomáticas entre Uruguai e China em 88, e em 86, e depois desse ano, a Argentina, o Uruguai e o Brasil visitam pela primeira vez a União Soviética, estabelecendo relações mais próximas com os países comunistas. 

Havia, então, uma influência crescente do comunismo em muitos países da América Latina, o que se consolidou rapidamente, como já vimos, com a Revolução de 64, o regime de Allende no Chile, os Contra, e outros, incitando a contraofensiva da direita aliada aos americanos. Entre 1964 /1985 o Brasil experimentou o mais longo regime militar em sua história, que perdurou durante algumas décadas, pelo menos em termos das suas garantias constitucionais. Isso se justificou pelo fato de que na Constituição de 88, “os políticos não conseguiram questionar com firmeza os profundos legados do regime militar no Brasil. Além disso, os civis formalizaram constitucionalmente as prerrogativas dos militares, dando aos poderes abrangentes dos militares um viés democrático. Judicialmente, o processo de redação da Constituição de 88 foi democrático, no entanto, a essência do resultado não foi”.

Tuesday, August 23, 2022

O CURTA METRAGEM   "ILHA DAS FLORES" –  1                        

INTRODUÇÃO. 

   Minha primeira preocupação ao escrever uma resenha dessa natureza e magnitude, seria a de estabelecer o contexto histórico e social em que o evento veio à luz. Seria contraproducente e ingênuo não falarmos dele, o que significaria não darmos atenção ao efeito produzido pelo contexto social e até mesmo político, do fenômeno social, ou da representação da vida em sociedade. Para Howard Becker, logo no início de seu livro “FALANDO DA SOCIEDADE”, à pg. 17, “Uma representação da sociedade é algo que alguém nos conta sobre algum aspecto da vida social”, quer seja através de um livro, um grupo organizado de fotos, ou um documentário filmatográfico dessa natureza. Essa, parece ter sido originalmente a intenção dos produtores e do diretor do curta metragem. Representação que necessariamente evocaria a existência do contexto social em que foi utilizada e desenvolvida, razão pela qual seria impossível separarmos uma coisa da outra. Howard Becker nos alerta que “ Todas as representações servem como instrumentos pra resumir dados e ideias” (pg.83). O que pode significar também que elas servem como veículos poderosos de veiculação de conceitos ideológicos. Cabe aos analistas desse fenômeno, analisar o contexto em que o curta se projetou como realidade sociocultural, política e até mesmo geopoliticamente relacionada.

  O Brasil de 1989 nos revela e surpreende com muitas surpresas dentro de todos esses contextos. Aliás, foi nesse contexto que a produção foi realizada. “O produtor fornece o material em estado bruto (mas não tão bruto assim) engenhosamente escolhido e arranjado, sem dúvidas, mas depois disso cabe ao usuário construir a análise, com toda a sua parafernália.”(pg. 71) No entanto, cabe ao diretor revesti-lo com uma roupagem sociopolítica  e cultural, como observamos claramente no curta, cabendo a ele o privilégio de se utilizar das muitas dimensões a serem exploradas e das ideias a serem veiculadas. A dimensão a que nos referimos, ou a que faz alusão  o diretor, tem ressonância com o contexto em que se encontrava o Brasil nos anos 80, no final dessa década e através dos anos 90. Seria fácil observarmos, por exemplo, através de comentários feitos a respeito do curta, e por meio das imagens mostradas nele, que o filme “Ilha das Flores” reflete com evidência e clareza o contexto político-social do Brasil dos anos  80. Mas, afinal, que contexto foi esse?

   O BRASIL E AMÉRICA LATINA DOS ANOS 80 – MUDANÇAS EM SEUS LIMITES E FORA DELES.

  Os anos 80 foram compostos por drásticas mudanças no cenário político da América Latina de modo geral, onde uma onda de democratização efetuou uma mudança do poder político do governo militar para o civil. Sem dúvida, foram anos de profunda transição política. Quase todos os países foram “democratizados”  e a transferência constitucional do poder político tornou-se um lugar comum. Desde o início houve uma tendência marcada rumo à democratização, o que se efetivou através de eleições para presidentes e primeiros-ministros, realizadas notadamente em 1988 e 1989. Por exemplo, na Argentina e na Bolívia – que realizaram eleições presidenciais em 89 – tais eleições tomaram lugar pela primeira vez em 61 e 25 anos respectivamente, por meio da expiração de seus termos eletivos. No Paraguai, o regime de Stroessner, no poder  por cerca de 35 anos, foi deposto em fevereiro de 89 através de um golpe de estado, ao que se seguiram eleições presidenciais em maio do mesmo ano. Eleições no Panamá foram declaradas inválidas em maio de 89. Tais fatos indicaram que a América Latina como um todo estava em período de  transição democrática. Alguns países enfrentavam a deterioração da ordem pública devido ao terrorismo, aos problemas ligados aos cartéis das drogas e outros problemas sociais.  


Monday, August 15, 2022

 INTELLECTUAL LIBERALISM 2. 

For American culture, the rejection of such ideas implies the exclusion of the past which, in fact, exists as outdated and ultra-conservative forms. In view of this, it is necessary to agree with the rejection of religion, as the maximum expression of conservatism. Ultimately, America faces the dilemma of whether or not to accept atheism, considering it a social expression of non-evolutionary conservative thinking. And as a result of their illogicality, ideas that support the existence of God and the concept of religion are also rejected. As an example, the coming of immigrants to the United States is also rejected, as it is admitted that in some way, immigrants compromise the intelligence quotient of American culture, by projecting within the context of their culture, another cultural form, less culturally evolved, 

Monday, June 13, 2022

 

LIBERALISMO INTELECTUAL 1. 

O LIBERALISMO INTELECTUAL difere visceralmente em essência e conteúdo do Liberalismo Econômico. Nesse caso a mente humana adota intimamente uma concepção de liberdade aparentemente sem enganos para justificar-se como evidente e aceitável  não apenas no comportamento humano mas ainda na estrutura cognitiva da mente. Em essência tal liberalismo não se opõe a si mesmo através de qualquer forma de criticismo, mas se admite como uma forma, um conteúdo e um estereótipo inamovível e quase absoluto. E toda e qualquer forma de pensamento humano passa a ser aceitável pela criação imaginativa da mente humana e toda e quaisquer de suas exteriorizações. Confrontar o auto criticismo se torna praticamente impossível, em função das evidências da cultura americana em sua essência, de sua característica mais profunda que de modo abrangente  rejeita as ideias conservadoras. E rejeitá-las significa admitir que uma postura auto-consciente cre que elevar-se ou ascender-se a níveis de uma evolução cultural de última geração tende a rejeitar toda forma de conservadorismo, por admitir que as ideias conservadoras criam a fragilidade dessa cultura. Em outras palavras, no ciclo evolutivo da cultura não existe restrição do espaço para a imobilidade da cultura em todas as suas formas. Poderíamos perguntar então: cultura íntima do capitalismo pós-moderno? O que há de intrínseco dentro da cultura do capitalismo que busca a rejeição das ideias conservadoras? Diremos então, que a cultura americana procura anular as ideias conservadoras por temer que tal rejeição crie em síntese o flagelo da cultura. E para que tal cultura possa evoluir dentro da estrurura de sua dimensão cultural, isso significa projetar-se para além do futuro da cultura, o que implica simultaneamente a rejeição do passado da cultura em suas formas mais simples. Tal equivale dizer que dentro do espaço alcançado pelas formas culturais avançadas que eclodem no dia a dia, ainda existe epaço para um avanço mais amplo que formula a negação de tais formas avançadas por outras formas ainda mais avançadas. E isso implica num ciclo constante em sua estrutura íntima, cuja dialética representa a dialética da rejeição cultural e a profunda insegurança da própria evolução cultural.     

Sunday, April 10, 2022

 

AUTOESTIMA. ou self-esteem.

Em bases simples mas fundamentais, vamos mostrar agora o que vem a ser o conceito de AUTOESTIMA. 

Informações preliminares: a palavra estima é originária do latim aestimare que significa estimar ou avaliar, ou ter acesso aos valores ou à qualidade de alguma coisa. Em outras palavras, autoestima se refere às nossas autoavaliações positivas ou negativas. (Coopersmith, 1967). Algumas pessoas têm uma autoestima maior do que outras, um atributo que pode ter um profundo impacto na forma como as pessoas pensam e sentem a respeito de si próprias.  Como regra geral, a autoestima é um traço estável desde a infância até à velhice. Ou ainda, um componente efetivo de nosso “eu” consistindo nas autoavaliações positivas e negativas de uma pessoa.(Social Psychology – Kassin, Fein, Markus e Burke – 2013)

À página 43 de seu livro SOCIAL PSYCHOLOGY, 8th Editions, o autor David Myers nos dá uma pequena e suscinta definição do que vem a ser AUTOESTIMA.  Para ele autoestima significa: My sense of self-worth. O sentido que eu dou ao meu valor pessoal. Ou o sentido dado à minha autoestima. Em que direção eu conduzo o fato de eu gostar de mim mesmo. O sentido de meu próprio valor. À página 62 o autor descreve com mais detalhes o que vem a ser autoestima. Para ele “Self-esteem is a person’s overall self-evaluation or sense of self-worth”. Ou A autoavaliação geral de uma pessoa ou seu senso de autovalor. E o autor pergunta, ainda à página 62, se a autoestima é uma autoavaliação pessoal que reúne a soma de nossos esquemas pessoais  e de nossos “eus” possíveis?  Provavelmente. Aliás, outra pergunta nos ocorre: a autoestima tem a ver com a forma como nós a entendemos e o que cada um de nós pensa em aplicá-la reflexivamente a respeito de nós mesmos? Creio que sim. David Myers afirma essa individualidade aplicada à autoestima quando expõe sua definição à página 62/63 de seu livro. Segundo ele, “ Uma pessoa pode ter autoestima que a motive a ir bem na escola ou ser fisicamente atraente, enquanto outra pode ter autoestima que a motiva a ser amada por Deus e aderir aos padrões morais.”  Isso é o que podemos observar em outra definição, sustentada por Greenberg, Schmader, Arndt e Laundau em SOCIAL PSYCHOLOGY – The Science of Everyday Life (2015) à página 202, que diz o seguinte: “A autoestima é o nível de sentimentos positivos que nós temos a respeito de nós mesmos, na medida em que nós nos valorizamos a nós mesmos”. Nessa definição está claro que a autoestima se define como um componente autorreflexivo do “eu” onde as pessoas se atribuem valores ou avaliações positivas ou negativas de si próprios. (cf. SOCIAL PSYCHOLOGY, by Kassin, Fein, Markus e Burke, 2013, pag. 71).  E através desses últimos autores, percebemos que autoestima é definida como um “atributo” que tem um impacto muito profundo na forma com que nós pensamos e sentimos a respeito de nós mesmos. Além disso, o “sentimento” da autoestima não é uma única característica gravada permanentemente em pedra, como um atributo fixo, inamovível do “eu”. Mas, trata-se de um estado de alma que varia com certa frequência, em resposta ao nosso sucesso ou fracasso, mudanças na sorte, interações sociais, e outras experiências de vida. (Heatherton & Polivy, 1991, in opus cited, pg 71).      

Monday, April 4, 2022

 

AMIZADE.

De acordo com o APA (American Psychological Association) Dictionary of Psychology nós temos a seguinte definição para o conceito de Amizade.  A Amizade é definida como um relacionamento voluntário entre duas ou mais pessoas que perdura por algum tempo considerável, no qual aqueles que são envolvidos tendem a se preocupar em atender às necessidades e interesses de outros, além de buscarem satisfazer seus próprios desejos. A Amizade frequentemente se desenvolve através de experiências compartilhadas, nas quais as pessoas envolvidas aprendem que sua associação mútua é de alguma forma gratificante. Em todas as culturas as amizades são importantes relacionamentos que muitas vezes perduram durante todo o tempo de vida. E embora existam múltiplos tipos de amigos, incluindo vizinhos, amigos do mesmo sexo, de sexos diferenciados, e melhores amigos, a Amizade é caracterizada por 5 diferentes características. Em 1º. lugar, Amizade envolve uma série de interações entre 2 indivíduos que se conhecem durante algum tempo. Em 2º. lugar alguns psicólogos experts afirmam que a amizade envolve reciprocidade, afeição ou vínculo emocional. Em outras palavras, a amizade é reconhecida por ambos os membros do relacionamento, e é caracterizada por um vínculo ou um laço de recíproca afeição. Em 3º. lugar, tais relacionamentos são voluntários, o que significa que não são obrigatórios, mas que 2 ou mais pessoas escolhem construir um relacionamento de amizade. Em nossa sociedade ocidental a amizade é uma relação que envolve uma série de interações entre 2 ou mais indivíduos, o que para a maioria dos especialistas acarreta vínculo emocional ou laço de afeto mútuo. Em 4º. lugar as amizades são tipicamente igualitárias em natureza. Ao contrário do relacionamento entre pais e filhos, por exemplo, cada indivíduo em uma amizade tem o mesmo nível de poder ou autoridade no relacionamento.  Mas tal equilíbrio nos níveis de autoridade e poder podem se deteriorar sutilmente hoje em dia, dependendo dos níveis de maturidade, formação moral e cultural. E muitas vezes as discrepâncias podem ser suscitadas através do tempo de convívio entre os parceiros. E esta é uma das variáveis que nem sempre é levada em consideração entre psicólogos sociais. Além do tempo, que serve como fator de consolidação dos laços de amizade, uma amizade se solidifica ainda mais quando existem focos de interesse comum. Em 5º. lugar, quase toda amizade é caracterizada por companheirismo, e o envolvimento em atividades compartilhadas. A propósito, segundo o site Psychology Research and Reference, em IRESEARCHNET.COM, “um dos objetivos primários e motivacionais da Amizade é o Companheirismo”, que se solidifica através do tempo, da convivência diária e dos interesses comuns. O site continua afirmando que “em adição, a amizade entre adolescentes e entre adultos frequentemente  atendem outras funções socioemocionais tais como servir como fonte de apoio, e proporcionar oportunidades de autorrevelação e intimidade”.  Talvez por questões ligadas à atualização das edições dos livros utilizados em minha pesquisa, pouco se tem mencionado sobre as amizades virtuais alimentadas pela influência das medias sociais. Esse será um estudo a parte que certamente desperta o interesse dos pesquisadores em Psicologia Social. 

Wednesday, January 19, 2022

 

O QUE é MEME  e o que é PRANK? 

COMUNICAÇÃO 101

O MEME, de acordo com minha definição, é uma unidade curta como um estímulo de comunicação que gera uma resposta e um impulso de imitação ao criar uma resposta íntima, consciente, que se apega à memória, que muitas vezes nos força a repeti-la, num gesto de imitação deliberado. 

 O PRANK é uma unidade de comunicação que muitas vezes carrega um MEME. Seria uma espécie de corpo de comunicação áudio visual, (imagens de humor, vídeo, textos) que serve como base onde os MEMES se assentam para se manifestar. De acordo com a definição do OXFORD LANGUAGES DICTIONARY, o MEME é um elemento cultural ou sistema de comportamento que pode ser considerado como passando de um indivíduo a outro por meios nãogenéticos, especialmente por imitação. 

Os PRANKS associados aos MEMES podem ser Verbais ou Não Verbais, Auditivos ou também Sinestésicos.  Se espalha rapidamente pelos usuários da Internet. O PRANK é uma brincadeira, um truque que é usado com intenções de ser engraçado, sem causar danos. É ainda uma unidade de comunicação curta por onde, normalmente os MEMES são veiculados.  

Tais conceitos de MEME e PRANK (ao servir de veículo de transmição do MEME), por estarem associados à ideia de IMITAÇÃO, como é o caso de MEME, pode gerar um impulso de imitação, ou o que René Girard chama de DESEJO MIMÈTICO ou "mimesis" ou desejo que surge através da imitação por parte dos outros, traduzido por um impulso íntimo e consciente (muitas vezes também inconsciente) de imitação do que o MEME transmite.  Tais conceitos podem ser vistos claramente nos "posts" produzidos e veiculados nos meios de comunicação audio-visuais da Internet ( Facebook, Instagram, etc). É fato facilmente notado que os termos são sutilmente diversificados por 2 palavras diferentes MEME e MIMESIS (não memesis) mas geram reações similares de desejos de imitação. Girard, no entanto, aplica o conceito de MIMESIS ou mimetic desire a uma alusão clara feita aos 10 Mandamentos Bíblicos, com implicações teológico/antropológicas. 

MEME, gera, da mesma forma, um desejo de imitação, ou um memetic desire ao produzir no receptor da mensagem comunicada, uma reação consciente de imitação, ou consequente reprodução repetitiva dos efeitos criados pelo  MEME. Por sua vez, o MEME produz ainda uma resposta deliberada ou espontânea, que conduz o "imitador" a reações aleatórias, alienadas, e sem nenhum compromisso real. Mas, meramente desligado de um compromisso político e social mais sério. Em outras palavras, os MEMES e os PRANK são veículos de comunicação que levam à total alienação, contrariamente ao DESEJO MIMÈTICO de Girard, que nos levam a uma reflexão profunda, teológico/filosófica  e ao mesmo tempo antropológica da realidade que nos envolve. Memes e Pranks são utilizados por bilionários da mídia para te manter  alienado.   

(Para maiores detalhes e pesquisa acerca do conceito de mimetic desire em Girard, leia seu livro I SEE SATAN FALL LIKE LIGHTNING. by René Girard. USA., 2001) 


A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...