Friday, August 26, 2022

 O CURTA METRAGEM  "ILHA DAS FLORES" - 2


Em 1979, o regime Sandinista toma o poder na Nicarágua destituindo o regime ditatorial de Somoza. Algum tempo depois o governo sandinista se inclina drasticamente para a esquerda, mergulhando o país em guerra civil entre o governo Sandinista e os Contras antigovernamentais. Tal guerra civil estava no centro das disputas centro-americanas com Cuba e a União Soviética apoiando o regime sandinista e os Estados Unidos dando suporte político aos Contras. Percebe-se claramente, que as disputas políticas envolviam dois regimes política e ideologicamente antagônicos: Comunismo e Capitalismo. A revolução nicaraguense incendiou a guerra civil no El-Salvador entre o governo situacionista e as guerrilhas antigovernamentais. Um acordo de Paz na Guatemala fora  assinado em agosto de 1987, graças a esforços conjuntos de alguns países da A. Latina. Logo a seguir um acordo de cessar-fogo foi concluído em março de 1988. Mas as negociações para uma trégua em grande escala permaneceram improdutivas parando os movimentos de paz na A. Central. Em  89, porém, os presidentes dos 5 países centro-americanos se reuniram em El Salvador e acordaram um marco de paz elaborado com a participação das Nações Unidas. Os Estados Unidos estabelecem novas apólices políticas limitando ajuda aos Contra, a União Soviética aceita encerrar a ajuda de armas à Nicarágua a partir do fim de 88.  Com tais avanços, as eleições políticas na Nicarágua anunciam novo recomeço, como a um fator chave na estabilidade política na A. Central. Mas, com as guerras civis na região, em torno de 2 milhões de refugiados deixam seus países de origem, provocando um decréscimo populacional de 10% na região e crise acentuada na sociedade civil. 

No entanto,  dívidas acumuladas por tais países amontam a 4 vezes mais em relação aos níveis anteriores, em  torno de 60% em seu PIB., o que elevou seu débito para um  total de $442.5 bilhões de dólares até o final de 87. Com o aumento de seus debitos internacionais ano após ano, os países credores se tornaram ainda mais cônscios da necessidade de resolver tais pendências através de acordos internacionais. Em Janeiro de 88 o Brasil, que havia imposto uma moratória nos juros comerciais bancários, adota uma política de coordenação internacional. Decréscimo no PIB dos países subdesenvolvidos, motiva os países industrializados, com ajuda do Japão  e outras nações, a se moverem em apoio aos países da A. Latina, o que resultou em elevação da taxa de crescimento em 15% em 88, depois de queda na balança comercial em torno de 0.7% em 88 e de 2.5% em 87. Aumenta a taxa de exportação, o que eleva a balança comercial de $21.8 bilhões de dólares para $27.8 bilhões em 87. Mas as relações internacionais dos países da L. América, começam a se diversificar. O que ocorreu foi que a transferência para as regras dos governos civis na região, levou a movimentos para aprimorar os laços com os países comunistas, provocando a restauração das relações normais entre Brasil e Cuba em 87, a inauguração das  relações diplomáticas entre Uruguai e China em 88, e em 86, e depois desse ano, a Argentina, o Uruguai e o Brasil visitam pela primeira vez a União Soviética, estabelecendo relações mais próximas com os países comunistas. 

Havia, então, uma influência crescente do comunismo em muitos países da América Latina, o que se consolidou rapidamente, como já vimos, com a Revolução de 64, o regime de Allende no Chile, os Contra, e outros, incitando a contraofensiva da direita aliada aos americanos. Entre 1964 /1985 o Brasil experimentou o mais longo regime militar em sua história, que perdurou durante algumas décadas, pelo menos em termos das suas garantias constitucionais. Isso se justificou pelo fato de que na Constituição de 88, “os políticos não conseguiram questionar com firmeza os profundos legados do regime militar no Brasil. Além disso, os civis formalizaram constitucionalmente as prerrogativas dos militares, dando aos poderes abrangentes dos militares um viés democrático. Judicialmente, o processo de redação da Constituição de 88 foi democrático, no entanto, a essência do resultado não foi”.

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