SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO - 24
Algumas ideias retiradas do conceito da
sexualidade humana na criação do sexo.
O confronto
de ideias teológicas envolvendo Calvin e Arminius foi conveniente e necessário
em função do contexto histórico em que ambos se envolveram a partir da primeira
metade do século XVI. O antagonismo de
ideias certamente haveria de existir logo após o advento das controvérsias
geradas com a Reforma Protestante, que representou uma verdadeira revolução no
redirecionamento teologico/ideologico da fé cristã após a Reforma. Mas em um sentido foi a
partir de 1603, - 40 anos após a morte de
Calvin, e 86 anos após a deflagração
da Reforma com Martinho Lutero em 1517, - que o debate tomou forma e se
intensificou. Embora ambos não tenham
sido contemporâneos, suas ideias, no entanto, foram muito claras a respeito do
que pensavam sobre o assunto “free will”. Calvin
refutou a ideia, enquanto Arminius a endossava. E tal disparidade veio tomar foma ainda maior
a partir do Sínodo de Dort ( Dordrecht,
1618-1619 na Holanda) em que a teologia de Arminius foi considerada falsa
doutrina ou teologicamente inapropriada e traição politica, enquanto o
Calvinismo prevaleceu referendado neste sínodo, através dos Five Points of Calvinism.
(É
preciso salientar que o descrédito atribuído a Calvino foi consequência acima
de tudo da Contra-Reforma promulgada pela Igreja Católica Romana, e pela
Inquisição, que além de impingir
profunda perseguição à teologia calvinista, visou extinguir definitivamente a
influência de seus escritos). Calvino rejeitava a ideia de Free Will
afirmando que nenhuma parte da natureza humana está imune ao pecado. E nisso
ele incluiu a vontade livre, autonoma, do homem, que para ele não era realmente
livre mas submetida ao julgo do pecado. E ele escreveu uma série de obras
monumentais em defesa da fé cristã, entre elas “The Bondage and Liberation of the Will. A Defense of the Orthodox
Doctrine of Human Choice Against
Pighius”, (um de seus oponentes teológicos,
Albertus Pighius, um scholar da Igreja Católica Romana na Holanda.) E escreveu também “The Institutes of Christian Religion”, sua obra de maior
importância e peso teologico. Calvin define pecado original como uma original
depravação e corrupção da natureza humana, difundida em todas as partes da
alma, o qual nos faz primeiramente responsáveis legais pela ira de Deus,
trazendo sobre nós o peso dos trabalhos aos quais a Bíblia define como “as
obras da carne”. Os seres humanos, a partir de Adão, herdaram uma semente de
impureza, e em consequência nasceram infectados pelo contágio do pecado. Por
essa razão, a natureza humana foi corrompida, de tal forma que “todo ser humano
em sua integridade, da cabeça aos pés, não está imune ao pecado e tudo o que
procede dele sofre a influência do pecado”. Desda forma, “a natureza humana
está depravada a tal ponto que ele pode somente ser movido ao mal.” Em consequência,
tanto Santo Agostinho de Hippo quanto John Calvin não hesitam em afirmar que a
liberdade humana, é na verdade uma “não-liberdade.”
Nesse
sentido, a mesma liberdade humana, que hoje é tida como suporte ideológico para
a justificativa dos atos livres da vontade livre, sofre uma profunda influencia
de nossa natureza pecaminosa, sob o efeito da influência satânica, não em seu
aspecto coercitivo, porque os seres humanos tem uma parcela de responsabilidade
em seus atos pecaminosos, não por coercividade mas por impulsividade. Resta-nos
concluir afirmativamente que os atos pecaminosos cometidos por nós, pecadores,
bem como por Homossexuais e lésbicas, em nossa natureza corrompida, são atos da
consciência livre de cada um de nós, são pecados legítimos, passíveis de
punição pela ira de Deus, e nunca poderiam ser considerados frutos da evolução
dos tempos pós-modernos, nem consequências da autonomia da razão humana.
Poderiam ser considerados, sim, resultado da depravação da consciencia humana,
ou fruto de uma deturpada interpretação de nosso consequente liberalismo secularizado.
No comments:
Post a Comment