Sunday, December 16, 2018

SENSUALISMO – IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO - 24
Algumas ideias retiradas do conceito da sexualidade humana na criação do sexo. 

O confronto de ideias teológicas envolvendo Calvin e Arminius foi conveniente e necessário em função do contexto histórico em que ambos se envolveram a partir da primeira  metade do século XVI. O antagonismo de ideias certamente haveria de existir logo após o advento das controvérsias geradas com a Reforma Protestante, que representou uma verdadeira revolução no redirecionamento teologico/ideologico da fé cristã após a Reforma. Mas em um sentido foi a partir de 1603, - 40 anos após a morte de Calvin, e 86 anos após a deflagração da Reforma com Martinho Lutero em 1517, - que o debate tomou forma e se intensificou.  Embora ambos não tenham sido contemporâneos, suas ideias, no entanto, foram muito claras a respeito do que pensavam sobre o assunto “free will”.   Calvin refutou a ideia, enquanto Arminius a endossava.  E tal disparidade veio tomar foma ainda maior a partir do Sínodo de Dort ( Dordrecht, 1618-1619 na Holanda) em que a teologia de Arminius foi considerada falsa doutrina ou teologicamente inapropriada e traição politica, enquanto o Calvinismo prevaleceu referendado neste sínodo, através dos Five Points of Calvinism.  (É preciso salientar que o descrédito atribuído a Calvino foi consequência acima de tudo da Contra-Reforma promulgada pela Igreja Católica Romana, e pela Inquisição, que além de impingir profunda perseguição à teologia calvinista, visou extinguir definitivamente a influência de seus escritos).  Calvino rejeitava a ideia de Free Will afirmando que nenhuma parte da natureza humana está imune ao pecado. E nisso ele incluiu a vontade livre, autonoma, do homem, que para ele não era realmente livre mas submetida ao julgo do pecado. E ele escreveu uma série de obras monumentais em defesa da fé cristã, entre elas “The Bondage and Liberation of the Will. A Defense of the Orthodox Doctrine of Human Choice Against Pighius”, (um de seus oponentes teológicos, Albertus Pighius, um scholar da Igreja Católica Romana na Holanda.)  E escreveu também “The Institutes of Christian Religion”, sua obra de maior importância e peso teologico. Calvin define pecado original como uma original depravação e corrupção da natureza humana, difundida em todas as partes da alma, o qual nos faz primeiramente responsáveis legais pela ira de Deus, trazendo sobre nós o peso dos trabalhos aos quais a Bíblia define como “as obras da carne”. Os seres humanos, a partir de Adão, herdaram uma semente de impureza, e em consequência nasceram infectados pelo contágio do pecado. Por essa razão, a natureza humana foi corrompida, de tal forma que “todo ser humano em sua integridade, da cabeça aos pés, não está imune ao pecado e tudo o que procede dele sofre a influência do pecado”. Desda forma, “a natureza humana está depravada a tal ponto que ele pode somente ser movido ao mal.” Em consequência, tanto Santo Agostinho de Hippo quanto John Calvin não hesitam em afirmar que a liberdade humana, é na verdade uma “não-liberdade.”

Nesse sentido, a mesma liberdade humana, que hoje é tida como suporte ideológico para a justificativa dos atos livres da vontade livre, sofre uma profunda influencia de nossa natureza pecaminosa, sob o efeito da influência satânica, não em seu aspecto coercitivo, porque os seres humanos tem uma parcela de responsabilidade em seus atos pecaminosos, não por coercividade mas por impulsividade. Resta-nos concluir afirmativamente que os atos pecaminosos cometidos por nós, pecadores, bem como por Homossexuais e lésbicas, em nossa natureza corrompida, são atos da consciência livre de cada um de nós, são pecados legítimos, passíveis de punição pela ira de Deus, e nunca poderiam ser considerados frutos da evolução dos tempos pós-modernos, nem consequências da autonomia da razão humana. Poderiam ser considerados, sim, resultado da depravação da consciencia humana, ou fruto de uma deturpada interpretação de nosso consequente liberalismo secularizado.    

No comments:

Post a Comment

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...