Sunday, May 8, 2016

PROCESSOS QUE ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 14 F

     Apesar de Karl Marx e Friedrich Engels (foto) terem sido parceiros em seus livros, ( muitos deles escritos a 4 mãos, como “O Manifesto Comunista”, “The German Ideology”, “On Religion”, “Revolution and Counter Revolution”, “The Holy Family”, e outros ), existe sem dúvida no pensamento ideológico de Marx e Engels, uma divergencia crescente, não de todo antagônica mas conceitual, a partir do instante em que ambos se propõe a divagar em suas conclusões ideológicas. ( Por exemplo, quando Marx escreve O Capital – ou Das Kapital – não existe quase nenhuma referência à religião. Para Marx o fenomeno religioso se torna irrelevante, como já dissemos, pois sua preocupação maior era considerar a Economia, ou as relações sócio-economicas, dentro do conflito de classes).  Tal divergêcia começa a se manifestar a partir do instante em que Marx se interessa mais sobre o aspecto economico/ideológico das relações entre o Protestantismo e o Capitalismo, enquanto que Friedrich Engels se volta para uma análise mais pormenorizada do Calvinismo e da burguesia, notadamente no que se refere à Revolução Burguesa na Inglaterra do século XVII. Mas, é fato conhecido que Engels manifestou interesse também na análise da Religião Cristã da Igreja Primitiva, não em seu aspecto teológico ou evangelístico. Mas, a religião das primeiras comunidades cristãs do primeiro século da era cristã, como manifestação de uma classe escravista ou escravisada, formada sob o domínio do Império Romano, claro, com intenções evidentes de descaracterizar o cristianismo, de criticá-lo e lançar sobre a Religião Cristã uma espécie de origem nefasta e mal-intencionada. Outros autores e pensadores do século XIX também se debruçaram sobre o fenomeno religioso com mesmas intenções , ou por especulações próprias. Max Weber (1864-1920), por exemplo, também se dedicou ao estudo das religiões em seu aspecto sociológico, mas, além do cristianismo ele também se interessou pelo Judaísmo, pelo Confucionismo, e outras. Engels se dedicou exclusivamente ao Cristianismo, criando um aparato intelectual que incluia discussões do tema com autores de seu tempo, como Bruno Bauer, contemporaneo de Engels e Marx. Mas tais discussões eram voltadas para a sociologia das religiões, dentro de seu aspecto puramente sociológico, razão pela qual a análise do fenômeno religioso desconhecia ou repudiava a religião como fenômeno espiritual, no âmbito da Revelação Divina. O que Engels descobre em tudo isso, é que havia uma similaridade com as massas oprimidas do primeiro século do cristianismo, com os movimentos sociais do século XIX, de classes menos favorecidas como os operários, artesãos, camponeses, escravos e homens livres  e pobres, para quem o único elemento unificador ou articulador ideológico, era apenas a religião. Um fenômeno que se repete no curso da história, é esse eterno retorno às comunidades cristãs primitivas, que serviam como modelo inspiracional e motivador das revoltas históricas acontecidas no âmbito das classes menos favorecidas. Para Engels não existia um modelo ou programa comum a tais grupos, que criasse uma congluência unificadora ou de remissão. O unico elemento social unificador de tais grupos era sem dúvida a religião. Em seu aspecto sociológico. Claro que em Engels, então, a religião perde seu caracter espiritual, revelacional, para assumir um compromisso meramente social. E torna-se evidente, que não apenas em Engels, mas em vários autores anteriores a ele, a desmitificação do fenomeno religioso, já havia sido manifesta, como crítica severa ao cristianismo, provocada pelos desvios doutrinarios e heréticos da Igreja Católica Romana, como vimos em Niccolo Machiavelli (Maquiavel), até anteriormente à Reforma Protestante promulgada por Martin Luther. 
Engels observa que a memória ou a história do Cristianismo Primitivo, ou o"mito" do C.P. inspirou todas as revoltas e ideias dos movimentos populares e proletários no curso da história. Isso quer dizer que a religião se descaracteriza e se afasta de sua função espiritual, revelacional e escatológica, para ser analisada apenas sob o ponto de vista meramente sociológico.  A crítica de Engels voltada contra a Religião Cristã, se manifesta de modo odioso e repudiante, principalmente contra os maiores representantes da Reforma Protestante, MARTIN LUTHER e JOHN CALVIN, como veremos a seguir. 

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