PROCESSOS QUE
EMVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO. 7
O esforço
teológico é insuficiente para fazer manifesto todo o paradoxo cristão. O alerta
paulino contra o acumulo do pecado e a Ira de Deus, um dos objetivos de nosso evangelismo.
A possibilidade de aceitação ou rejeição da mensagem
evangelística sendo pregada, determina se o evangelizado tem poder para
escolher livremente sua livre opção consciente de aceitação ou rejeição,
enquanto essa opção determina também qual o nível de arrependimento é manifesto
durante o processo de evangelismo. Mas, aceitar apenas que o arrependimento
moral é a condição sine qua non para que
o evangelismo seja “coroado” de êxito, ou que o Evangelho seja efetivamente
pregado, significa crer que a resposta que o evangelismo está recebendo é
obtida apenas a nível humanístico. E essa
“resposta humanística” do evangelizado, resulta apenas em duas
alternativas, entendida por Paulo da seguinte forma. Não se trata apenas de
conciliar humanismo com espiritualidade cristã, o que seria impossível à luz do
Evangelho, porque Paulo não admite tal conciliação, mas nos dá a seguinte
resposta, em Romanos 2:5. Ao rejeitarmos a Verdade “...we are storing up
wrath against ourselves for the day of God’s wrath, when his righteous judgment
will be revealed.” “(“...nós estamos acumulando a IRA contra nós
mesmos para o dia da IRA de Deus, quando seu justo julgamento será revelado.”) Ainda Em Romanos 2:8 vemos a
complementação desta mesma verdade em 2:5, qual seja: “ But for those who are self-seeking and who reject the TRUTH
and follow evil, there will be WRATH and anger.” (“Mas para aqueles que
procuram por si mesmos (humanisticamente) e que rejeitam a VERDADE e
seguem o mal, existirá IRA e raiva.”) E para os
que aceitam a pregação da verdade do Evangelho Paulo nos dá a resposta em
2:7, qual seja: “To those who by persistence in doing good seek glory, honor and
immortality, He will give eternal life”.(“Para aqueles que por persistência procuram glória, honra
(arrependimento moral) e imortalidade, Ele (Deus) dará vida eterna.”). Portanto,
a bem da verdade Paulo nos leva a crer e entender que nossa opção é consciente,
fiel, honesta e verdadeira apenas quando aceitamos a Verdade, e NÂO quando a
rejeitamos humanisticamente. Mas, Paulo no entanto, nos alerta de um perigo
iminente, qual seja, rejeitar a Verdade implica no acúmulo da IRA de Deus. Davi, no Salmo 38 nos adverte: "Because of your wrath there is no health in my body", numa clara alusão de que saúde e acúmulo de pecado estão relacionados, o que implica a IRA de Deus. (Isso
pode transparecer uma influência avassaladora do que alguns chamam de “Maniqueísmo Cristão”, mas sobre isso ainda
falaremos.)
Nós estamos absolutamente certos por
professarmos nossa fé em Jesus Cristo e por desfraldar a bandeira do
Cristianismo, a única e autentica verdade existente no mundo hoje. Nós estamos certos quando andamos com nossa
cabeça erguida por professarmos nosso amor e fidelidade a Jesus. O esforço
teológico não é suficiente para expressar unicamente, o quanto somos gratos a
isso. Isto está na Bíblia, na vida do povo fiel a Deus, na vida de patriarcas,
profetas, profetisas, apóstolos e evangelistas do Antigo e do Novo Testamentos
da Bíblia Sagrada, e em toda a extraordinária força histórico/espiritual da
Igreja Cristã fundada por Ele em bases profético/espirituais. Porque todo o
esforço teológico não é suficiente para expressar totalmente toda a
profundidade do Paradoxo Cristão, qual seja, que o Logos de Deus se revelou,
encarnou e a transcendência de Deus se manifestou vivendo no meio de nós, da
imanência humana. O Eterno se fez carne e veio habitar em nosso meio. A
transcendência eterna de Deus se fez VIVA diante de nossos olhos. Esse é o testemunho
maior dado por João nos primeiros versículos de seu Evangelho, ao afirmar em
João 1:14, “ The Word became flesh and made his dwelling among us”. Em outras
palavras João afirmava que o Infinito se manifestou dentro do Finito, e que a
transcendência infinita de Deus se manifestou viva, encarnada em meio ao
relativismo materialista e imanente da Terra. Paulo encarnou tal verdade logo
de imediato no Areópago de Atenas ao confrontar os filósofos gregos, pois Paulo
havia experimentado o poder da presença espiritual da VERDADE no caminho de
Damasco, dando-nos a entender que nós também devemos experimentar o NOSSO
caminho de Damasco, o Pentecostes de Paulo, como pré-requisito ao conhecimento
mais profundo da verdade cristã no Evangelismo, antes mesmo de assumirmos o compromisso
com o Evangelismo. Isso expressa a importância não apenas do arrependimento
moral na racionalidade humana, mas acima de tudo, a ação transformadora do
Espírito Transcendente da Verdade ( Jesus Cristo) na mente humana. Além disso,
em outras palavras, Paulo nos mostra que o esforço da vontade e do poder de
escolha da consciência humana, não foram suficientes para aceitar as verdades
propostas pelo Evangelho de Jesus Cristo, (como vimos acima) e que tal verdade
seria mais facilmente incutida na mente humana racional e limitada através da
própria atuação do Espírito de Jesus.
1 John
4:19 afirma que “ We love Him, because He first loved us”.,o que representa a
base teológica para crermos que o esforço da mente (ou da razão) humana são
insuficientes para atingir por si os sucessivos passos ao arrependimento. “The acts of contrition, confession and decision – essential and successive
steps in repentance – are the immediate effects of the vision of Christ.”(Cf.Archibald B.D.Alexander, opus cit.) Isto quer dizer, também, que além do
compromisso moral do arrependimento humano, além da sustentação dessas verdades
pela fidelidade humana, outros esforços foram indispensavelmente empregados por
Deus. “Though repentance is indeed
a human activity, here, as Always, the earlier impulse comes from the Divine side.” (Cf. Archibald B.D.
Alexander “ Christianity and Ethics: a handbook of Christian Ethics. NY. 1925, C.Scribner’s sons, USA Loc
2539 of 3643, Kindle Edition) Desta
forma, em consequência disso, é necessário que uma verdade espiritual seja
experimentada pelo ser humano para que ele se conscientize espiritualmente das
verdades pregadas pelo Evangelismo Cristão. Logicamente, racionalmente,
espiritualmente, não é possível fazer-se evangelismo bíblico, vis-a-vis,
opondo-se ao batismo com o Espírito Santo, sem a influência transformadora do
poder do Espírito Santo. Mesmo porque as forças malignas, satânicas, que estão
interagindo no mundo hoje, estão bloqueando a ação transformadora do Evangelho
(não impedindo, mas bloqueando) de Jesus Cristo, e tais forças, são
sistemáticas, dialéticas, culturais e poderosas, e agem para cegar o
entendimento humano na direção da Verdade que é Jesus Cristo. Paulo tem
obviamente total credibilidade ao afirmar que nós cristãos precisamos nos
revestir de todas as armas da milícia cristã, para que possamos nos opor aos
esquemas malignos de Satanás, que se manifestam HOJE, agora, em todo o mundo
atual, em toda a nossa cultura atual, quer seja ela Ocidental, quer seja
Oriental. Confira Efésios
6:10-18. “Finally, be strong in the Lord and in his mighty power. Put on the full armor of God so that you can
take your stand against the devil’s schemes. For our struggle is not against
flesh and blood, but against the rulers, against the authorities, against the
powers of this dark world and against the spiritual forces of evil in
the heavenly realms….” (NIV)
Existe aqui em Efésios, de acordo com esta
versão inglesa da NIV., uma distinção clara entre dois parâmetros distintos,
quais sejam, por um lado, a força de oposição de governos, e poderes seculares
deste mundo obscuro, E as forças espirituais do mal
estacionadas nos ares. Paulo nos alerta sobre estas duas forças atuais se
opondo ao cristianismo, e em oposição ao evangelismo cristão. Muitos não
interpretam tal referência paulina desta forma, ao admitir que Paulo faz menção
somente ao mundo invisível, ao descrever a batalha espiritual acontecendo somente contra o maligno nos
lugares celestiais. Pessoalmente, prefiro considerar a interpretação que mostra
dois parâmetros distintos, em complementação. O que é determinado nos ares,
pelos esquemas malignos de Satanás, influencia o mundo, pessoas, instituições e
a cultura mundial, de modo global. Ou seja, as forças espirituais do mal,
influenciam as forças seculares e culturais humanas, globais. O pensamento
ideológico satânico, dominando sobre a mente humana, sobre a cultural humana,
criando suas alternativas dialéticas, baseadas na cultura humana como um todo. (Posteriormente
veremos o que significam tais alternativas dialéticas.) Aliás, esta palavra
em Efésios 6:10-18, manifesta o caráter profético da inspiração paulina em uma
de suas epístolas, em Efésios, pois nos mostra a dimensão da luta travada nos
lugares celestiais, o que aparentemente se “perpetua” atualmente, isto é, hoje,
o que certamente continuará até o final dos tempos, até à vitória final de
Cristo.
Paulo não deixa margens a qualquer
insuficiência do pensamento cristão em seu evangelismo, ao pregar imediatamente
sobre a IRA de Deus. Francis Schaeffer expõe que “qualquer um que queira evitar falar sobre a Ira de Deus não entende a fé Cristã”. Em função da
profundidade desta abordagem evangelística no mundo atual, “ não existe uma pregação real do Evangelho de Jesus a não ser pelo
fato de que o ser humano está sob a influência da Ira de Deus, a IRA MORAL de
Deus”, complementa Schaeffer. ( id., pgs. 107-108) Aliás, este é um dos temas principais de
Paulo na epístola aos Romanos, pelo menos no final do capítulo 1 e início do
capítulo 2. ( leia cap 2:4). Pregar sobre a IRA de Deus significa,
profeticamente, buscar incutir na mente humana a anulação do carater de
obstinação e do não-arrependimento cardíaco, que a força espiritual do mal
certamente impõe ao coração humano, quando os esquemas malignos de Satanás se
intensificam a cada dia, como força negativa cumulativa, impedindo a
consciência humana de se arrazoar favoravelmente na direção do Evangelho de
Jesus Cristo. É o que lemos em Romanos 2:5. “But because of your stubbornness
and your unrepentant heart, you are storing up wrath against yourself for the
day of God’s wrath”. O
efeito cumulativo do mal no coração humano, como uma negra bola de neve do mal,
descendo a colina da vida, enquanto aguardamos o dia da Ira de Deus. Paulo percebeu espiritual e profeticamente o
envolvimento da história no processo cumulativo da Ira de Deus através dos
tempos, e certamente até aos dias atuais, através da sobrecarga do mal e do
pecado, no coração humano. E tal efeito cumulativo significa o resultado do
acúmulo humanístico do mal resultante da rejeição da Verdade, acontecendo hoje,
agora, no mundo em que vivemos.
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