Tuesday, June 9, 2015

PROCESSOS QUE EMVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO.  7
O esforço teológico é insuficiente para fazer manifesto todo o paradoxo cristão. O alerta paulino contra o acumulo do pecado e a Ira de Deus, um dos objetivos de nosso evangelismo.

A possibilidade de aceitação ou rejeição da mensagem evangelística sendo pregada, determina se o evangelizado tem poder para escolher livremente sua livre opção consciente de aceitação ou rejeição, enquanto essa opção determina também qual o nível de arrependimento é manifesto durante o processo de evangelismo. Mas, aceitar apenas que o arrependimento moral é a condição sine qua non para que o evangelismo seja “coroado” de êxito, ou que o Evangelho seja efetivamente pregado, significa crer que a resposta que o evangelismo está recebendo é obtida apenas a nível humanístico. E essa  “resposta humanística” do evangelizado, resulta apenas em duas alternativas, entendida por Paulo da seguinte forma. Não se trata apenas de conciliar humanismo com espiritualidade cristã, o que seria impossível à luz do Evangelho, porque Paulo não admite tal conciliação, mas nos dá a seguinte resposta, em Romanos 2:5. Ao rejeitarmos a Verdade  “...we are storing up wrath against ourselves for the day of God’s wrath, when his righteous judgment will be revealed.” (“...nós estamos acumulando a IRA contra nós mesmos para o dia da IRA de Deus, quando seu justo julgamento será revelado.”)  Ainda Em Romanos 2:8 vemos a complementação desta mesma verdade em 2:5, qual seja: “ But for those who are self-seeking and who reject the TRUTH and follow evil, there will be WRATH and anger. (“Mas para aqueles que procuram por si mesmos (humanisticamente) e que rejeitam a VERDADE e seguem o mal, existirá IRA e raiva.”) E para os que aceitam a pregação da verdade  do Evangelho Paulo nos dá a resposta em 2:7, qual seja: “To those who by persistence in doing good seek glory, honor and immortality, He will give eternal life”.(“Para aqueles que por persistência procuram glória, honra (arrependimento moral) e imortalidade, Ele (Deus) dará vida eterna.”). Portanto, a bem da verdade Paulo nos leva a crer e entender que nossa opção é consciente, fiel, honesta e verdadeira apenas quando aceitamos a Verdade, e NÂO quando a rejeitamos humanisticamente. Mas, Paulo no entanto, nos alerta de um perigo iminente, qual seja, rejeitar a Verdade implica no acúmulo da IRA de Deus. Davi, no Salmo 38 nos adverte: "Because of your wrath there is no health in my body", numa clara alusão de que saúde e acúmulo de pecado estão relacionados, o que implica a IRA de Deus. (Isso pode transparecer uma influência avassaladora do que alguns chamam de  “Maniqueísmo Cristão”, mas sobre isso ainda falaremos.)
          Nós estamos absolutamente certos por professarmos nossa fé em Jesus Cristo e por desfraldar a bandeira do Cristianismo, a única e autentica verdade existente no mundo hoje.   Nós estamos certos quando andamos com nossa cabeça erguida por professarmos nosso amor e fidelidade a Jesus. O esforço teológico não é suficiente para expressar unicamente, o quanto somos gratos a isso. Isto está na Bíblia, na vida do povo fiel a Deus, na vida de patriarcas, profetas, profetisas, apóstolos e evangelistas do Antigo e do Novo Testamentos da Bíblia Sagrada, e em toda a extraordinária força histórico/espiritual da Igreja Cristã fundada por Ele em bases profético/espirituais. Porque todo o esforço teológico não é suficiente para expressar totalmente toda a profundidade do Paradoxo Cristão, qual seja, que o Logos de Deus se revelou, encarnou e a transcendência de Deus se manifestou vivendo no meio de nós, da imanência humana. O Eterno se fez carne e veio habitar em nosso meio. A transcendência eterna de Deus se fez VIVA diante de nossos olhos. Esse é o testemunho maior dado por João nos primeiros versículos de seu Evangelho, ao afirmar em João 1:14, “ The Word became flesh and made his dwelling among us”. Em outras palavras João afirmava que o Infinito se manifestou dentro do Finito, e que a transcendência infinita de Deus se manifestou viva, encarnada em meio ao relativismo materialista e imanente da Terra. Paulo encarnou tal verdade logo de imediato no Areópago de Atenas ao confrontar os filósofos gregos, pois Paulo havia experimentado o poder da presença espiritual da VERDADE no caminho de Damasco, dando-nos a entender que nós também devemos experimentar o NOSSO caminho de Damasco, o Pentecostes de Paulo, como pré-requisito ao conhecimento mais profundo da verdade cristã no Evangelismo, antes mesmo de assumirmos o compromisso com o Evangelismo. Isso expressa a importância não apenas do arrependimento moral na racionalidade humana, mas acima de tudo, a ação transformadora do Espírito Transcendente da Verdade ( Jesus Cristo) na mente humana. Além disso, em outras palavras, Paulo nos mostra que o esforço da vontade e do poder de escolha da consciência humana, não foram suficientes para aceitar as verdades propostas pelo Evangelho de Jesus Cristo, (como vimos acima) e que tal verdade seria mais facilmente incutida na mente humana racional e limitada através da própria atuação do Espírito de Jesus.
 1 John 4:19 afirma que “ We love Him, because He first loved us”.,o que representa a base teológica para crermos que o esforço da mente (ou da razão) humana são insuficientes para atingir por si os sucessivos passos ao arrependimento. “The acts of contrition, confession and decision – essential and successive steps in repentance – are the immediate effects of the vision of Christ.”(Cf.Archibald B.D.Alexander, opus cit.) Isto quer dizer, também, que além do compromisso moral do arrependimento humano, além da sustentação dessas verdades pela fidelidade humana, outros esforços foram indispensavelmente empregados por Deus. “Though repentance is indeed a human activity, here, as Always, the earlier impulse comes from the Divine side.” (Cf. Archibald B.D. Alexander “ Christianity and Ethics: a handbook of Christian Ethics. NY. 1925, C.Scribner’s sons, USA Loc 2539 of 3643, Kindle Edition)  Desta forma, em consequência disso, é necessário que uma verdade espiritual seja experimentada pelo ser humano para que ele se conscientize espiritualmente das verdades pregadas pelo Evangelismo Cristão. Logicamente, racionalmente, espiritualmente, não é possível fazer-se evangelismo bíblico, vis-a-vis, opondo-se ao batismo com o Espírito Santo, sem a influência transformadora do poder do Espírito Santo. Mesmo porque as forças malignas, satânicas, que estão interagindo no mundo hoje, estão bloqueando a ação transformadora do Evangelho (não impedindo, mas bloqueando) de Jesus Cristo, e tais forças, são sistemáticas, dialéticas, culturais e poderosas, e agem para cegar o entendimento humano na direção da Verdade que é Jesus Cristo. Paulo tem obviamente total credibilidade ao afirmar que nós cristãos precisamos nos revestir de todas as armas da milícia cristã, para que possamos nos opor aos esquemas malignos de Satanás, que se manifestam HOJE, agora, em todo o mundo atual, em toda a nossa cultura atual, quer seja ela Ocidental, quer seja Oriental.  Confira Efésios 6:10-18. “Finally, be strong in the Lord and in his mighty power. Put on the full armor of God so that you can take your stand against the devil’s schemes. For our struggle is not against flesh and blood, but against the rulers, against the authorities, against the powers of this dark world and against the spiritual forces of evil in the heavenly realms….” (NIV)
Existe aqui em Efésios, de acordo com esta versão inglesa da NIV., uma distinção clara entre dois parâmetros distintos, quais sejam, por um lado, a força de oposição de governos, e poderes seculares deste mundo obscuro, E as forças espirituais do mal estacionadas nos ares. Paulo nos alerta sobre estas duas forças atuais se opondo ao cristianismo, e em oposição ao evangelismo cristão. Muitos não interpretam tal referência paulina desta forma, ao admitir que Paulo faz menção somente ao mundo invisível, ao descrever a batalha espiritual  acontecendo somente contra o maligno nos lugares celestiais. Pessoalmente, prefiro considerar a interpretação que mostra dois parâmetros distintos, em complementação. O que é determinado nos ares, pelos esquemas malignos de Satanás, influencia o mundo, pessoas, instituições e a cultura mundial, de modo global. Ou seja, as forças espirituais do mal, influenciam as forças seculares e culturais humanas, globais. O pensamento ideológico satânico, dominando sobre a mente humana, sobre a cultural humana, criando suas alternativas dialéticas, baseadas na cultura humana como um todo.  (Posteriormente veremos o que significam tais alternativas dialéticas.) Aliás, esta palavra em Efésios 6:10-18, manifesta o caráter profético da inspiração paulina em uma de suas epístolas, em Efésios, pois nos mostra a dimensão da luta travada nos lugares celestiais, o que aparentemente se “perpetua” atualmente, isto é, hoje, o que certamente continuará até o final dos tempos, até à vitória final de Cristo. 

Paulo não deixa margens a qualquer insuficiência do pensamento cristão em seu evangelismo, ao pregar imediatamente sobre a IRA de Deus. Francis Schaeffer expõe que “qualquer um que queira evitar falar sobre a Ira de Deus não entende a fé Cristã”. Em função da profundidade desta abordagem evangelística no mundo atual, “ não existe uma pregação real do Evangelho de Jesus a não ser pelo fato de que o ser humano está sob a influência da Ira de Deus, a IRA MORAL de Deus”, complementa Schaeffer. ( id., pgs. 107-108)  Aliás, este é um dos temas principais de Paulo na epístola aos Romanos, pelo menos no final do capítulo 1 e início do capítulo 2. ( leia cap 2:4). Pregar sobre a IRA de Deus significa, profeticamente, buscar incutir na mente humana a anulação do carater de obstinação e do não-arrependimento cardíaco, que a força espiritual do mal certamente impõe ao coração humano, quando os esquemas malignos de Satanás se intensificam a cada dia, como força negativa cumulativa, impedindo a consciência humana de se arrazoar favoravelmente na direção do Evangelho de Jesus Cristo. É o que lemos em Romanos 2:5. “But because of your stubbornness and your unrepentant heart, you are storing up wrath against yourself for the day of God’s wrath”. O efeito cumulativo do mal no coração humano, como uma negra bola de neve do mal, descendo a colina da vida, enquanto aguardamos o dia da Ira de Deus.  Paulo percebeu espiritual e profeticamente o envolvimento da história no processo cumulativo da Ira de Deus através dos tempos, e certamente até aos dias atuais, através da sobrecarga do mal e do pecado, no coração humano. E tal efeito cumulativo significa o resultado do acúmulo humanístico do mal resultante da rejeição da Verdade, acontecendo hoje, agora, no mundo em que vivemos.   

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