A DINÂMICA DO PERDÃO - 18
Nessa frase Paulo sintetiza a
dimensão do conflito vivido pelos seres humanos ao se confrontarem com sua
natureza pecaminosa: “ Porque eu não faço o bem que eu quero fazer, mas o
mal que eu não quero fazer, esse eu continuo fazendo”. Ao analisarmos o significado mais profundo
dessa declaração, nós encontramos os seguintes pontos controvertidos: 1 – Alguma coisa nos impede de fazer o bem,
uma força espiritual agindo contrariamente ao bem e impedindo-nos de fazê-lo; 2 – o mal,
no entanto, parece exercer sobre nossa mente uma foça maior que nos leva a
cometê-lo, como se nos incitasse a agir em sua direção e nos forçasse a optar
por ele; 3 – continuar a praticar o mal incide diretamente sobre nossa vontade,
que não é soberana, mas sofre o impacto destrutivo de toda influência maligna
sobre o nosso ser; 4 – Paulo parece
afirmar com convicção a existência de uma força maligna cujo poder parece maior
do que seu poder de escolha e decisão.
Mas, apesar de toda a sua força maligna impactante sobre nossa mente, haverá espaço para decisões voltadas somente para o bem, traduzidas pelo continuar, pelo avançar diário de nossas expectativas rumo a opções positivas e centradas no poder de Deus. Tais decisões ocorrem mesmo na presença do mal, ou quando caminhamos pelo vale de sombra da morte, (Salmos 23) que, na verdade, identifica o mundo em que vivemos, onde aflições sempre existirão, erros, pecados, problemas, sempre nos acompanharão, a julgar por todos os fracassos e quedas provenientes do pecado. Nós, no entanbto, não vivemos somente dentro da aura de destruição e morte causados pelo mal que nos acompanha, em função da força da graça de Deus que também nos acompanha, cujo expectro é inerentemente mais poderoso do que a incidência do mal. Temos a opção do poder de escolha, que nos apresenta apenas duas opções de poder; temos ainda o poder da nossa vontade que representa o marco inicial de força íntima, a nos orientar e abrir um leque de opções positivas rumo a decisões acertadas, confrontando-nos com a incidência do mal. E temos também, a opção de escolha por Jesus Cristo, e pelo Espírito, em quem existem sempre vitórias, que nos impedem de duvidar da força espiritual que reside neles, como única opção de vitória. A graça de Deus trabalha em nós continuamente, dando-nos desejo e poder para fazer aquilo que O agrada". (Cf. Filipoenses 2:13)