A DINAMICA DO PERDÃO. - 7
As afirmações do
autor do livro "David and Goliath" contradizem de modo substancial o que o
relato bíblico tem por intenção e inspiração transmitir. O relato bíblico não
tinha por foco analisar o lado socio-histórico do exércxito filisteu, e nem
mesmo dar ênfase às enfermidades de Golias naquele instante. Pelo contrário, a
Bíblia se refere mais especificamente à escolha histórica de David ao trono de
Israel, como futuro rei já escolhido por Deus para substituir o Rei Saul. Se
Golias estava doente ou não, o problema tinha que ver com o próprio povo
Filisteu, que escolheu um enfermo para reprersenta-lo na batalha. O relato
bíblico quer nos mostrar a fidelidade de David ao Deus de Israel, sua genuína
humildade e coragem diante dos perigos enfrentados pelo seu povo, além de nos
mostrar o nível elevado e inabalável de sua fé em Deus. Não lhe importava saber
quem era Golias, se seu principal oponente estava ou não enfermo, mas avançar
em direção ao gigante com a certeza da vitória. Isso não quer dizer que Deus se
aproveitou das fragilidades de Golias, para garantir a vitória dos Hebreus. A
fragilidade de Golias, posta em confronto com a fragilidade de David, dava aos
contendores um equilíbrio bélico nivelado e justo. E o que importa mais no
texto bíblico é acima de tudo o lado da fidelidade humana à vontade de Deus, do
que a enfermidade humana. As enfermidades humanas, por seu carater indistinto
aplicado a cada ser humano, não se curam por si mesmas. Isso nos permite
afirmar que o poder da fé é mais poderooso que o poder do corpo humano em
produzir cura. Razão pela qual o poder da fé, quando o afirmamos e o vivemos em
toda a sua plenitude, é semelhante ao livre-arbítrio, o que nos permite afirmar
que o livre-arbítrio é um atributo da fé humana em Deus, uma atitude da fé, ou
uma obra realizada pela fé em direção ao próprio Deus. O que nos permite
afirmar também que o livre-arbítrio é a essência primária dos atributos da fé
em Deus, o que nos permite manter sempre conectados a Deus em nossas atitudes,
nosso comportamento moral, e em nossa dependência a Deus em todos os níveis.
Nós entendemos que a fé é um dom de Deus que precisa ser exercitado, ou, em
outras palavras, ser mostrado de forma objetiva, como Tiago 2:8 admite. E não
queremos afirmar que o livre-arbitrio é um sub-dom da fé. Não podemos nos
esquecer que a expressão “livre-arbítrio” não é nem sequer mencionada na
Palavra de Deus. Queremos afirmar apenas
que o conceito envolvendo a expressão “livre-arbítrio” é usado de modo
intercambiável com a expressão “poder de escolha”, chegando até mesmo a ser
confundido ou mal interpretado em pregações pastorais dentro de igrejas
evangélicas.
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