Sunday, September 6, 2020


IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 26
Sua diversidade eclesiológica e doutrinária.


O dualismo espiritual apresenta ainda outras caracetrísticas em forma de técnicas aplicadas à pregação durante os cultos de adoração. E isso se define da seguinte forma: enquanto um pregador se ocupa em enfatisar o lado espiritual e místico da pregação, levando o rebanho a uma profunda reflexão em torno ao conteúdo espiritual do texto explanado, e levando-o a seu caráter emocional e intimista, em direção a um profundo arrependimento e a uma vida de comunhão espiritual. Por outro lado, o outro pastor, quando tem oportunidade de pregar, prega essencialmentre sobre o diabo, sobre os efeitos do pecado e sobre o peso da ira e da justiça divina àqueles que o estão ouvindo. Mas, no sentido de criar uma expectativa de submissão e medo relativos ao próprio Deus dentro do contexto veterotestamentário. Tal dualismo, que é na verdade uma variável ou um estilo de se pregar a Palavra, é o reflexo de uma técnica, uma dobradinha no estilo, cujas intenções maiores tem a ver com a preservação do número de membros, através de se impor um medo relativo às obras das trevas no mundo, e em consequências, estabilizar tal número a um patamar sempre crescente. E isso não deixa de ser uma técnica de pregação ou uma jogada persuasiva e não representa necessariamente a pregação da verdade. Mas, tem a ver com técnicas de manipulação do rebanho. Isso pode representar também uma profunda divergência entre estilos de pregação mas também uma anomalia na formação teológica de diferentes pastores. E as igrejas que não se utilizam de tais técnicas, mas insistem na pregação do Evangelho de Jesus Cristo, fazem-no conscientes de seu papel como Igreja de Cristo comprometidas com a verdade. Essencialmente o que Jesus Cristo ( o caminho, a verdade e a vida ) nos instruiu a fazer, é ir e pregar o evangelho a toda a criatura, batizando-as, etc., tendo como pré-requisito o Batismo com o Espírito Santo e também tendo em vista que as bases doutrinárias e eclesiológicas da igreja foram estabelecidas a partir de Pentecostes. Além disso, podemos admitir que existem sempre as expressões de auto-valorização a enfatizar os valores exclusivos dessa igreja em detrimento das “outras igrejas” que acabam sendo sempre vistas com limitações, com críticas veladas dentro de um clima de arrogância e discriminação. Apenas para citar um exemplo, isso ocorre muito através das críticas feitas à Igreja Católica e às Igrejas Pentecostais, que de modo geral se tornam o bode expiatório, quando se trata de criticar outras igrejas. Em geral tais críticas têm por objetivo e interesse maior, preservar as igrejas que lançam as críticas contrárias às outras, no sentido da autopreservação e valorização dos próprios interesses. Resultado disso é que somente a “minha igreja” é a verdadeira e as outras são falsas e heréticas. Outro problema que precisa ser aventado: a julgar pelas qualificações de pastores em encargos de aconselhamento, existe quase sempre uma carência muito grande de idoneidade moral e ética entre os pastores quando se trata de operar na arte do aconselhamento.  Alguns são levados a tais encargos pastorais não por treinamento específico ou por formação teológica nessa área, mas são alçados a tal responsabilidade sem prévio conhecimento, aconselham sem o mínimo de experiência na área de aconselhar, emitem conselhos não-profissionais (ou não baseados na Bíblia) e não apropriados, ou apenas experimentalistas, mas são levados às funções de “atendimento” ao rebanho com meras intenções de coletar dados estatísticos a respeito de quem é quem dentro da igreja, com segundas intenções ligadas a controle e manipulação. Além disso, se utilizam apenas de referências bíblicas sem nenhuma justificativa ou interpretação adequada, mas agindo como a verdadeiros “monges budistas” do aconselhamento cristão. Tais atitudes em verdade definem uma índole não idônea, anticristã, e incompetência no aconselhamento.  A propósito, Jesus Cristo deu muita ênfase a esse “dom” de aconselhar almas em conflito, ao questionar a Pedro (um líder cristão em formação) se ele amava ao Mestre, em João 21:16-17. E a cada resposta de Pedro Jesus afirmava “APASCENTE MINHAS OVELHAS” enfatizando o amor a Cristo em primeiro lugar e às ovelhas, em segundo, através do APASCENTAR (instruir, pastorear, guiar, liderar) as suas ovelhas. Portanto, amar a Cristo e apascentar as ovelhas estão dentro do contexto da Palavra de Deus como prioridades complementares, pois Cristo se apresenta diante de Pedro como o Corpo e cabeça da Igreja e as ovelhas, seus membros. A estrutura do diálogo entre Jesus e Pedro mostram ambas as realidades como parte de uma mesma estrutura espiritual e eclesiástica. E não realidades dualísticas. Alguns pastores consideram o tempo de aconselhamento no gabinite pastoral, como um bate-papo informal e nunca uma oportunidade de a liderança expressar amor e experiência no aconselhamento, da forma como somente Jesus Cristo apresentou. Mas, ao contrário, alguns pastores admoestam, criticam, advertem e julgam, sem saber que o “não julgueis para não serdes julgados” também se aplica a pastores. Razão pela qual alguns pastores se mostram como NÃO-IDÔNEOS nos encargos de aconselhamento, mas puramente carnais.  

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