IGREJAS EVANGÉLICAS BRASILEIRAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – 26
Sua
diversidade eclesiológica e doutrinária.
O dualismo espiritual apresenta ainda outras
caracetrísticas em forma de técnicas aplicadas à pregação durante os cultos de
adoração. E isso se define da seguinte forma: enquanto um pregador se ocupa em
enfatisar o lado espiritual e místico da pregação, levando o rebanho a uma
profunda reflexão em torno ao conteúdo espiritual do texto explanado, e
levando-o a seu caráter emocional e intimista, em direção a um profundo
arrependimento e a uma vida de comunhão espiritual. Por outro lado, o outro
pastor, quando tem oportunidade de pregar, prega essencialmentre sobre o diabo,
sobre os efeitos do pecado e sobre o peso da ira e da justiça divina àqueles
que o estão ouvindo. Mas, no sentido de criar uma expectativa de
submissão e medo relativos ao próprio Deus dentro do contexto
veterotestamentário. Tal dualismo, que é na verdade uma variável ou um estilo
de se pregar a Palavra, é o reflexo de uma técnica, uma dobradinha no estilo,
cujas intenções maiores tem a ver com a preservação do número de membros,
através de se impor um medo relativo às obras das trevas no mundo, e em consequências,
estabilizar tal número a um patamar sempre crescente. E isso não deixa de ser
uma técnica de pregação ou uma jogada persuasiva e não representa
necessariamente a pregação da verdade. Mas, tem a ver com técnicas de
manipulação do rebanho. Isso pode representar também uma profunda divergência
entre estilos de pregação mas também uma anomalia na formação teológica de
diferentes pastores. E as igrejas que não se utilizam de tais técnicas, mas
insistem na pregação do Evangelho de Jesus Cristo, fazem-no conscientes de seu
papel como Igreja de Cristo comprometidas com a verdade. Essencialmente o que
Jesus Cristo ( o caminho, a verdade e a vida ) nos instruiu a fazer, é ir e
pregar o evangelho a toda a criatura, batizando-as, etc., tendo como
pré-requisito o Batismo com o Espírito Santo e também tendo em vista que as
bases doutrinárias e eclesiológicas da igreja foram estabelecidas a partir de
Pentecostes. Além disso, podemos admitir que existem sempre as expressões de
auto-valorização a enfatizar os valores exclusivos dessa igreja em detrimento
das “outras igrejas” que acabam sendo sempre vistas com limitações, com
críticas veladas dentro de um clima de arrogância e discriminação. Apenas para
citar um exemplo, isso ocorre muito através das críticas feitas à Igreja
Católica e às Igrejas Pentecostais, que de modo geral se tornam o bode expiatório,
quando se trata de criticar outras igrejas. Em geral tais críticas têm por
objetivo e interesse maior, preservar as igrejas que lançam as críticas
contrárias às outras, no sentido da autopreservação e valorização dos próprios
interesses. Resultado disso é que somente a “minha igreja” é a verdadeira e as
outras são falsas e heréticas. Outro problema que precisa ser aventado: a
julgar pelas qualificações de pastores em encargos de aconselhamento, existe
quase sempre uma carência muito grande de idoneidade moral e ética entre os
pastores quando se trata de operar na arte do aconselhamento. Alguns são levados a tais encargos pastorais
não por treinamento específico ou por formação teológica nessa área, mas são
alçados a tal responsabilidade sem prévio conhecimento, aconselham sem o mínimo
de experiência na área de aconselhar, emitem conselhos não-profissionais (ou não
baseados na Bíblia) e não apropriados, ou apenas experimentalistas, mas são
levados às funções de “atendimento” ao rebanho com meras intenções de coletar
dados estatísticos a respeito de quem é quem dentro da igreja, com segundas
intenções ligadas a controle e manipulação. Além disso, se utilizam apenas de
referências bíblicas sem nenhuma justificativa ou interpretação adequada, mas agindo
como a verdadeiros “monges budistas” do aconselhamento cristão. Tais atitudes
em verdade definem uma índole não idônea, anticristã, e incompetência no
aconselhamento. A propósito, Jesus
Cristo deu muita ênfase a esse “dom” de aconselhar almas em conflito, ao
questionar a Pedro (um líder cristão em formação) se ele amava ao Mestre, em
João 21:16-17. E a cada resposta de Pedro Jesus afirmava “APASCENTE MINHAS OVELHAS”
enfatizando o amor a Cristo em primeiro lugar e às ovelhas, em segundo, através
do APASCENTAR (instruir, pastorear, guiar, liderar) as suas ovelhas. Portanto,
amar a Cristo e apascentar as ovelhas estão dentro do contexto da Palavra de
Deus como prioridades complementares, pois Cristo se apresenta diante de Pedro
como o Corpo e cabeça da Igreja e as ovelhas, seus membros. A estrutura do
diálogo entre Jesus e Pedro mostram ambas as realidades como parte de uma mesma
estrutura espiritual e eclesiástica. E não realidades dualísticas. Alguns
pastores consideram o tempo de aconselhamento no gabinite pastoral, como um
bate-papo informal e nunca uma oportunidade de a liderança expressar amor e
experiência no aconselhamento, da forma como somente Jesus Cristo apresentou.
Mas, ao contrário, alguns pastores admoestam, criticam, advertem e julgam, sem
saber que o “não julgueis para não serdes julgados” também se aplica a
pastores. Razão pela qual alguns pastores se mostram como NÃO-IDÔNEOS nos
encargos de aconselhamento, mas puramente carnais.
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