SENSUALISMO -
IDOLATRIA DE UM SENTIMENTO. 4
Algumas ideias
retiradas do conceito original da sexualidade humana na criação do sexo.
Deus não criou homem e mulher apenas com
características sexuais e é interessante observarmos que a Bíblia não menciona
o sexo como fundamento distintivo da identidade dos dois seres criados. O que
identifica homem e mulher essencialmente antes do pecado é o fato de que Deus
os criou indistintivamente à sua própria
imagem e semelhança.
A enfase de Deus na criação não é o sexo, mas a
imagem e semelhanca do próprio Deus no homem e na mulher. Em Gênesis 1:27 a
ênfase dada por Deus na Palavra é para a imagem e semelhanca do próprio Deus.
Posteriormente a essa afirmação Deus então declara que: “homem e mulher Ele os
criou”. E isso está coerente com a essência de Deus na Trindade, em cuja
interação Deus se identifica na sua imagem e semelhança das três pessoas entre
si. Em outras palavras, Deus não tem sexo, o que nos permite afirmar que a obra
da criação divina do Universo não foi traduzida ou realizada por um ato sexual
de Deus para a criação, mas noutra dimensão, pela expansão do amor de Deus que se expande no
criar. Isso nos permite afirmar também que Deus não necessita do sexo para a
criação do Universo, mas apenas de sua essência divina aplicada ao amor humano.
Isso também nos permite inferir que homem e mulher certamente não precisariam
de sexo (pelo menos como essencial no Eden) para a realização do propósito
divino em relação ao Universo, ou ao Reino dos Céus, mas apenas do amor que
identifica o que Deus é em essência. O homem e a mulher entrariam apenas com a
obediência à vontade divina. Foi o que não aconteceu no Éden, no pecado de Adão
e Eva. Trocaram a obediência por seus próprios interesses humanísticos, ao
assumirem manifestar sua autonomia volitiva, por terem sido fiéis à sua própria razão
autônoma. A identidade sexual de homem e mulher, ocorre após o pecado quando
ambos, protegendo sua sexualidade com folhas e peles, descobriram que estavam
nus, quando Deus lhes pergunta: Quem
disse que estavam nus? A partir
desse momento revelado pela Palavra, Deus pergunta e também revela a dimensão
visível, física (anatômica), distintiva e biológica do sexo. Vejamos o quis diz
Gênesis. Com relação à importância da mulher. Deus afirma que “Não é bom que o
homem esteja só. Eu farei uma ajudadora desejável a ele.” ( A palavra desejável (NIV.
Gen.2:18) que aparece como tradução ao termo Inglês “suitable” significa aquilo
ou aquela que está adequada a um propósito como padrão, ou ainda que tem valor
como um ser escolhido especialmente como esposa, ou ainda, qualificada, ou
permitida, ou valorizada como ser escolhido, ou seja, não apenas com
características sexuais.) Essa é a
característica mais importante dada por Deus à mulher, com relação ao homem:
ser ajudadora e desejável. Com relação à
expressão “Quem lhes disse que estavam nus” ( NIV. Gen. 3:11 ) é suportada pela
expressão seguinte dita no mesmo versículo 3:11, quando Deus pergunta “Por
acaso vocês comeram (do fruto) da árvore que eu ordenei que não comessem?” Tal
pergunta responde à questão ligada à nudez humana, que demonstra a distinção
dos sexos, e justificou o fato de estarem nus. Em outras palavras, a
desobediência, que levou ao pecado da desobediência, sendo ela própria o
próprio pecado, revelou a sexualidade humana, a partir da transgressão em se
comer do fruto da árvore do Bem e do Mal. O sexo passa então a ter características
distintivas que antes do pecado não existiam. O sexo então passa a ser visto
como vergonhoso, precisaria ser escondido, distintivo, e ao mesmo tempo, revela
a dimensão visível, fisica e anatômica, como dissemos acima. A nudez humana
estava exposta, ou seja, o homem (e a mulher) passam a existir como seres providos
de sexo. E tal existência sexual dos seres criados por Deus, estava agora
sujeita ao pecado, como toda a natureza também estaria a partir do pecado. (Aliás, o que a Teologia Natural nos aponta
é que ela nos faz refletir sobre a natureza, não caída ou contaminada pelo
pecado, mas nos permite ir além do natural para o divino, numa busca constante
pela pureza e a beleza original do Éden, onde Deus se fazia presente e constantemente
em comunhão com os seres criados.) De alguma forma ou de outra, o sexo
permeia o hiato criado pelo próprio pecado, existente a partir da expulsão do
Éden, e sobreexistirá até à redenção final de toda a natureza com o advento
final de um novo céu (novo Universo) e de uma nova Terra ( a natureza humana
sendo restaurada a seu estado original edêmico), e a vinda do Reino dos Céus,
onde inclusive não existirá o sexo. A
sujeição do sexo ao legado criado pelo pecado, nos permite afirmar que o sexo
está também sujeito às limitações impostas por ele, ou seja, que o sexo contém
restrições, limitações, imperfeições e está sujeito a bençãos e maldições ( o
que é definido pelo carácter duplo e ambivalente da Árvore da sabedoria do BEM benção e do Mal maldição que
foi ingerida pela natureza humana a partir da desobediência). Nós ainda vamos
nos referir aos textos originais hebráico e grego, numa exegese mais profunda,
para melhor entendermos o que significam certos termos no texto em Inglês e
Português da Biblia Sagrada. No próximo segmento nós teremos a oportunidade de
refletir sobre o significado de se retirar a mulher de uma costela do homem, e
as implicações dessa narrativa, para a própria definição do coneito original de
sexo, tanto no homem, quanto na mulher.
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