Friday, August 4, 2017

CORRUPÇÃO  DA PALAVRA E A CORRUPÇÃO POLÍTICO-SOCIAL E PARTIDÁRIA NO BRASIL – (5)
Violência e Iniquidade.

Dissemos anteriormente, no capítulo 4,  que a corrupção produz seus efeitos nocivos e corruptíveis dentro de um contexto relacional e neste contexto, a idéia de absoluto e relativo estão presentes ao assumirem a forma de manifestação original. Em outras palavras, está na origem da iniquidade o relacionamento primordial entre Lúcifer (relativo) e Deus (absoluto), não apenas como meros conceitos, mas como entes de razão lógicos, ou seja, que nós podemos aferir que tais “ entidades “ existiram num contexto pré-existencial, mas que continuam a existir realmente no contexto real existencial. Lúcifer assume, na legitimidade de seu livre-arbítrio, ser igual a Deus e neste confronto de proporções incomparáveis, Deus o amaldiçoa, expulsando-o para longe de Sua presença, e para fora do Éden. O que gera, pois, a iniquidade e o caracter corruptível, faz-nos produzir a seguinte questão: de onde surge pois, a corrupção: da iniquidade do ato de Lúcifer, ou da ação divina que o amaldiçoa? A resposta soa muito simples: como ser absoluto, Deus é incorruptível. E Lúcifer tenta tornar absoluta a natureza de sua relativa condição existencial, por tentar ultrapassar os limites de sua própria relatividade. Nesta tentativa ele entra em confronto direto com a essência do Absoluto e se torna vítima de sua própria limitação. A iniquidade nasce do desejo de sustentação de uma inverdade diante do Absoluto e a corrupção surge como proposta de manutenção de tal inverdade a qualquer custo. A iniquidade ignora o caráter absoluto da essência divina, negando-a e assumindo simultaneamente a condição de autonomia de uma verdade insustentável, que na sua origem, cria, gera, a violentação do eterno através da natureza limitada do finito. Em outras palavras, o finito violenta a essência infinita de Deus através da iniquidade, tal como ocorreu contra Jesus Cristo no calvário.  De outra forma, a iniquidade da forma gerada pelo pecado de Lúcifer, criou uma perturbação,uma desordem, cuja palavra em Ingles DISRUPTION traduz um melhor significado como lançar em confusão e desordem, interrompendo ou impedindo o progresso de, quebrar-se em partes, ou alterando um processo normal de funcionalidade relacional. Isso significa dizer que a iniquidade assumida é um processo violento em sua gênese, devido à natureza das duplas essencias envolvidas. A palavra CAOS que aparece logo no inicio do livro de Genesis, ilustra o que isso significa. Numa rota de colisão entram em choque duas forças de diferentes vetores e duas potências de poder infinitamente opostos. (Para ilustrar nós temos que a palavra caos (chaos) aparece no texto bíblico referida como escuridão e abismo, desordem e confusão, o temeroso monstro do mar como símbolo do caos, no Salmo 74:13-14, e em Isaías 27:1-3, como sinônimo do próprio Leviatã, aquilo que o identifica.)  O choque desproporcional entre a natureza limitada do carater da criatura com a essência infinita de Deus, prova e produz um disruption violento ao ser confrontado com a essência infinia do carater divino. Existem comparações que ilustram muito bem tal reação violenta na natureza. O mesmo poderíamos dizer se Jesus em sua infinita sabedoria e divindade tentasse negar a essência do Pai, através da desobediência a Ele. Tal não ocorreu porque Jesus e o Pai tem  a mesma essência divina. Quando o homem pecou contra Deus no Éden, a reação violenta foi de rejeição e expulsão, uma rejeição irreversível seguida de uma expulsão irremediável de sua comunhão com Deus. Portanto, a violência está necessariamente oculta pelos atos de iniquidade tanto do homem quanto das criaturas angélicas. Isso nos permite afirmar que entre os povos e nações mais violentos da Terra, existe um nível de iniquidade de mesma proporção, ou seja, quanto maior sua iniquidade maior será o espectro de sua violência, o que necessariamente afasta a presença de Deus de seu convívio.      

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