CORRUPÇÃO DA PALAVRA E A CORRUPÇÃO POLÍTICO-SOCIAL E
PARTIDÁRIA NO BRASIL – (5)
Violência e
Iniquidade.
Dissemos anteriormente, no capítulo 4, que a corrupção produz seus efeitos nocivos e
corruptíveis dentro de um contexto relacional e neste contexto, a idéia de
absoluto e relativo estão presentes ao assumirem a forma de manifestação
original. Em outras palavras, está na origem da iniquidade o relacionamento
primordial entre Lúcifer (relativo) e Deus (absoluto), não apenas como meros
conceitos, mas como entes de razão lógicos, ou seja, que nós podemos aferir que
tais “ entidades “ existiram num contexto pré-existencial, mas que
continuam a existir realmente no contexto real existencial. Lúcifer assume, na
legitimidade de seu livre-arbítrio, ser igual a Deus e neste confronto de
proporções incomparáveis, Deus o amaldiçoa, expulsando-o para longe de Sua
presença, e para fora do Éden. O que gera, pois, a iniquidade e o caracter
corruptível, faz-nos produzir a seguinte questão: de onde surge pois, a
corrupção: da iniquidade do ato de Lúcifer, ou da ação divina que o amaldiçoa? A
resposta soa muito simples: como ser absoluto, Deus é incorruptível. E Lúcifer
tenta tornar absoluta a natureza de sua relativa condição existencial, por
tentar ultrapassar os limites de sua própria relatividade. Nesta tentativa ele entra
em confronto direto com a essência do Absoluto e se torna vítima de sua própria
limitação. A iniquidade nasce do desejo de sustentação de uma inverdade diante do Absoluto e a corrupção surge como proposta de manutenção de tal inverdade a qualquer custo. A iniquidade ignora o caráter absoluto da essência
divina, negando-a e assumindo simultaneamente a condição de autonomia de uma
verdade insustentável, que na sua origem, cria, gera, a violentação do eterno através
da natureza limitada do finito. Em outras palavras, o finito violenta a essência
infinita de Deus através da iniquidade, tal como ocorreu contra Jesus Cristo no
calvário. De outra forma, a iniquidade
da forma gerada pelo pecado de Lúcifer, criou uma perturbação,uma desordem, cuja palavra em Ingles DISRUPTION traduz um melhor significado
como lançar em confusão e desordem, interrompendo ou impedindo o progresso de,
quebrar-se em partes, ou alterando um processo normal de funcionalidade
relacional. Isso significa dizer que a iniquidade assumida é um processo
violento em sua gênese, devido à natureza das duplas essencias envolvidas. A
palavra CAOS que aparece logo no inicio do livro de Genesis, ilustra o que isso
significa. Numa rota de colisão entram em choque duas forças de diferentes
vetores e duas potências de poder infinitamente opostos. (Para ilustrar nós temos que a palavra caos (chaos) aparece no texto
bíblico referida como escuridão e abismo, desordem e confusão, o temeroso monstro
do mar como símbolo do caos, no Salmo 74:13-14, e em Isaías 27:1-3, como sinônimo
do próprio Leviatã, aquilo que o identifica.) O choque desproporcional entre a natureza
limitada do carater da criatura com a essência infinita de Deus, prova e produz
um disruption
violento ao ser confrontado com a essência infinia do carater divino.
Existem comparações que ilustram muito bem tal reação violenta na natureza. O
mesmo poderíamos dizer se Jesus em sua infinita sabedoria e divindade tentasse
negar a essência do Pai, através da desobediência a Ele. Tal não ocorreu porque
Jesus e o Pai tem a mesma essência
divina. Quando o homem pecou contra Deus no Éden, a reação violenta foi de
rejeição e expulsão, uma rejeição irreversível seguida de uma expulsão
irremediável de sua comunhão com Deus. Portanto, a violência está
necessariamente oculta pelos atos de iniquidade tanto do homem quanto das
criaturas angélicas. Isso nos permite afirmar que entre os povos e nações mais
violentos da Terra, existe um nível de iniquidade de mesma proporção, ou seja,
quanto maior sua iniquidade maior será o espectro de sua violência, o que
necessariamente afasta a presença de Deus de seu convívio.
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