Sunday, May 7, 2017

PROCESSOS QUE ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 16 B
O oportunismo ideológico de GRAMSCI - e a hegemonia cultural.



 Hegemonia originalmente significa liderar, dominio e controle sobre alguma coisa. Normalmente isso traduz o predominio de ideias sobre determinada situação.  O autor comumente associado à ideia de hegemonia cultural é o filósofo marxista ANTONIO GRAMSCI, que trabalhou muito sobre as ideias de alguns de seus predecessores intelectuais(entre outros), Maquiavelli, Nietzsche e essencialmente Karl Marx. Segundo Gramsci, hegemonia ou hegemonia cultural, é uma forma ou regra de domínio e controle na qual grupos subordinados consentem no exercício do poder ou domínio sobre si próprios. E normalmente aqueles que se submetem a algum tipo de domínio cultural comumente não entendem porque razão estão se submetendo a tal domínio, ou por quê razão se submetem a tal domínio. Um processo quase sempre inconsciente. Em outras palavras, os seres humanos dominados intelectualmente quase sempre desconhecem as razões desse domínio e chegam a se submeter inconscientemente a ele. Entre 1926 e 1935 Gramsci escreveu os CADERNOS DO CÁRCERE (The Prison Notebooks )escritos enquanto esteve preso sob a opressão do regime FASCISTA italiano presidido por Benito MUSSOLINI. (Partido Fascista Nacional Italiano, que prevaleceu na Italia de 1922 a 1943).  As teorias desenvolvidas por Gramsci enquanto na prisão, sobreviveram após sua morte e subsistem até hoje, de tal forma que tais ideias trazem em sua estrutura o conceito único de que essa hegemonia é também traduzida pelo impulso que visa descartar sua influência do contexto cultural, a fim de que uma suposta libedade intelectual possa sobreviver como preservação dos ideais de liberdade na mente das pessoas. Em outras palavras, ao aceitarem determinadas idéias, mesmo sendo impostas como força hegemônica, as pessoas regeitam outras, como expressão de sua suposta liberdade. Isso se manifesta acima de tudo, por meio de uma vívida aversão a tudo aquilo que se impõe com a roupagem da hegemonia. O pendulo das ideias oscilando de um polo a outro dentro de sua natural evolução dialética. As ideias de Gramsci surgiram num momento histórico significativo onde prevaleciam a opressão do fascismo, a bancarrota e a frustração marxista ocorrida antes, durante e depois da I Guerra Mundial. Essencialmente Gramsci criticou profundamente as propostas marxistas de hegemonia político/militar apregoadas por Marx ou posteriormente por Hitler, por exemplo, por uma proposta de hegemonia cultural. E para que houvesse o predomínio e sobrevivência do marxismo, como propunha Gramsci, ele teorizou um veio novo, um novo caminho ideológico, para se sobrepor e justificar a frustração de Marx e outros de seus seguidores. Com uma teoria densa e complexa, como um do maiores intelectuais de seu tempo, Gramsci explica nos CADERNOS como o predomínio do poder em relação ao milieu cultural, funciona e se sobrepõe a ela, à cultura, através de idéias e crenças que realmente dominam sobre a mente das pessoas. Uma frase cunhada pelo próprio Adolf Hitler ilustra bem o que Gramsci quis dizer: “Quão grande sorte para os governos que os seres humanos não pensem.” E isso abre espaço para a hegemonia cultural, naquilo em que as pessoas se deixam dominar ( e parem de refletir )  pelas idéias impostas,como entendeu Gramsci.  Isso explica também como um grupo social domina sobre outro, o que significa afirmar que ideias predominantes impostas por governos,  segmentos sociais ( como a media, jornalistas e intelectuais formadores de opinião ) e até mesmo doutrinas religiosas, e tais, possam exercer domínio sobre outros grupos sociais e dominá-los inteiramenmte. E tal domínio, no que se manifesta como concordância intelectiva, nem sempre é seguido por discernimento intelectual, razão pela qual, muitas vezes, certos grupos sociais se submetem inconscientemente a idéias de predomínio político, cultural ou religioso, mas quase sempre não entendem o porque desse domínio. Gramsci explica isso muito claramente em seus CADERNOS DO CARCERE, através de muitos conceitos e definições, o que para ele é traduzido em termos de hegemonia cultural.  As ideias de Gramsci transmitidas nos CADERNOS foram publicadas nos anos 50 e traduzidas posteriormente para o Ingles nos anos 70, e influenciariam profundamente ideólogos e pensadores através do mundo desde então. Traduzindo tais ideias em termos gerais, o reconhecimento de armas e poder bélico, como Marx propôs em suas teorias, não são NADA se comparadas às ideias e crenças, no sentido de que controlar a lealdade e a confiança das pessoas, é expressão maior de poder e domínio sobre elas. Em outras palavras, controlar a mente das pessoas naquilo em que elas são capazes de crer, significa controlar o que elas acreditam e assim, exercer maior poder sobre suas mentes. A partir daí surgem no mundo diversos segmentos intelectuais, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, sob a influência de ANTONIO GRAMSCI, com intuito, além de seguir e difundir suas ideias, propagar em nova dimensão os ideais marxistas, através da dissimulação dos ideais de Gramsci, mas agora, com uma perspectiva mais profunda e visceral, e porque não, radical, como forma de exercer domínio sobre as pessoas, através de um domínio cultural e hegemônico. Isso explica em termos gerais, o porque da oposição tácita e intelectual promovida pelos ideais gramscianos, contra a Religião Cristã, contra a Democracia e as formas conservadoras estabelecidas pelo pensamento ocidental. O que veremos a seguir.     

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