PROCESSOS QUE
ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO –12A
O Cristianismo e seus opositores ideológicos. O evangelismo e seus opositores
ideológicos.
Existe também uma série de ideologias e
filosofias de pensadores e ideólogos através do mundo, que publicaram suas
idéias com intenções claras de influenciar as mentes, de criar oposição aos
ideais cristãos, de satisfazer a algum tipo de egoísmo particular, porque na
verdade é nessa dialética que o mundo se evolve hoje. Se existe um pensamento
de direita, certamente existirá a esquerda. E se o cristianismo existe,
certamente existirão as forças de oposição ao cristianismo, como foi desde o
princípio, representadas essencialmente por Satanás e seus ministros de estado,
os demônios. E Satanás, ou serafim
Lucifer, é o grande opositor, o primeiro
a ter criado forças de oposição contra-partidárias, e isso ainda no céu, antes
de ser lançado expulso para a Terra. Muita gente pode pensar que o evangelismo
é muito mais simples do que simplesmente avaliar as ideologias e filosofias negativas
existentes no mundo hoje, poder confrontá-las, e posteriormente, superá-las
apenas por sobrepor a força do Evangelho à sua dialética negativa. Há pessoas
que pensam também que a questão relativa ao Reino dos Céus se revela a partir
da resolução de questões e polêmicas resolvidas em torno às filosofias e
ideologias sendo banidas da mente humana. Bem sabemos que o evangelismo vai bem mais
além do que esta simples oposição. Sim, isso é claro, e ninguém precisa entrar
em universidades hoje para perceber que existe uma série de ideologias
degradantes e nefastas a serviço do maligno, a serviço de forças negativas
agindo no mundo. Obviamente, da mesma forma como Paulo as conhecia e as
confrontou durante suas missôes evangelísticas, nós temos também o compromisso
moral de conhecê-las, para certamente refutá-las, caso necessário.( Aliás, esta é uma das funções da
Apologética que existe a partir do próprio Paulo de Tarso.) E existem espalhadas no mundo hoje, às vezes
num mesmo quarterão urbano, dezenas de concepções ideológicas diferentes, como
expressão do vasto leque de culturas que hoje estão entrechocando-se no mundo,
em função do número imenso de ideologias e visões religiosas e visões mundiais
( ou world visions ) que o próprio homem criou por causa de sua ignorância e
obstinação pessoal. Quando saímos para
pregar o evangelho nas ruas, nós podemos perceber isso. O Evangelho não carrega
em si ser uma força alienante e alienadora da consciência humana. Ou o
entorpecente do povo, como quis Karl Marx. (Aliás, Marx se referia
especificamente à religião cristã, de modo geral, não apenas ao Evangelho, mas
a toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamento, bem como a todas as religiões
indiscriminadamente). Existe profunda sabedoria e inteligència no Evangelho de
Jesus, como Palavra de Deus, que o distingue de modo exclusivo como força de
dimensão espiritual, fora da dimensão meramente mundana. O Evangelho de Jesus
não pode ser entendido como uma força político/socio/ideológica, a serviço do
Reino dos Céus. Porque o Evangelho de Jesus é a própria dimensão espiritual (e
paradoxal) do Reino revelada ao homem de boa vontade, através da Pessoa de
Jesus Cristo, que o torna consciente da dimensão espiritual e eterna da Palavra
de Deus nele. A Palavra de Deus é a revelação da vontade divina relativa ao
Reino dos Céus, e aplicada ao homem e Jesus Cristo representa a incarnação das
projeções infinitas do Reino dos Céus, como revelação da vontade do Pai. Não há nada que se compare ao Evangelho de
Jesus. E nem é preciso aos evangelistas que eles necessariamente sejam
instruídos no conhecimento filosófico/ideológico das forças que atuam na mente
humana, se nós sabemos que biblicamente, os evangelistas devem sair para pregar
o Evangelho imbuídos do mesmo Espírito que motivou os apóstolos, e entre eles,
Paulo de Tarso, a pregarem o Evangelho. O Evangelho de Jesus deve ser pregado
tendo-se em mente que o Espírito Santo é a força motriz de motivação, de
inspiração e de poder, conforme vemos no relato bíblico dos Evangelhos, a
partir do Pentecostes, para um confronto direto com o secularismo, e com as
forças negativas do império das trevas, bloqueando a mente humana. Isto
equivale dizer que Jesus não teve por objetivo instruir seus discípulos
apologeticamente. Mas, ninguém deve sair
para pregar o Evangelho de Jesus descentralizado, ou desconectado com relação
ao Espírito Santo, ou ignorando as forças que são disponibilizadas pelo próprio
Espirito Santo de Deus. Tal a natureza e dimensão espiritual do Evangelho de
Jesus. O Evangelho é o ser de Deus manifesto na pessoa de Jesus, como Filho de
Deus, ele próprio. O Evangelho é algo muito bem pensado, muito organizado, por
uma mente infinitamente sábia, que lhe deu unidade, e uma dimensão eterna, no
sentido de que o Evangelho manifesta a dimensão própria do Reino, mesmo sabendo
que o Evangelho tem ainda, como sujeito, a própria intervenção humana. Nós não estamos pregando a ideologia de um
partido político, como uma manifestação político/ideológica, manifesta pela
sigla PD ( Partido de Deus ) como querem os detentores de concepções
político/partidárias, ou os democrata-cristãos, e/ou socialista-cristãos (o que
seria uma aberração político-ideológica), quando saímos para levar a mensagem
do Evangelho no ambiente urbano. É verdade que, sem dúvida alguma, nós
precisamos conhecer nossos inimigos político-ideológicos quando nos propomos a
pregá-lo, porque vemos que Paulo além de conhecer tais doutrinas mundanas, se
opôs frontalmente a elas. Não somente Paulo, mas João, também as conhecia. Por
quê? Porque é com sabedoria que devemos fazê-lo. E torna-se impossível ignorar
o ambiente secular histórico e social, porque Deus não nos deu inteligência
para ficarmos apegados à mediocridade e à alienação. Pelo contrário, existe uma
doutrina social na mensagem evangelistica, que não se opunha frontalmente às
ideologias , no tempo de Jesus, mas que as via como realidade em vias de serem
transformadas pelo poder do Evangeho. Porque Deus é sábio, Jesus é sábio, o
Espírito Santo é sábio. Portanto, fomos criados à imagem e semelhança de um
Deus sábio. Por este motivo, a resposta que o evangelismo procura levar ao fazer
discípulos, é uma resposta racional e de sabedoria no Espírito, na pessoa de
Jesus Cristo, em consonância com a vontade sábia e soberana de Deus Pai.
(Existe uma
metodologia que se aplicou ao modelo paulino de pregação do evangelho, que nós
vamos encontrar em Lucas, no livro de Atos, em que Lucas compara a Paulo, em
Atos 17, como um verdadeiro filósofo-teólogo, ao vê-lo como uma figura
filosófica semelhante a Sócrates, o filósofo grego. Além do que Paulo durante
sua pregação no Areópago de Atenas, sabia da existência de escritores gregos
como Pausanias e Diogenes Laertius, bem como citou textualmente em Titus 1:12,
Epimenides, e também a Menander em 1 Cor.15:33. O livro de Ray Bakke,”A Theology as Big as the City”,
mostra-nos à página164, que quando Paulo foi expulso da Sinagoga Judaica, ele
alugou uma schole, ou um anfiteatro
grego de um certo Tyrannus, onde ele, Paulo, apresentava o evangelho em um modelo dialógico socrático por dois
anos seguidos, e onde o próprio Filemon ouviu de Paulo a pregação do Evangelho,
se convertou e posteriormente fundou uma igreja em bases domésticas. Tal fato
ocorreu em Éfeso, por volta de 53 AD., e esta descrito em Atos 19:8-10.)
Isso nos mostra que Paulo, além de nos dar
exemplos de grande conhecimento filosófico-cultural, nos permitie avaliar sua
sabedoria e sua igual deliberação relativamente ao conhecimento cultural de sua
época. Em Paulo, portanto, nós podemos afirmar que ter sabedoria humana, não é
querer dizer que devamos ser condenados ou banidos da presença de Deus como
intelecualistas. Paulo afirma em Filipenses 4:8 que “tudo o que é verdadeiro,
nobre, certo, puro, amável, tudo o que é admirável, e se alguma coisa é
excelente ou digna de valor, considerem tais coisas”.
Por incrível que possa parecer, devemos fazer
uma distinção clara entre os receptáculos culturais da mensagem evangélica,
antes mesmo de aplicarmos as técnicas espirituais aplicadas a cada recipiente
da mensagem. Isso quer dizer que, existem pelo menos dois grupos ou padrões
culturais que atuam como receptáculos ou não, da mensagem evangélica. Primeiro o elemento de padrão cultural
elevado, de predominância sócio-cultural dentro do contexto urbano, caracterizado
por uma profunda influência intelectualizada, que manifesta sua opinião mais
frequentemente, e que promove mudanças culturais mais significativas no
contexto social, ajudando a formar a opinião pública, e que muitas vêzes forma
na sociedade uma minoria. Estes tais são
chamados no Brasil de os “Bem Falantes”, representados pelos que formam a
opinião pública, como os intelectuais, os jornalistas, escritores, professores,
artistas, os profissionais liberais, e outros. O segundo, o elemento de padrão cultural menos elevado, de maior predominância no contexto urbano e rural, de características
não profundamente intelectuais, mas pelo contrário, de influência cultural
inferior, em função de suas carências
economico/sociais, que de modo geral não ajudam a formar a opinião publica, mas
muitas vêzes chegam a viver abaixo da linha de pobreza, com acesso mínimo às
fontes de informação, educação e cultura, com recursos limitados, e sofrendo
consequências graves na sua alimentação, nas suas condições de higiene, saúde,
etc. Estes fazem parte das classes menos favorecidas e que normalmente não
contribuem para a formação da opinião pública. Portanto, podemos identificar
pelo menos duas classes sociais distintas e equidistantes. E tais diferentes padrões culturais definem
diferentes metodologias de alcance evangelístico. Tais diferenças culturais
muitas vêzes também se impõe por uma perspectiva de penetração mais adequada às
classes mais favorecidas, o que significa dizer, que por sua própria índole e
abertura ideológica, são as classes mais favorecidas economica e culturalmente,
e por isso são aquelas que mais se tornam vulneráveis à absorção de diferentes
ideologias, diferentes modelos de predominância sócio-cultural, o que facilita
a difusão e penetração de diversas ideologias secularizadas, que de alguma
forma vão bloquear a penegtração do Evangelho em seu meio. Porque tais
ideologias além de ter mais acesso e penetrabilidade num ambiente social de
padrão mais elevado, através da media, ou de meios de comunicação mais
sofisticados, são as que primeiro causam o impacto da aversão ao evangelismo
causado por essa penetração ideológica em seu meio. Não vamos nem discutir aqui
o aspecto da “herança intellectual ‘hereditária’” que muitas vezes predispõe
certos indivíduos a seguirem as orientações ideologicas deixadas por seus
próprios pais ou mentores intelectuais, da forma como ouvimos em alguns setores das classes A ou B em
que certos indivíduos, quando se propõe a falar de sua formação intelectual,
contra o cristianismo, simplesmente afirmam “não terem sido educados dentro da
tradição cristã”, o que, para eles, representa a própria rejeição da doutrina
cristã.
Para citarmos um exemplo contundente, vejamos o
caso que envolve os políticos americanos Barack Obama e Hillary Clinton, apenas
como exemplo. Ambos, tanto o atual presidente dos Estados Unidos, quanto a
ex-secretária de estado americana, Hillary Clinton, são discípulos declarados
de um autor americano chamado SAUL ALINSKY, o filósofo,escritor e intelectual radical de
esquerda americano, que além de ter influenciado os dois personagens citados, -
principalmente através de um de seus mais famosos livros, "RULES FOR RADICALS A Pragmatic Primer for Realistic Radicals". -,
continua influenciado milhares de pessoas através do mundo, apenas por lançar
idéias de grande poder intelectual. Mas, observem, Saul Alinsky, como escritor,
não teve acesso às classes menos favorecidas ou de baixa renda ou de um nível social
inferior, mas influenciou basicamente as classes de intelectuais e de
políticos, formadores de opinião pública, pertencentes a um grupo social mais
privilegiado. E tal influencia contribuiu para, de alguma forma, discriminar a importancia e influencia do Evangelho de Jesus Cristo.
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