Friday, April 11, 2014

Algumas paginas de meu novo livro "A Apoteose de Jay", que sera publicado em Setembro on AMAZON.


A  APOTEOSE  DE  JAY


JOSE EDUARDO SABAUTE.


ROMANCE.

            Esta estória aconteceu parcialmente fora dos limites do espaço terrestre, dentro de uma dimensão espacial exterior, chamada sideral, e para além dela evoluiu naturalmente até que os elementos que a compõem originalmente passaram a figurar dentro da realidade a que estamos acostumados a chamar de realidade histórica terrestre. Não podemos precisar exatamente quando e quanto tempo foi necessário para que uma coisa evoluisse para a outra. O que podemos afirmar com alguma precisão, é que originalmente tudo de fato aconteceu num tempo passado muitissimo remoto, onde a idéia dos relatos foi transportada para a realidade presente apenas por intuição e meras especulações imaginárias, através da criação de relatos da investigação intelectual e imaginativa. Mas, o que nos parece impossivel de ser narrado, tornou-se hipoteticamente plausivel, e digno de credibilidade, mesmo porque, pela ausencia de uma veracidade maior, ninguém até hoje chegou a formular outra narrativa mais verídica. Por falta de elementos de narrativa histórica, não existiu até o presente momento, quem a pudesse refutar ou contesta-la com provas documentadas, e isto nos permitiu escrever um certo numero de paginas, sobre o que achamos que deveriamos escrever e narrar aquilo que somente a imaginação criadora nos permitiria narrar, até que algum dia num futuro também muitissimo remoto, possamos desvendar toda a verdade e dar ao assunto a credibilidade que finalmente merece.  Apesar de os fatos terem acontecido realisticamente, tramas, elementos e personagens foram recriados pela imaginação criadora do autor, movido e motivado pela investigação da verdade e pelos ditames de seu carater intelectual especulativo.
             Adentremos, pois, neste mundo da imaginação, onde a realidade a principio se aparenta meramente ficticia, onde os personagens são realisticamente irreais, onde o que pode não-ser assume ares de mera possibilidade real, em que os fatos foram no passado simplesmente intangiveis, e personagens tidos por reais passam a figurar como estranhamente misteriosos.           

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            Era uma vez um tempo num passado muitissimo remoto, no mais alto dos céus, no sétimo céu, diríamos, em que um ser supremo de grande magnitude e poder criativo, posteriormente denominado simplesmente de “Jay”, estava ocupado pensando nos projetos de sua ilimitada imaginação criadora. Arrazoava consigo mesmo a respeito do que estava para ser criado, planejando materializar tudo em um futuro bem próximo. Certamente não saberiamos precisar quando isso na verdade iria ocorrer. Sabemos, no entanto, que em sua companhia  vivia uma infinidade de criaturas denominadas anjos, vivendo com Jay em perfeita harmonia, como seus submissos servidores mensageiros e adoradores, envoltos por uma perfeita harmonia cósmica, em que a obediencia mutua observava os diversos escalões hierárquicos.  Assim, anjos se submetiam a arcanjos e estes eram submissos a querubins e serafins, e todos obedientemente eram regidos por Jay em perfeita e harmoniosa interação, quando o céu estava no centro do Universo ainda não inteiramente criado e explorado. Não existiam divergencias sócio-politicas que viessem a desestabilizar a unicidade da teocracia jaystica. Jay era e continuaria a ser um soberano unico, inabalavel. Isto queria dizer, não havia diferenciação discriminatória alguma que viesse criar separatismo entre os seres celestes que os pudesse presdispor uns contra os outros e todos contra Jay, nem tampouco divergencias pessoais que os lançassem em disturbios conspiratórios. Jay era o senhor absoluto e os anjos, arcanjos, querubins e serafins seus servos incondicionais e livremente atados á condição de criaturas serviçais interrelacionadas a Jay. E tal harmonia era tão absolutamente equilibrada que a engrenagem do céu se movia como máquina perfeita, num unissono silencioso e claro, cuja transparencia era a própria identidade espiritual de seu unico e explendido arquiteto, que não media esforços para tornar a plenitude da vida celeste ainda mais aplasível aos seus súditos nos diversos escalões existentes. Também não se podia conceber que houvesse coisa alguma que pudesse abalar a perfeita harmonia reinante,  entre os seres definidos como criaturas e os que detinham o privilégio da criação. Então, bilhões e bilhões de anos se passaram, digamos trilhões, - o que ainda é pouco – sem que absolutamente nada importunasse a ordem harmonica estabelecida previamente por Jay. A palavra Jay era na verdade uma sigla que escondia a existencia de tres seres distintos: Javiel, Agapé e Yasmim, que eram tres, mas que agiam como se fossem um.  Os anjos viviam como as mais capazes de todas as criaturas, os mais afortunados, perfeitos, poderosos e felizes.  A julgar pela absoluta paz reinante em seu meio, não se poderia admitir que sua simplicidade e pureza fosse de tal nivel esmerados e a tal ponto integros que pudessem produzir os fatos e acontecimentos dessa magnitude e complexidade. Tais fatos serão a partir de agora narrados com profundidade e profusão a todos os que deles queiram ter conhecimento e possam adentrar voluntariamente nas nuances de seu unico mundo.
            Certo dia, porém, em meio ao etério que tudo era, um ser criado chamado Serafim Lúcifer, conhecido por seu cargo como chefe geral do cerimonial de louvores a Jay, dotado de  extrema sabedoria e distinto poder junto aos seus semelhantes, viu-se de alguma forma enfastiado com tudo o que ele próprio presenciava no dia-a-dia celeste. Propos-se a si mesmo tentar o que ninguém jamais havia tentado anteriormente. Como ideal individualisado, planejou crescer indevidamente na tentativa de se assemelhar ao trono de Jay, tramando usurpar-lhe o poder e se assentar imerecidamente ao seu lado. Essencialmente o que ocorreu foi que, esta situação levou o serafim de elevada graduação na hierarquia celeste, a crer que ele, Serafim Lucifer, poderia ser tido por um ser também adorado por parte do contigente de anjos que adoravam a Jay diariamente, por concluir que ao seu espirito angelical nada mais e nenhuma outra ansia e aspiração haveria para ser alcançada além de se posicionar ao lado de Jay e compartilhar com ele de sua glória.   Esta deveria ser, pois, sua unica e mais radical aspiração, desde que todas as demais aspirações e experiencias já haviam sido logradas e realizadas durante o tempo de sua existencia até  então no céu.  Algo novo deveria ser tentado. Sua natureza inerente como espirito criado não poderia separá-lo de seu relacionamento com Jay, porque dEle dependia diretamente. Mas sua absoluta liberdade poderia no entanto, criar-lhe condições intelectuais para que, por si mesmo, se se separasse de Jay,  se transformasse projetando-se em diferentes tipos de espiritos, que eram na verdade suas aspirações mais intimas. Eram-lhe tantos os adoradores que Serafim Lucifer creu ser possivel, ao pensar consigo mesmo, num dia qualquer extremamente longo no céu, na paisagem etérea do universo, junto ao séquito de seus subordinados diretos, que também ele poderia separar para si alguns milhões de anjos que o adorassem incondicionalmente. Dadas as suas observações gerais acerca da população dos céus, pode perceber com evidente clareza, que o que mais atraia os anjos á pura adoração era o fato de que Jay tinha uma beleza extraordinariamente grande, e esta era a razão principal pela qual todos eles eram atraídos por Jay.  Além de que, obviamente, tinha outros atributos e virtudes de ofuscante dimensão que o pobre serafim sequer pensou em considerar. Suas conclusões o levaram a crer que devido á sua particular beleza e formosura, ele poderia ser também objeto de veneração e contemplação. Nisso apostou irrestritamente.  Sabia da existencia celeste de milhares de milhões de anjos de toda espécie, dentro das nove ordens angélicas gravitando o trono de Jay, formando os corais de louvores a Ele. Eram tres diferentes tríades de tres diferentes níveis: o nivel mais elevado do primeiro escalão, com os Serafins, os Querubins e os Tronos. O nível intermediário com as Dominações, as Virtudes e os Poderes, e finalmente, o nivel inferior com os Principados, os Arcanjos e os Anjos. Todos mantinham distintamente poderes extremamente grandes e superdimenssionados, se comparados aos poderes dos seres humanos, que Jay certamente criaria num futuro bem próximo.      
                Serafim Lucifer, após ter maquinado solitariamente a estratégia de sua conspiração 

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