APOLOGETICA
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É
necessário que tenhamos consciencia do nosso papel como membros do Corpo de
Cristo. Em outras palavras, é preciso conhecer o nosso status como membros
dentro da economia do corpo.( Economia aqui significa a denominaçao do lugar
especifico, o nome do lugar dentro do corpo.) Assim quando falamos em economia
da Trindade, queremos nos referir ao lugar, ao oikos de Deus na ordem da
revelação. Primeiro o Pai se revelou ao mundo; depois o Filho se revelou
atraves do Pai; e logo em seguida o Filho revelou o Espirito Santo. E isto é
teologicamente perfeito e imutável. Se nós nos entendemos como cabeça do corpo,
é legitimo que nossa posição seja vista como a de liderança do corpo, e dentro
desta posição, nós ordenamos o corpo, nos o conduzimos, nós o orientamos como
lideres. Não com astucia ou politica, mas através do Espirito Santo. E como é
que voce se considera dentro da dinamica do Corpo de Cristo? Como mão, pé,
unha, cabelo, braço direito, joelho esquerdo? De que modo voce se ve dentro do
corpo? Sua posiçao especifica foi infinitamente trabalhada e elabora e criada
por Deus, para ser exatamente como deveria ser. Porque existe perfeição em tudo
o que Deus faz. E tal posição é intransferivel, é fundamental, é dinamica e de
extrema significancia. Não é possível que nos enxerguemos com desprezo se por
acaso voce se ve como unha do corpo. Sem a unha, os dedos não tem sustentação.
As unhas são fundamentais nos dedos, assim como os dedos são essenciais na mão,
assim como as mãos são primordiais nos braços. Tudo isto, faz parte da imagem
que Deus nos projetou na criação do corpo. Não é possivel ser diferente. O
corpo é unico aos olhos de Deus, assim como suas partes contribuem para sua
unicidade, sua integridade e sua dinamica. E é impossivel que a unha queira ser
outra coisa além de sua função especifica determinada pelo Criador. Porque o “
corpo é uma unidade, ainda que tenha sido feito de muitas partes. E embora tais
partes sejam muitas, elas formam um corpo”. ( 1 Co.12:12 – NIV. pg.1784.
Zondervan. ) E Paulo é um dos que mais
enfatizam a dinamica do corpo, em seus
escritos. Alem de Isaias, Zacarias e os evangelistas mencionarem o
termo, Paulo faz na verdade uma teologia inteira sobre o corpo mistico de
Cristo e menciona o termo mais do que qualquer outro escritor biblico. Paulo foi o primeiro a transportar a idéia de
corpo natural, para o ambito da realidade espiritual de Cristo, na Igreja. “ Se
existe um corpo natural, existe também um corpo espiritual”diz em 1Co 15:44. Esta
correspondencia entre uma coisa e outra, uma realidade natural e outra
espiritual é caracteristica da Palavra de Deus, identifica o modo como Deus
trabalha e ve a realidade, o dualismo da realidade, a tipificação de componentes
e realidades em testamentos diferentes,
céu e inferno, a Jerusalem terrestre e a Celestial, a Terra e a Nova
Terra. Como Adão pecou contra Deus, Jesus, o novo Adão, sobrepujou o pecado. O
que não deixa de ser uma resposta apologética ás nossas indagações
relativamente ao termo. E a dinamica espiritual da Igreja como corpo mistico de
Cristo a torna diferente, diferenciada,
distintiva, corporativa, o que significa dizer, a Igreja de Cristo assume uma
dimenssão nova, aquém da espiritual, por defini-la como unidade espiritual corporativa,
o que a projeta para além do meramente institucional, contrariamente as
instituições corporativas humanas. Igreja, corpo mistico de Cristo e a pessoa
de Jesus Cristo são a unica e a mesma coisa. ( Cf. Acts 9:5 ). No entanto, este
dualismo deixa de existir quando falamos de Igreja, Corpo de Cristo, e o próprio Cristo. Não são tidos
por distintos ou diferenciados. ( A
palavra mistico usada na expressão Corpo Mistico de Cristo, designa apenas uma
relação direta com o divino ou uma imediata intuição em estado de comunhão espiritual.
Portanto, não deve ser entendida ou usada para designar uma relação
caracteristica de misticismo ou esoterismo. A expressão poderia ser entendida também como O Corpo Espiritual de Cristo, sem
maiores implicações para as expressões. Não são expressões biblicas, ou seja,
usadas na Palavra, ou por Paulo ou por outro escritor biblico. Usamos apenas
para fazer distinção entre o Corpo Fisico de Jesus e a Sua Igreja, O corpo( não
físico ) de Jesus Cristo, para distinguir essencialmente aquela igreja que
representa o corpo espiritual de Cristo na Terra . Paulo usa a expressão “corpo espiritual” em contraposição
a “corpo
natural” mas referindo-se a nosso corpo biologico, não á Igreja, como corpo
espiritual. Cf. 1 Co. 15:44. A palavra “mistico”
não aparece nas Escrituras. )
As instituições funcionais humanas, como
organismos corporativos e hierarquicos, de um modo geral, são gerenciadas a
funcionar como organismos dinamicos buscando uma projeção financeira, de lucratividade,
e de credibilidade, para atender as demandas de certas estruturas
economico/sociais. E não estão equivocadas por pensarem e agirem desta forma. O corpo espiritual ou mistico de
Cristo, a Igreja, tem uma outra dimensão. A dimensão espiritual de pureza e
santificação, para que assim, em comunhão com Cristo, ela possa representar a
dimensão espiritual e dinamica do corpo de Cristo vivo na Terra. Neste sentido
“todas as congregações tem uma mesma missão: de ser o Corpo de Cristo no mundo”( The Hidden ives of Congregations-Discerning Church Dynamics”, Israel Galindo, pg. 42.)
E isto se discerne espiritualmente, e não num relacionamento estrutural, ou
sócio/politico, o que vale dizer, o Espirito Santo se manifesta através de seus
dons espirituais, assim como a presença real de Jesus Cristo no seio da Igreja também
se manifesta espiritualmente. O que é de
Deus se identifica por atributos divinos. Paulo nos permite este tipo de resposta apologética,
que nos possibilita conhecer e entender a dimensão espiritual do Corpo mistico
de Cristo. É na Igreja ( em representação sacerdotal no Antigo Testamento, e
como povo escolhido no Novo ) que se dá o encontro espiritual com Deus. É na
Igreja que se realizam os cumprimentos proféticos. É na Igreja que se dá essencialmente
o encontro com o Espirito Santo. Mas, tambem é na Igreja, como Ekklesia, que vemos traduzido o significado corporativo
de ser chamado para ser corpo e vir-a-estar juntos, como corpo. Também é na Igreja
que se define o chamado ao apostolado, as demandas comissionadas, o ministério
pastoral, e muitas outras atribuições definidas ao corpo. ( Cf. idem,“The Hidden Lives of Congregations –
Discerning Church dynamics”, pg.22). O estudo apologetico de Igreja como ekklesia
merece uma atenção especial, merece todo um capitulo a parte. O termo em si
significa “chamado pra estar juntos, ou para vir-a-estar juntos”, como ja
mencionamos. Paulo traduz a definição do termo e seu significado em algumas das suas epistolas, em suas
saudações, quando faz menção ao chamado para estar juntos. Em Romanos 1,
referindo-se a Igreja Cristã em Roma, ( composta basicamente de gentis e judeus),
ele diz, “chamar a todos os gentis a serem obedientes”, e no verso 6, cap. 1,
“Gentis que são chamados a pertencer a Jesus Cristo”, numa clara alusão ao
Corpo de Cristo, a Igreja. Mas, é em 1 Corintios que esta alusão fica ainda
mais patente. “Para a Igreja de Deus em Corintho, para aqueles santificados em
Jesus Cristo e CHAMADOS para ser seu povo santo, JUNTOS, com todos aqueles em
toda parte que chamam pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, seu Senhor e
nosso.” ( NIV Study Bible ). O mesmo acontece em 2 Corintios, e em Filipenses
1, onde o chamado a ser Igreja se torna manifesto. No texto original grego de 1
Corintios 2, vemos o termo ekklesía citado
textualmente.
As sérias
advertencias paulinas quanto á discriminação distintiva se opondo á interação e
ao amor entre as partes (membros) do mesmo corpo, vão de encontro á idéia de
Igreja como organismo corporativo, por não lhe darem suporte. “ O olho não pode
dizer para a mão, “ Eu não preciso de voce!” E a cabeça não pode dizer para o
pé, “ Eu não preciso de voce!” E Paulo
complementa: “Ao contrario, aquelas partes do corpo que parecem ser as mais
fracas, são indispensáveis, e as partes que nós achamos serem as menos
honraveis nós as tratamos com honra especial.” (Cf.NIV Study Bible Zondervan,
1Co.12:21-23) Esta discriminação, supostamente, deve ser entendida como um
autentico paradoxo. Como entender que a cabeça não precisa do pé, ou que os
olhos não necessitem das mãos se eles agem e interagem em diferentes e
individualizadas funções? Paulo certamente, aqui, usa de sua argumentação para
justificar a interdependencia entre as partes do corpo em relação á unidade
corporativa do corpo como um todo. Porque nisso vemos o carater unico de Igreja
como corpo mistico de Cristo. Nisso reside a diferenciação distintiva entre Igreja de Cristo como
organismo corporativo, e as instituições corporativas de carater
produtivo/lucrativo. Enquanto nestas o
que atua são essencialmente forças que promovem as relações entre
trabalho/produtividade/lucratividade corporativos e individualizados, na Igreja
como corpo mistico de Cristo, existe a ekklesiastica
interação espiritual entre os membros formando a Igreja, o Corpo de Cristo, movidos pela união com o
Espirito e seus dons, nutridos por Ele, Cristo como cabeça, vivendo em comunhão
e amor. E a sabedoria e o amor infinitos de Jesus Cristo estáo envolvidos neste
tipo de “negocio”. Aliás, aqui a palavra
AMOR – que define em essencia o que Deus realmente é -, atua como um
combustivel, que vem fomentar, untar a interação entre as partes, para que haja
uma perfeita e dinamica integração/interação entre os membros do Corpo. O amor
de Cristo nos une, assim como sua graça e verdade. De tal forma que “ Se uma parte sofre, cada parte sofre com
ela; e se uma parte é honrada, cada parte se rejubila com ela.” ( Cf. 1Co 12:26
) A essencia dinamica do amor, nos permite afirmar como Paulo em 1Co 13-2b: “
...mas se eu nao tenho amor, eu sou nada.”( Veja tb. em 1 Jo. 4:7 ) Isso
explica a inutilidade estéril de certas igrejas, quando elas se afastam de uma
interação de amor com seus membros. Isto
explica também a dinamica própria da Igreja de Cristo em seu carater
distintivo. O poder imanente da igreja é por si mesmo, o poder do amor que
transforma o mundo, como sal e luz do mundo.
Não é
possivel que as necessidades inerentes aos demais membros do corpo, sejam olvidadas,
ou descartadas pelos outros membros do mesmo corpo. Se um membro está doente,
que todos orem por sua cura. Se algum membro precisa de libertação, que todos
padeçam em oração por sua total
libertação, o que nos faz entender o carater espiritual/interrelacional dos
membros do mesmo corpo, o que representa a cultura dos céus implantada por Deus
no seio da Igreja. Confira o que Paulo nos diz em 1 Co 12:26. Se
tivessemos que nos reportar historicamente á formação da Igreja em seus
primordios, o que vamos observar é que o sistema de relacionamentos visava se
organizar em torno a um convivio mais intimo e familiar, mais interrelacionado,
buscando estar juntos para funcionar no escopo de suas tarefas comuns, assim
como age a união de Deus na Trindade. Mas, não podemos afirmar que pudesse ter
existido, nos primordios da formação da Igreja Cristã até o seculo primeiro da
Era Cristã, um tipo unico e singular de Igreja. Haviam muitos modelos que
assumiam caracteristicas de acordo com sua expressão cultural. ( Para maiores detalhes conferir, The Hidden Lives of Congregations¸idem,
pgs.23, 24, 25 ) Foi movido por um amor infinito, (o Amor Agape ) que Deus Pai nos mandou seu
Filho Unigenito Jesus Cristo. ( Cf. Jo 3:16;
Jo 15:12; 1 Jo 3:11-24; 2 Jo 1:5;
1 Jo 4:16; Eph.3:17-19 ). E isto revela o ministério de Koinonia da Igreja: comunidade e
comunhão. Uma comunidade em união interagindo para o bem comum. (Cf. “Fashion Me a People. Curriculum in the
Church.” Maria Harris. Westminster/John Fox Press, pg. 77 )Alias, o modelo relacional proposto por Deus
desde á criação do homem, mostra-nos que nós fomos criados para existir em
relacionamento. E esta foi a primeira ocasião em que Deus se propõe a fazer uma
mudança, não no sentido de corrigir seu plano, mas de complementá-lo, ao julgar
que para viver uma vida autenticamente humana, Adão deveria estar em
relacionamento, não somente com Eva, mas também com o proprio Deus, dentro de
um relacionamento perfeito no Eden, onde Deus ordenava todas as benções,
através de sua graça. Não havia limites para as bemaventuranças ( os dons espirituais
) da parte de Deus. O Jardim do Eden representa em sua totalidade a plena
manifestação da graça divina direcionada ao homem. Isto pressupos a primeira
visão do que chamaríamos de protoigreja, ou mais especificamente a visão da proto-ekklesia, em que Deus estaria em
relacionamento perfeito com sua criação, chamando sua criação para se
relacionar. Foi o que Jesus nos propos e quer de nós com a fundação da Igreja,
que na verdade, não foi instituída dentro de um legado meramente histórico, para
fazer frente ás incursões injustas do Império Romano, mas veio a sobrexistir
como herança essencialmente espiritual. Na Igreja, Deus quer reestabelecer a
perfeita relação edemica, perdida com
a desobediencia do pecado. Tal como vemos, não apenas na Igreja do Antigo Testamento( Templo ) acompanhando o povo hebreu, e
também na Igreja do Novo Testamento ( Sinagoga em transição ) prefigurando a união
perfeita entre Cristo, como pessoa, o noivo, e sua Esposa, a Igreja, este é o conceito primário padrão,(
Cristo/Noivo/Esposa/Igreja ) paradigmatico para a Igreja, não somente na enfase
de seu crescimento e sua importancia, estabelecido desde a criação do primeiro
casal, ou seja, um lugar de interação e relacionamento perfeitos entre o
criador ( como Cabeça ) e a criatura ( como membros de seu corpo, na Igreja ). ( p/ maiores insights cf. Mere Apologetics – How to Help Seekers & Skeptics Find Faith,
by Alister E. McGrath. Kindle
edition, pg.116 )
Precisamos
entender também o carater dinamico da Igreja naquilo que ela recebe e
representa diante do amor do Pai. Enquanto a Igreja se ve como unidade corporativa, ela também
deve ser reconhecida como unidade criativa e expansiva, da graça, da verdade e
do amor divinos, movimentando-se de acordo com o mover do Espirito. Na Epistola
aos Efésios, em que a grande preocupação de Paulo está essencialmente voltada
para a Igreja, o apóstolo escreve que “ Nós ( a Igreja ) somos a criatividade de Deus”. ( Ef.
2:10 ) Em outras palavras Paulo quis se referir também á Igreja como a
habilidade, o trabalho artistico de Deus, o
poiema divino, sua obra prima, algo feito por Deus como o Mestre artesão do
Universo. A palavra poiema aparece no texto
original grego de Efésios 2:10. ( Cf.
“Teaching the Faith, Forming the Faithful – A Biblical Vision for Education in The Church”. By Gary A.
Parrett and S. Steve Kang, pg. 28, 2009-edit.IVP Academic ). Assim como o amor infinito de Deus O fez expandir-se, mover-se em
direção aos pecadores, o amor de Cristo insuflado, injetado na Igreja, a faz
expandir-se em criatividade para fora de seus limites meramente corporativos e
isto vem explicar a expansividade da missão da Igreja e seu papel dentro do
Plano de Salvação de Cristo, aplicado ao pecador. Um dos papeis essenciais da igreja, é criar um novo salvo em Cristo,
interrelacionado com Seu proprio corpo. “Ide
e fazei novos discipulos”. Paulo entendeu isto muito bem logo apos seu
encontro glorioso com o Senhor Jesus, como assim podemos entender em 2
Thessalonisenses 3:1 “ irmãos e irmãs,
orem por nós para que a mensagem do Senhor possa se espalhar rapidamente e ser honrada, assim como foi convosco”. O
que Jesus espera de nós é que O encontremos na “Igreja”, como forma de
preservar a unidade espiritual e original da Igreja de Cristo, para que nossa missão evangélica tenha
dimenssões essencialmente criativas, paulinas, missionárias. Em Paulo o papel da Igreja e da missão
evangélica se tornam historicamente dinamicos, em ressonancia com a historia redentora
de Jesus enquanto esteve na Terra. E a Igreja deve imitar o significado mais
profundo desta historia. Igreja não se
limita nunca pela imposição do templo fisico, mas se projeta espiritualmente para
fora dessas barreiras através do alcance do amor de Cristo alimentando-a. (Cf.
O que Lucas revela em 5:37-38 ) Deve se despojar de seus limites fisicos e corporativos
em direção a salvação dos que não se opõem á pregação do Evangelho, da mesma
forma como Cristo se despojou de sua gloria em nosso benefício, pra se tornar
uma pessoa, estabelecendo conosco um elo de relacionamento eterno. O
despojar-se dos limites corporativos, não destroe a unidade espiritual da Igreja
em Cristo, mas está em consonancia com as demandas de Cristo para a Grande
Comissão. Confira o Evangelho de Lucas, cap. 10, intitulado “Jesus envia os
Setenta e Dois”. A Igreja quando avança
na direção do campo missionario, não destroe sua unidade espiritual e
corporativa.
Neste ponto
alguem poderia nos perguntar, o que isto tem de apologetico, afinal?
Apologética significa resposta.
Eis a
resposta. Todas as propostas apresentadas ate agora, tem um sólido apelo
teologico, e apologético, como resposta ás nossas indagações, estabelecidos pelo próprio Deus, na pessoa de
Jesus Cristo, que nos criou para manter com Ele um relacionamento pessoal.
Desde o princípio, desde o primeiro encontro com o primeiro casal no Jardim do
Eden, Deus se aproximou para estar conosco, para se fazer presente em nosso
meio e compartilhar conosco uma amizade eterna, como Pai e Filhos, pertencentes
a uma mesma familia, uma nova realidade. Da mesma forma, a Igreja, o Corpo
Mistico de Cristo, tipificada pela união ekklesiastica
de Deus com o primeiro casal, deve conceber a presença real da pessoa de
Cristo, como incorporada ao desejo do coração de Deus de estar presente em
nosso meio como parte integrante de nosso proprio ser, como imagem e semelhança
a Ele próprio relacionados, desde o principio. Esse é um desejo inato do
coração de Deus que escolheu por si, estar em relacionamento conosco. E Deus,
se mantem fiel a esta decisão original. E Cristo mantem como imutaveis as
propostas originais do coração do Pai, concernentes á Igreja, como, em outras
palavras Cristo afirmou o mesmo quando esteve pessoalmente com Paulo em Atos
9:5 a caminho de Damasco. “ Eu sou Jesus,
a quem voce esta perseguindo.” Ao se identificar como Igreja, a Igreja também
deve se identificar como Jesus. Nestas palavras Jesus afirma não existir nada
além de uma maior e unica identidade e intimidade relacional, entre Deus e suas
criaturas, na Igreja, ou seja, o que o Pai quis para o primeiro casal no Eden,
Jesus mantem para seus seguidores na Igreja, na mesma dimensão e com a mesma
profundidade, se consideramos o alcance de suas promessas. O conceito de Igreja descrito na Palavra, é
basicamente anterior á idéia de corporação, ou coletividade, como percebemos em
Mateus 18:20 ( NIV ). Para Jesus o que importa é a união entre dois ou mais
reunidos em Seu nome, numa proposta até certo ponto, vista como
pré-corporativa. Assim como a graça de Deus era plena e abundante no Jardim,
sendo a manifestação infinita do amor divino para com duas criaturas, Jesus nos
promete o mesmo dentro da Igreja, o seu corpo, sem limitações mas em plenitude,
em unidade e comunhão com o Espirito. E isso responde a todas as nossas
indagações concernentes á necessidade real da Igreja no mundo de hoje e em
todos os tempos, o que também responde as nossas questóes relativas á
importancia apologetica da Igreja no mundo de hoje. As promessas de Deus são
essencialmente imutáveis e indestrutiveis.
Alguém poderia nos sugerir e
perguntar, o que representa a imagem do Jardim do Eden no Livro de Genesis,
comparada á dimensão espiritual da Igreja no mundo atual e no livro de
Apocalipse? A resposta já foi dada
acima. Deus quis habitar em gloria conosco no Jardim do Eden, e agora continua
a desejar morar ardentemente conosco dentro da Igreja. Porque este foi
essencialmente o plano fiel de Deus projetado eternamente para a sua criação,
ao criar o homem e a mulher e colocá-los no Eden. O que mudou nesta história,
neste hiato histórico entre o Eden e a Vitoria Final de Jesus Cristo revelada
em Apocalipse, não foi Deus, mas a desobediencia humana com o pecado. Mas Jesus lhe disse também: “ Agora
levante-se, e vá para a cidade, e lhe será dito o que deve fazer.” ( Atos 9:6
). Leia tambem 1 Co 12:27. A cidade
tipifica a Igreja de Cristo, onde todas as bençãos são ordenadas. O Jesus
cabeça do corpo, é o mesmo que nos ordena o que devemos fazer, dentro do
conceito e do ambiente espiritual de Igreja.
O primeiro passo foi dado por Deus, o
segundo passo já foi dado por Jesus, ao nos chamar para estar juntos em
Jerusalem, e o terceiro foi dado pelo Espirito Santo, por estar conosco na
Igreja, formando o Corpo de Cristo. No livro de Apocalipse nos são reveladas
coisas extraordinárias da parte do Cristo vitorioso, concernentes á Sua Igreja.
É o que veremos a seguir.
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