A DINÂMICA DO PERDÃO. - 25 

Nós carregamos dentro de nós a dualidade dessa semente quando ela foi ingerida pelo primeiro casal de humanos ainda no Éden. E tal dualidade adquire múltiplos sentidos, como observamos anteriormente. E ao nos confrontarmos com a semente do Perdão de Deus, que não contém dualismos, mas se movimenta numa aura de pureza, de espiritualidade divina e indescritível amor infinito! Torna-se quase impossível entender com  as limitações da mente do homem natural, o que Deus nos comunica com a Graça de seu Perdão e o que Ele, na pessoa de Jesus Cristo, tem prometido para aqueles que são fiéis a Ele, em todos os sentidos. Somente em Cristo existe a semente do bem que tem poder para expurgar completamente todo o resquício de mal que nos acompanha desde o Éden. Não podemos jamais negar que esta é a proposta original de Deus, seu propósito eterno desde o princípio da criação, que restaura o que Ele mesmo nos prometeu mesmo  tendo pecado contra Ele. O que não impediu a manifestação de seu amor e perdão incondicional. Restauração real, total, viva. E se lermos a Palavra de Deus desde Gênesis até o Apocalipse, veremos a promessa de Deus sendo cumprida em cada fase do processo histórico de salvação com a vinda do nosso Salvador. A história da humanidade desde o princípio abre um hiato, um espaço de alguns milhares de anos para que Deus trabalhe e desvele seu plano. A história do homem desde o início nos dá testemunho registrado historicamente dessa salvação  quando Deus prepara o povo para a vinda de nosso Redentor (o que, em linguagem teológica, significa o processo soteriológico de salvação empreendido por Jesus Cristo.) Jesus, o restaurador da humanidade, aquele que reflete o perdão vivo de Deus expresso por seu Amor Infinito. 

 A DINÂMICA DO PERDÃO - 24

 

O  conceito de semente é densamente usado por Deus em toda a Bíblia, desde à utilização do termo como  semente de frutos ligados à multiplicidade de frutos e plantas, o que restringe tal conceito, em primeiro lugar, no livro de Genesis, até que se nota uma diversidade de aplicações e sentidos diferentes. E tal diversidade  se inicia a partir de Números - embora exista referência à definição do nome do pão que caiu do céu, pelo povo de Israel, como Maná - quando o Maná é identificado à semente que caiu do céu.  Em Isaías 6:13 Deus identifica o Povo de Israel como a “Holy Seed” ou Semente Santa, ou à fidelidade dos poucos que se mantiveram fiéis a Deus, como semente santa, ou “semente pura” em Jeremias 2:21, numa pré-concepção interpretativa que nos permite distinguir semente pura de semente impura, muito embora o termo ainda não havia sido definido claramente como semente impura.  Mas é aludido por Deus numa primeira identidade à impureza do coração humano, quando Deus se refere ao que há de impuro em nossos corações. Em outras palavras, o mal se define como semente do mal ou de malignidade, e o bem é definido como semente  do bem ou de benignidade no coração humano.  De qualquer forma tal análise nos remonta ao primeiro capítulo de Gênesis onde Deus define e declara a existência  do bem e do mal através do fruto da Árvore, pois bem e mal passariam a existir como sementes no coração dos primeiros seres humanos, tão logo eles ingerissem do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. No instante em que Adão e Eva se confrontaram com sua pimeira crise de identidade diante da escolha trágica e definitiva, em que ou desobedeceriam a Deus, comendo do fruto, ou obedeceriam a Satanás aceitando seus argumentos mentirosos. O Poder-de-Escolha sempre nos acompanhou.