CAPÍTULO 2 -
A DINÂMICA DO PERDÃO – 9
À primeira
vista percebe-se que o autor de “David and Goliath” se ocupa em abreviar a
compreensão do texto bíblico numa mera tentativa de “downsizing it”, ou
diminuí-lo a uma forma reduzida em que se evidenciam as falácias de um
confronto desproporcional e desqualificado em que David, afinal, não teria
agido com sabedoria e heroísmo, mas com oportunismo e pseudo-valentia. E estes
teriam sido argumentos suficientes para que o próprio Deus o desqualificasse ao
trono real. Considerando o conceito de livre-arbítrio, visto anteriormente, os
motivos no coração de David apontam para tal, ou seja, para a certeza de que a
vitória contra o gigante ter-lhe-ia sido garantida incondicionalmente pelo
próprio Deus, não importando que tipo de motivações estratégicas ou logísticas
estariam interagindo na mente de David, ou nas condições pertinentes ao estado
físico do gigante. Dentro desse ponto de vista, é fácil concluirmos que os
poderes atribuídos à vitória de David, foram, na verdade, conferidos pelo
próprio Deus, cujo suporte de argumentação e ação emanam da Palavra de Deus. Em
Isaías 40:29 encontramos as reais “justificativas” da vitória de um mero pastor
de ovelhas, contra um descomunal gigante. O
texto de Isaías nos diz o seguinte: “He gives power to the faint, and to him
who has no might he increases strength”. ( “Ele dá poder ao
fraco, e ao que não tem força, ele aumenta a força”. ESV. ) Em outras palavras,
Deus é o autor ou a causa original de todo o poder existente no universo. David
foi agraciado pelo gift (presente) dado por Deus não somente na vitória
contra Golias, mas ainda em sua escolha ao trono de Israel, o que demonstra a
fidelidade absoluta manifesta por Deus através da vida do futuro Rei de Israel
e Judá.