MISSIOLOGIA
AGORA: ( parte 5 ). EXPERIÊNCIA EM MALAWI.
“É MAIS
FÁCIL DISCIPULAR OS NATIVOS...DO QUE ENVIAR MISSONÁRIOS ESTRANGEIROS.”
Em Maputo o pastor SERAPH fez uma
parceria com intuito de ajudar com mantenedores para os obreiros. Pois uma das
coisas que a igreja não descobriu: É MAIS FÁCIL DISCIPULAR OS NATIVOS PARA EVANGELIZAR OS PRÓPRIOS CONTERRÂNEOS, DO
QUE ENVIAR MISSIONÁRIOS ESTRANGEIROS. Então nós adotamos obreiros em Maputo aos
quais nós enviavamos ajuda financeira de $100 ( cem dollars ) por mês, que era
o salário deles. Para sustentar um missionário estrangeiro nós precisaríamos de
2 a 3 mil dollars. E investir num missionário estrangeiro significaria estarmos
investindo em 30 obreiros Africanos, em Maputo ou outro trabalho em África. Isso
me fez viver a mesma experiência em Mozambique, diz o Pastor SERAPH, em
cruzadas, evangelismo, trabalho social, trabalhando com crianças e com
treinamento de obreiros. Em Mozambique, ele conheceu o Pastor Xavier, que
morava em Tsacani e depois de conhecer tal região de Tsacani, aliás uma área
muito pobre da Africa do Sul, onde adotamos um trabalho ligado à Frente
Missionária Mozambicana. E hoje existe lá uma igreja com 600 metros quadrados,
o que representa uma grande vitória. Atualmente estamos com trabalhos em
Malawi, um dos países mais pobres do mundo. E lá percebemos que a mudança
daquele povo, no que diz respeito ao seu desenvolvimento pessoal e social,
depende da educação. Teremos que insistir em uma mudança de mentalidade através
da educação. Porque em Malawi existem
tribos inteiras sem uma única escola, e implantar uma igreja seria muito fácil.
Mas DESAFIADOR seria começar um trabalho
social, educacional em meio a tais tribos, ou seja, promover um trabalho social
em bases educacionais. E o trabalho social continua.
Perguntamos ao Pastor SERAPH qual
era a metodologia missionária utilizada entre as tribos de Malawi ou de modo
geral na Africa. Ele respondeu: Uma metodologia muito simples. Como se tratava
de uma população carente, muito pobre, nós nos preocupavamos em dar
alimentação, principalmente às crianças e, em função disso, creio que a Igreja
deveria se preocupar em dar uma pensão especial às crianças, a fim de se
desenvolver um trabalho evangelístico de forma preventiva. E se tais crianças
não forem alcançadas de alguma forma, com suporte social, que inclue
alimentação adequada e nisso, um carinho especial, nós correremos o risco de
perdê-las (para a criminalidade, as drogas, etc.) quando elas alcançarem a
adolescência, ou a juventude. E tal é nossa preocupação quando falamos de
trabalho social preventivo. E a maioria
dos adolescente que se convertem ainda na adolescencia, dificilmente se desvia quando atinge a idade da juventude. É importante, pois, trabalharmos também
nas necessidades básicas desses bolsões de pobreza, não só na África, como ao
redor do mundo. As ações motivacionais realizadas em meio aos carentes, chama
sua atenção e os atrae para o Evangelho, facilitando nosso trabalho
missionário. Jesus Cristo é a única solução
de Deus para a carência generalizada na vida humana. Em Malawi estamos desde
2013 e lá implantamos escolas e igrejas. Fizemos o levantamento regional e
estatístico, e achamos importante investir nessas regiões, comprando
propriedades, para levantarmos escolas e Igrejas. Temos lá igrejas com mais de
2000 membros. Na África de modo geral, cada apelo feito durante o culto
evangelístico, trás à frente multidões de novos convertidos, desejosos de
aceitar a Jesus. Com certeza o que atua em meu coração com relação a tais
populações carentes, é o AMOR PELAS ALMAS.
Em suas palavras o pastor
SERAPH acrescentou: Cristianismo é cruz, e cruz é sangue, cruz é suor e cruz é
morte. É preciso que morramos para a glória de Deus. Se quisermos seguir a
Cristo, é preciso pegar a sua cruz e negar-se a si mesmo. A motivação maior do Evangelismo deve ser o
AMOR. Pois o amor não se limita a um povo, a uma raça ou tribo, ou lingua. Deus
quer dar a todos a oportunidade adequada de ouvir sua PALAVRA de forma simples,
sem sofisticações ou privilágios de classe de pessoas. “E aos pobres é anunciado o Reino dos Céus.” Existe
um mistério em tais palavras de Jesus. Precisamos superar as questões ligadas à
Teologia da Prosperidade, que leva muita gente a um extremo de interpretação
muito perigoso. Não estamos aqui fazendo uma apologia à miséria ou à pobreza.
Não é isso que a Bíblia apresenta. A prosperidade que a Igreja prega é de outra
dimensão. Precisamos transformar os membros do corpo em discípulos que sintam
paixão pelas almas perdidas. E depois disso, muito importante, a Igreja precisa
vencer a crise de objetividade. A Igreja do Senhor Jesus precisa definir sua
objetividade. Que alvo ela precisa seguir em seus objetivos dentro da Palavra.
Definir o OBJETIVO e tornar claro o
PROPÓSITO na mente de cada crente. Por
Crise de Objetividade, nós entendemos que tem muita gente dentro das Igrejas
evangélicas que não sabe COMO, QUANDO e ONDE servir a Deus. Meu objetivo maior
é criar uma geração atual que se apaixone pelas almas perdidas, e isso define a
objetividade própria da Igreja. E a crise de objetividade deixa de existir
quando eu coloco em perspeciva o AMOR pela salvação de Almas para o Reino.
Em linhas gerais, como palavras
finais, o Pastor SERAPH disse: "O Evangelho funciona mais onde o povo sofre. O conforto gera comodismo. Quanto mais conforto o crente tiver, mais exigente ele se tornará. Não é coisa boa dar conforto pra crente. Ele fica manhoso. Nao vou à igreja porque o pastor não me visitou. É preciso vencer a síndrome do raquitismo espiritual. Uma igreja raquítica que não se desenvolveu espiritualmente, não aprendeu a transformar a espiritualidade em ação. Muita teoria e nada de prática. É impressionante que um membro de Igreja evangélica fique 10 ou 20 anos na Igreja e não saber nada sobre a Doutrina da Salvação, sobre a Doutrina do Pecado, da Justificação. Eu percebo quando o povo acolhe bem a Palavra pregada, e eu faço tudo para que o Espírito, através de mim, pregue a Palavra de modo edificante.
Sobre o trabalho Missionário no Poço do Boi, o pastor SERAPH disse: Onde houver uma pessoa sem Cristo, ali se constitue um campo missionário. Todo esforço utilizado para se alcançar almas para o Reino, vale a pena. Não importa onde. Se no Poço do Boi, em Medford, em Framinghan, em Boston, na China, na África.
E assim terminamos a entrevista com o PASTOR SERAPH NGUENGE, realizada
em WORCESTER Massachusetts USA., em 29 de Setembro de 2016, por Diácono JP.
Eduardo.
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