Friday, August 21, 2015

PROCESSOS QUE ENVOLVEM MISSÕES E EVANGELISMO – 11
A crescente oposição ao Evangelismo através das forças negativas do secularismo e de ideologias criadas pela mente humana. Satanás se utiliza da Filosofia para criar e lançar suas próprias idéias no mundo. Fé e Razão.

Antes de tudo será preciso apresentar de modo ainda sumário, o que significa secularismo. Basicamente secularismo representa um princípio que se subdivide em duas diferentes proposições: 1) diz que o Estado deve se manter afastado de instituições religiosas. Em outras palavras, Igreja e Estado devem se manter separados. 2) estabelece que pessoas de diferentes influências religiosas, devem ter os mesmos direitos diante das leis do Estado. (Mas, quem garante a manutenção destes direitos é o próprio Estado, e portanto, o Estado controla e observa a garantia dos direitos aplicados às religiões que Ele, se propõe a manter sob seu próprio controle) . De acordo com uma série de estudos avançados feitos por Harvey Cox ( ex-professor da Harvard Divinity School) e apresentados em livros, tais como “The Secular City”, “Religion in The Secular City”,“The Secular City: Secularization and Urbanization in Theological Perspective”, o autor define “secularização” como a liberação do homem da influência da religião e da tutelagem da metafísica. Ou a mudança de foco de sua atenção de outros “mundos”para este mundo. E essa mudança de foco já se nos aparenta um tanto familiar, desde a influência da filosofia imanentista grega  na Atenas do tempo de Paulo. Em outras palavras, o secularismo tem muito a ver com uma influência indireta, subjetiva, do humanismo imanentista dos primórdios da filosofia. Ou seja, o homem se libera de um pensamento metafísico, preocupado com uma cosmo-visão religiosa da realidde, se afastando dela, e assumindo uma posição humanista, individualisada, mais voltada para as coisas do próprio século (ou século-visão) ou para esta presente idade (ou em Inglês, to this present age.) Além disso, podemos afirmar que o secularismo traz em si um cheiro suspeitoso de ecumenismo. E isso deve ser rechaçado de nossa posição como cristãos. Podemos observar que também aí nesta nova visão do mundo os seres humanos assumem também uma posição paradoxal, entre dois conceitos distintos, tais como a oposição de dois conceitos quando afirmamos que “The Word became flesh” ou “ The Logos became flesh”, de acordo com João 1:14. (Mas nós não vamos entrar nesta questão que distingue estes dois conceitos aparentemente opostos ou paradoxais de mundus e saeculum, da forma como gregos e hebreus viam e se distinguiam em sua forma de pensar, para não complicar muito nosso estudo. Para maiores informações sobre isto, leiam o capítulo 1 de The Secular City, by Harvey Cox, e entenderação esta contraposição.) No livro o autor se preocupa em se aprofundar neste estudo distintivo, porque ele encontra traços de origem do secularismo dentro do próprio legado Bíblico. E isto não desmerece de forma alguma a Palavra de Deus, mas mostra como o próprio homem voluntariamente, escolhe optar por uma visão secularizada da própria realidade.  E Esta visão secularizada que acontece também hoje no mundo, também vai nos permitir avaliar e entender melhor, porque o mundo hoje ( o mundo pós-moderno em que vivemos hoje ) tem buscado se afastar tanto de uma visão metafísica da realidade, ou de uma visão religiosa da realidade, ou ainda de uma visão transcendentalista da realidade, em troca por uma visão imanentista da realidade. E esta visão secular/imanente assumida pelo ser humano hoje, que busca se adaptar a todos ou quase todos os níveis da sociedade secular em que vivemos, além de afastar o homem de uma busca subjetiva do próprio Deus em sua interioridade, também vem criando um sério obstaculo à pregação do Evangelho de Jesus Cristo, ou seja, ao evangelismo urbano em suas multifaces e características. É o que veremos quando apresentarmos sumariamente um estudo sobre o Marxismo (ou o pensamento Marxiano), sobre o Fascismo, sobre o Pensamento de Gramsci, sobre o Existencialismo,(Sartre, Heidegger, Camus...) e mais recentemente sobre o pensamento do Marxismo Cultural, principalmente representado pela Escola de Frankfurt, (Marcuse, Horkheimer, Adorno, Froom, etc.)Portanto, não são apenas pecados, imoralidade, corrupção, mas o assumir ideologias satânicas que levam ao homem ocidental, principalmente, a absorver tais ideologias, oculta-las em seu coração, como supostamente boas, mas criando a cegueira espiritual e o suporte inconsciente a Satanás dentro da "sinagoga" dos diabos. Para se ter uma idéia, até mesmo em igrejas cristãs, existe a influência velada do Marxismo cultural, hoje. 
 A dinâmica da história se desenrola hoje, assim como foi no período que antecede ao florecimento do Cristianismo. O secularismo permanece como força de opsição ao evangelismo, desde os primórdios da formação de uma consciência moral religiosa, ainda no período Inter-Testamentário, em que um de seus maiores articuladores foi Epicurus, que nasceu em 341BC.  A filosofia continua a se sustentar como força real no mundo contemporâneo, como também o foi no mundo dos primórdios do evangelismo. E Paulo sabe do que estamos falando. Da mesma força como Paulo se predispôs contra os judeus, revoltando-se contra sua posição intransigente e obstinada oposição à pregação da Palavra de Deus ( para os quais Cristo veio ao mundo ), os gentis entram então dentro da perspectiva da pregação do Evangelho, (confira isto em  Atos 18:6), como o povo para o qual a mensagem evangelística deverá, então, ser direcionada. A bem da verdade, os próprios judeus, ao rejeitar a Jesus Cristo, contribuiram, embora negativamente, para o surgimento dessa força de oposição histórica, como observamos ainda no período intertestamentário, com os Saduceus. Esta é pois, uma das forças dinâmicas, dialéticas e paradoxais que moldam o mover da história, e excitam o senhorio e a soberania de Deus a intervir e a criar forças alternativas de controle, através do mover do Espírito na vida de seus servos. O que significa dizer, que para Deus não existem barreiras impostas pelo mundo, diga-se secularismo, que O impeçam de responder aos anseios daqueles que clamam por sua intervenção, alternando as forças dinâmicas, quer sejam malignas, quer sejam impostas pela própria influência histórica, estabelecendo um novo curso, um novo direcionamento, para a vitória final que está no próprio Jesus Cristo. Não podemos negar que Satanás interviu de modo significativo na mente de grande parte dos judeus, convencendo-lhes a rejeitar o Evangelho. Não negamos também que este remanescente judáico divergiu entre forças de oposição ao Evangelho, sustentatadas pela intervenção maligna, e forças favoráveis ao Evangelho, mantidas pela força e pelo poder do Espírito na mente e no coração dos judeus que permaneceram fiéis a Jesus Cristo.  Com os Saduceus foi diferente. Eles representaram a força de oposição logo no início, como membros de uma aristocracia de religiosos, a negar qualquer influência religiosa fora dos limites do TORAH ( ou Pentateuco, os 5 livros bilbicos escritos por Moisés ) e tudo aquilo que aparece depois, escritos fora destes limites, assim como rejeitaram a ressurreição dos mortos, como um dos aspectos centrais da doutrina cristã.(Cf. NIV. Commentaires, The Time between the Testaments)  Os Fariseus também se impõem como força de rejeição ao Evangelho de Jesus. E forças de oposição sempre existiram e existirão na história da humanidade, como respaldo das forças de oposição criadas pela dialética do mal, em oposição ao próprio Reino dos Céus. Com os Fariseus, não foi diferente, como força de oposição ao Mestre, durante seu ministério terrestre. Assim como os Saduceus  radicalizaram sua influência sobre os escritos fora dos limites do Torah, contra toda e qualquer influência religiosa fora dele, os Fariseus criaram uma força racional de proteção ao judaísmo, ao status quo judáico, uma força de contenção, como um muro restrito obstruindo forças contrárias ao judaísmo, da forma como fizeram contra Paulo e como fizeram contra o próprio Jesus, impedindo-os de terem acesso aos judeus. E isto permanece até hoje. Se os judeus hoje, são tidos por separados, limitados e restritos em sua doutrina, isto se deve a forças de oposição criadas tanto pelos Saduceus, quanto pelos Fariseus. ( O Plano de Deus era o de permitir a cristianização do judeu, como nação santa, povo escolhido para o propósito de Deus no Reino dos Céus e desde o princípio). Isto certamente foi o que motivou Paulo em suas viagens missionárias a divergir, a mudar o foco de seu evangelismo, voltado então contra os judeus e favorável aos gentis. (Cf. Atos 18:6 e Romanos 9:6b). Alguns teólogos e historiadores chegam até mesmo a afirmar que por influência dos Saduceus e dos Fariseus, os judeus dão mais ênfase ao Talmud e ao Midrash da fé Judaica, do que a uma leitura interpretativa e profunda centrada no Tanakh (ou Bíblia Judáica, com 24 livros ). (Para maiores detalhes sugerimos a leitura de “Church History in Plain Language”, by Bruce L. Shelley, cap. 1, “ The age of Jesus and the Apostles 6 BC. – AD 70, a série de livros de Will Durant, The History of Civilization, ou ainda, The Early Church by Henry Chadwick e outros,).
Hoje, as forças de oposição na história são de mesma natureza, mas apesar de uma dialética diversificada ( hoje não seguimos mais o modelo dialético platònico/aristotélico, mas a dialética kantiano/hegeliana, sobre as quais ainda falaremos ), seguem os mesmos padrões, essencialmente se predispondo contra o Reino dos Céus, ou se opondo de alguma forma e com alguma força a algum tipo de realidade histórica, ou político /social, ou filosófico/teológica. Foi o que tentamos mostrar com a Filosfia, nos primórdios da formação do pensamento filosófico grego, forças agindo na Filosofia, na mente dos primeiros filósofos gregos, forças dinâmicas, interagindo dialeticamente contra as idéias humanas, produzindo uma significativa oposição à mente racional humana, e criando alternativas contrárias e negativas, como vimos no capítulo 10 desse estudo.  Forças que se opuseram à pregação do Evangelho de Jesus durante o tempo do evangelismo paulino, forças contrárias à formação e ao florescimento da Igreja Primitiva com  Paulo e com o evangelismo apostólico de modo geral. (cf. Atos 5:28) Como seu propósito original, Satanás teve como intúito interferir na mente humana, pela primeira vez, criando a maior de todas as rejeições ideológicas na mente de Adão e Eva, perssuadindo-os a rejeitar e desobedecer a Deus, causando o primeiro pecado contra a Lei de Deus. E isso é o que Satanás sabe fazer muito bem: vender idéias, suas idéias, em oposição ao Reino dos Céus.
Assim como tais forças se manifestam contrárias ao propósito original de Deus para o Reino dos Céus, elas se levantam também contrárias à pregação do Evangelho hoje. O Evangelismo cristão como demanda originária de Jesus para a Igreja Cristã, sofre desde o princípio, todo o tipo de rejeição histórico/filosófica que o impede de avançar em seu propósito de salvação da humanidade.  O livro de Atos mostra-nos várias referências em que tal oposição ao evangelismo se evidenciam, e também situações de defesa clara favorável aos apóstolos, como vemos em Atos 5:34. Os apóstolos em repetidas ocasiões eram impedidos de falar em nome de Jesus, ou rejeitados como evangelistas, como vemos em Atos 5:40.
Existe um paralelo muito claro e evidente entre a oposição  ao evangelismo dos tempos apostólicos e o evangelismo de nossa era pós-moderna. Hoje a oposição é acima de tudo cultural/ideológica  no mundo ocidental e assume carater de oposição político/religiosa com rigores de violência no mundo Oriental. Com relação ao relacionamento entre Teologia e Filosofia ou entre o Evangelho de Jesus Cisto e a exposição racional/imanente do pensamento filosófico, o que pudemos observar é que houve um tempo em que ambos os pensamentos (ou ambas as vertentes do pensamento humano, Teologia e Filosofia) estiveram próximas de uma síntese significativa, ou de uma unidade de raciocínio que poderia tê-las como caminhando próximas uma da outra, a tal ponto de promoveram uma fusão em sua linha de raciocínio, que evidenciasse sua unidade. É o que pudemos observar durante o período historico chamado de Escolástica, previamente chamado de Patrística. Neste periodo que se extende por toda baixa Idade Média, tem início praticamente desde o aparecimento de Santo Agostinho( para os católicos) ou Agostinho de Hippo, (para os protestantes) no ano em que ele nasceu em 354 AD. ( 354 da Era Cristã, ou Anno Domini, em latim, ou Ano do Senhor ). Durante a Patrística houve realmente uma grande tentativa de se conciliar ambos os pensamentos da Teologia e da Filosofia. Neste período Platão era mais influente do que Aristóteles. Os pensadores e Teólogos desta época acharam por bem trazer a razão do pensamento filósofico, ao auxílio do pensamento Teológico. Ou seja, a razão auxiliando a Fé, ou a Revelação da Palavra de Deus sendo auxiliada pelo pensamento filosófico. Para Agostinho a Fé ajudava a Razão, assim como a razão auxiliava a Fé.  Paulo logrou esta conciliação quando pregou aos gregos do Areópago, falando sobre O Deus Desconhecido, o que traria consistência ao pensamento filosofico grego, e faria a conciliação definitiva entre a Revelação da Verdade Divina (na Teologia), com o pensamento filosofico/idolátrico, platònico/imanentista de então. Mas como nós bem sabemos, tal conciliação não foi possível, porque o Cristianismo, ou as estranhas idéias trazidas por Paulo ao Areópago, não foram aceitas. Faltou aos gregos perseguirem a exposição teológica da VERDADE conforme Paulo pregou, e tê-la aceito definitivamente. Pelo contrário, tanto o Cristianismo quanto Paulo foram regeitados em Atenas, bem como em toda a Grécia de seu tempo. Houve um período de certa confusão nesta tentativa de fusão entre Razão e Revelação, e durante algum tempo o pendulo oscilava entre razão e fé, misticismo, Cristianismo racionalista, humanismo filosófico e Teologia Naturalista, até que por volta do século 13 AD., Tomás de Aquino trouxe uma discussão teológico/filosófica mais voltada para o pensamento racionalista Aristotélico. Tomás de Aquino deu enfase à razão no sentido de trazer elucidação ao pensamento revelado pela Palavra de Deus. Por esta razão o Racionalismo Aristotélico toma forma e se destaca em defesa aos dogmas da fé cristã. Isto acontece num período já definido como Escolasticismo. A Dialética Aristotélica é frequentemente usada por Tomás de Aquino para dar relevância e provar o conhecimento dos mistérios sobrenaturais da fé. Havia, então, uma espécie de conciliação sistemática entre fé e razão. Mas, com Tomás de Aquino acontece o inesperado. Para ele, as duas ciências assumem um carater distintivo e que portanto devem ser tratadas como tal. Tanto a Teologia quanto a Filosofia devem assumir sua distinção como ciências que se identificam separadamente.  A partir de então, houve uma separação não ainda definitiva entre Teologia e Filosofia, que passam a ser aceitas dentro de uma concepção autônoma do pensamento racionalista humano. Isto abre caminho para a Teologia Naturalista, para o Humanismo Filosófico, etc., advindas dessa abertura concebida a partir da autonomia proposta a ambas, por Tomás de Aquino. Houve então uma verdadeira avalanche no pensamento filosófico/teológico humano e as duas ciências passam realmente a florescer autonomamente, como ciencias distintas, separadas, e isto prevalece até hoje. Algum tempo depois, com René Descartes, nasce definitivamente o primado do racionalismo filosófico, com o racionalismo cartesiano, isto já em meados do século 17, ou por volta do ano de 1630, quando o racionalismo assume uma postura definitiva. Para Descarte a razão é a fonte mais elevada para o conhecimento ou justificação. Com Descartes houve definitivamnte uma separação entre Filosofia e Teologia. A Era Moderna do pensamento humano se inicia e a Escolástica entra definitivamente  em declínio. É atribuída a Descartes a famosa frase COGITO ERGO SUM, ou Penso Logo Existo, ou Raciocino, então existo. E isto se opõe radicalmente ao conceito cristão de que O JUSTO VIVERÁ DA FÉ, e não somente da RAZÃO, como pensava Descartes. Estas duas frases definem claramente o rumo tomado pelo pensamento humano, com a RAZÂO, e o outro lado da reflexão humana com a FÉ que o leva a justificar sua própria vida em Cristo.
O que prevalece hoje é essencialmente a separação intelectual entre Filosofia e Teologia. As duas ciências caminham lado a lado, dentro da história do pensamento humano, mas assumem carater distintivo. Não se confudem, mas seguem por caminhos diferentes. E isto, separarou definitivamente as duas maiores vertentes do pensamento humano, Fé e Razão. Esta foi a nossa preocupação maior em falarmos sobre Filosofia caminhando ao lado da Teologia, para que pudessemos entender melhor o que originou do abandono secularizado que o pensamento humano impôs ao  seu próprio destino histórico intelectual, opondo-se radicalmente ao pensamento teológico da Igreja Cristã.  No próximo capítulo deste estudo,vamos apresentar algumas ideologias humanas que criaram a separação entre o pensamento racional humanista, da sua opção pela FÉ em Jesus Cristo e pela Palavra de Deus, o que criou uma cada vez maior separação entre Fé e razão. Todos os apelos atuais da mente humana criados contrariamente à  Fé em Jesus Cristo, representaram uma séria oposição ao Evangelismo, que vão criar sérios obstáculos e bloqueios à pregação da Mensagem Evangelística no mundo atual. 

Sunday, August 16, 2015

IBVN – BIBLIOTECA  VIDA NOVA – BIBA – CRITICA DE LIVROS.
“NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS. De Augusto Cury, editora Sextante, RJ Brasil, 2004.

Um livro muito interessante e bem escrito, que discorre sobre um tema muito fascinante. E o autor como que expressa uma análise descritiva da realidade, a partir do tema da projeção pessoal que cada um de nós devemos dar aos sonhos que nutrimos em nosso coração.  Para o autor sonhar faz bem. Não apenas os sonhos que sonhamos dormindo, mas aqueles que projetamos enquanto olhamos acordados para o futuro. Um dos trechos mais fascinantes do livro se inicia à página 22, no primeiro capítulo, onde ele exatamente fala e descreve fatos ligados à vida do maior de todos os vendedores de sonhos: Jesus Cristo. Devemos apenas nos precaver de algumas idéias um tanto quanto extravagantes demais para serem usadas com determinados personagens da história. Dizer que Jesus vendia sonhos,  por mais figurativo que isto pareça, soa um tanto quanto inusitado. À página 32 o autor se refere a alguém que “Vendia o sonho de um reino justo”. Você leitor deve se perguntar, não num sentido puramente crítico, mas numa análise interpretativa visando o que a Palavra de Deus acrescenta a respeito dessa idéia de Reino dos Céus transmitida pelo autor. Pregar, ensinar e proclamar (gratuitamente) as boas novas do Reino ou sobre o Reino dos Céus é  diferente de “vender o sonho de um Reino justo”. Todos concordam com isso. E ler um livro com um senso crítico muito atinado com suas idéias, pode até mesmo bloquear sua mente acerca do próprio livro. Mas, ler um livro que fala sobre um personagem que nós tão bem conhecemos, deve despertar em nossa mente a exata noção do que significam certas expressões, ditas por mera liberdade de exprimir. É evidente que Augusto Cury é um grande escritor e que merece nosso respeito e atenção. Mas muitas vêzes ele usa de uma linguagem técnica de difícil acesso à nossa compreensão. E ele divaga muito, ou seja, se afasta muito facilmente do foco da temática central do livro, ou do capítulo em questão, não porque ele é confuso, mas porque os temas muitas vêzes exigem essa complexidade e vulnerabilidade nas idéias que flutuam com muita densidade. Há, no entanto, capítulos inteiros com histórias e exemplos extraordinários dentro da temática dos sonhos, como o capítulo 4, por exemplo e o próprio capítulo primeiro, ( das páginas 22 até à página 46), que é na verdade o mais fascinante e interessante capítulo do livro. Nestas páginas o autor analisa sob o ponto de vista da psiquiatria e da psicologia as lições de humanidade e sabedoria que Jesus Cristo ensinou e legou a seus discípulos e a todos nós. Ainda no cap. 4, depois de apresentar sua própria história como exemplo de persistência e dedicação aos próprios sonhos, ele descreve 8 ítens de sua teoria da Inteligência Multifocal. O ítem 3, à página 117 é o mais extraordinário. Ele mostra aspectos da memória que se bloqueia em função do estado emocional de cada pessoa.  Uma tarefa arrojada para o autor é a de lograr intercalar conceitos psiquiátricos ou psicológicos, com uma interpretação teológica da pessoa de Jesus Cristo, o que não parece ser uma tarefa muito simples. Portanto, é necessário muita concentração ao ler seus livros, da mesma forma como devemos nos concentrar e ter uma atenção redobrada quando lemos qualquer outro livro, ou por exemplo, a Bíblia. Mas, sem dúvida alguma, as duas são leituras diferentes e cabe ao leitor se utilizar de seus próprios recursos intelectivos quando se propõe a ler livros de tal complexidade. Mas, com relação à pessoa de Jesus, que o autor realmente respeita e admira, de qualquer forma, existem outros atributos essencialmente bíblicos que definem o Mestre de forma mais justificada. E isso é muito importante nesta leitura. Os judeus costumam dizer que “nós cristãos, costumamos vender a imagem de Jesus a qualquer custo”. E isto soa pejorativo e injusto. E é claro que não é desta forma que nós iremos nos referir a Jesus, apesar de aceitarmos com certa reserva, o que certos autores dizem acerca de certos personagens. É uma excelente leitura, dentro de uma perspectiva extremamente sábia, não somente por abordar um tema tecnicamente profundo, mas por tecer comentários absolutamente incríveis à pessoa do Mestre dos Mestres, Jesus Cristo. Mas não se deixe intimidar pelas idéias – aliás boas idéias – de Augusto Cury, e além disso devemos entender que nossa formação bíblica é muito mais bíblica do que meramente literária. Em última análise a idéia central do livro parece se aplicar ao fato de que nossos sonhos serão plenamente realizados e se tornarão realidade, à medida que nós soubermos entender a mensagem profunda de amor que se projeta para o futuro, para a sublimação dos ideais de perfeição que somente Jesus pôde nos ensinar. Em outras palavras, todos os sonhos são possíveis quando aceitamos estas palavras: Sem Mim Nada Podeis Fazer.!( João 15:5) O livro, de Augusto Cury, NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS, está disponível em nossa biblioteca, mas apenas um unico volume em Portugues. Faça bom proveito, sempre. **** (Este livro merece 4 estrelas)

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...