Thursday, May 15, 2014


Biblioteca Vida Nova - Critica de livros da BIBA. A CABANA Publicação da Editora Sextante Brasil - 2008. Rio de Janeiro RJ. 
O livro de William Paul Young (A CABANA ou THE SHACK em Ingles)pode ser visto como uma ficção interpretativa da Biblia, ás vezes com caracteristicas de realismo fantástico, elevada aos limites da criação literária até mesmo inimaginável, quando, a partir dos capitulos 6, 7 e 8, as tres pessoas da Santissima Trindade adquirem personalidades distintas. Os personagens criados pelo autor, todos eles, são fictícios ( criados pela imaginação do autor ) mas nem por isso deixam de se espelhar em personagens reais. Papai, Jesus e Sarayu, que representa o Espirito Santo, assim agem como se fossem, e interagem entre si de modo tão completo e intimo, que são mostrados como a Trindade.  O autor, Paul Young, é Teólogo formado em Religião e seu livro a princípio fora escrito como se fosse uma estória contada aos próprios filhos, mas que se deu bem, foi aceito e vendeu milhões de cópias. No princípio o livro se identifica como um romance policial, cuja trama se torna mais dramática ao envolver a filha de Mack, a pequena Missy, a criança sequestrada, que dá ao livro caracter de tragédia dramática. O autor gosta de contar estórias legendárias de índios e princesas corajosas que pulavam de penhascos para salvar com seu sacrifício as vidas de toda uma tribo.  E ele fala muito sobre a natureza, que identifica como obra da criação divina. E no livro percebe-se que o tempo passa rapidamente até que surge a Grande Tristeza no coração de Mack, quando descobre o vestido de Missy ensanguentado dentro da cabana.  Por causa do desaparecimento da filha, Mack tem crises de fé, se entristesse muito e quase se desespera.  Um bilhete deixado por Missy é encontrado e nele, o misterio se desvenda ainda mais, porque tal bilhete estava assinado por “Papai”.  Por que? A partir de então a trama se desenvolve  abertamente, Mack tem um sonho aparentemente real muito longo, narrado nos capitulos  6, 7 e 8, (que são a meu ver os mais fascinantes no livro), em que ele mantem convivencia e diálogo com Papai, Jesus e Sarayu. E nesta convivencia com a Trindade, muita coisa é revelada sobre a vida de modo geral, a convivencia humana com Deus, as questóes mais relevantes sobre natureza, a criação, o relacionamento com Jesus, e neste diálogo o autor se mostra um liberal teologicamente inovador e biblicamente correto, inclusive ao mostrar Deus como uma mulher. Algumas frases atribuidas a Deus, ou “Papai”, são as seguintes: “ Não preciso castigar as pessoas pelos pecados. O pecado é o próprio castigo”. Outra frase diz: “ Não existe conceito de autoridade superior entre nós, mas apenas de unidade.”  E nas paginas seguintes ( 109 -112 ) a definição da idéia de hierarquia humana que tudo destroi num relacionamento. O fato de acharmos erroneamente que Deus age dentro de uma hierarquia de valores relacionais com Ele próprio, com a natureza e com a humanidade, não nos permite admitir que dentro das Igrejas deva existir uma ordem hierárquica que pune e discrimina os membros do mesmo corpo.   Mas, de modo geral o livro nos mostra um “Deus” um tanto quanto romantico, no mais alto estilo americano (ou canadense), um “Deus” risonho, brincalhão, "um gente boa” que parece fugir de emitir conceitos sérios e punitivos contras as atitudes erradas dos humanos, ou um Deus mais pertinente á visão teologica Católico Romana da Palavra de Deus.  E isto fica claro á página 134, onde os seres humanos parecem que “optaram” por trabalhar com as mãos, ou se tornar independentes, sendo que na verdade sabemos que o mal não existe apenas por questão de opção do livre arbitrio humano, mas existe como consequencia da natureza pecaminosa que subsiste desde Adão e Eva. No Éden nós não abandonamos o relacionamento com Deus, mas nos deixamos seduzir pelo Diabo, não para afirmar a própria independencia, mas por nos submeter ao jugo do diabo. Nós não nos tornamos independentes quando nos submetemos ás regras do inimigo. Mas, o autor propõe aos leitores, através do personagem Jesus, que a única alternativa é nos “VOLTARMOS PARA JESUS” o que é também teologica e biblicamente correto.  De modo geral A CABANA é um bom livro, principalmente para aqueles que não tem muito conhecimento biblico, devido ao fascínio que a estoria exerce sobre o leitor. E de acordo com as próprias palavras do autor, o personagem MISSY, a filha de Mack supostamente sequestrada, representa a fase existencial dos seres humanos em que se chega a perder alguma coisa, quando nos afastamos de Deus, desaparecemos do entorno da Palavra e dos olhos afetivos de Deus, quando de alguma forma perdemos nossa inocencia, ou a dimençao do primeiro amor.  E Mack representa a busca por esta identidade cristã parcialmente perdida, através do questionamento após a evasão que nos permite o afastamento de Deus. Mack representa também o questionamento sincero, embora um tanto quanto cético, do que Deus, Jesus  e o Espirito Santo nos mostram e significam na Palavra. Esta crítica poderia ser mais extensiva e abranger todos os capitulos de A CABANA, mas já é suficiente ao apresentar informações e uma idéia geral sobre o livro e o autor.   A tradução para o Portugues é boa, e de um estilo de fácil assimilação e compreensão. A BIBA ( Biblioteca Vida Nova ) tem apenas um unico volume de A CABANA. 

A DINÂMICA DO PERDÃO - 8   O alerta existe em função da riqueza de conceitos envolvendo a ideia de livre-arbítrio . É algo essencialmente op...