PROCESSOS QUE ENVOLVEM
MISSÕES E EVANGELISMO –
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Secularismo,
intelectualismo filosófico florescente, a disponibilidade da incultura humana.
Paulo viaja a Roma e estabelece novas fronteiras. A dimensão espiritual do
Reino dos Céus.
Quando Paulo se moveu em direção ao Areópago de
Atenas com a intenção formal de pregar o Evangelho de Jesus Cristo, sob
orientação do Espírito Santo, Paulo, vamos dizer inconscientemente, detonava a
maior de todas as fusões na história do pensamento humano: Paulo criava a
Teologia. A Teologia então nasce do confronto entre duas realidades
pré-existentes. Primeiro, das forças confrontantes criadas pelo racionalismo
imanente da filosofia grega, (imanente, porque os filósofos gregos não
estabeleceram nenhuma verdade transcendente) e segundo, da transcendência espiritual das idéias
evangélicas (enquanto boa nova do Reino) do pensamento imutável e transcendente
de Jesus Cristo. Paulo teve a coragem espiritual de se projetar em meio ao “secularismo”
de uma Atenas intelectualista, absorvida pela idolatria e pelas forças
ideológicas e imanentistas da filosofia grega de então, numa missão profética,
que tipificava o secularismo urbano dos dias atuais. E Paulo, como sabemos foi
mais longe. Investiu contra Roma, a força do secularismo de seu tempo, porque
Roma era em tese, a síntese do mundo secular e urbano, o apogeu da cultura
universal de seu tempo, a apoteose da
politica e da cultura de seu tempo, assim como hoje existem cidades influentes,
denominadas metrópoles, caracterizadas por uma cultura pós-moderna secularizada.
A partir de então, nasce a Teologia, o debate
ou o discurso teológico. Nasce também a
formalização de uma das colunas que vão dar consistência à nossa cultura
ocidental: O pensamento Teológico Cristão, que traz também à reboque de suas
investigações e racionalismo, o debate apologético. Não podemos nunca deixar de
considerar que o Cristianismo é profundamente e transcendentemente racional. O
pensamento cristão se sustenta em bases espiritual/racionais, coração e mente,
espírito e razão. O cristianismo se sustenta na força espiritual transcendente
das idéias propostas sobre o Reino dos Céus, estabelecidas pela mente
espiritual e a lógica eterna de Jesus
Cristo. Quando João declara em seu evangelho que Jesus Cristo é o LOGOS espiritual
de Deus, João afirma que a lógica eterna de Deus supera e sustenta a
lógica racional humana. João, em seu evangelho, como Paulo, em Romanos, operam
racionalmente no sentido de tansportar o pensamento transcendente divino para o
âmbito histórico do pensamento humano. E isso detona o que muitos teólogos
chamam de Paradoxo do Cristianismo, a tentativa de implantar na limitação da
mente histórico/racional/imanente humana, a novidade ( evangelion ) da mente
transcendente racional divina, o que para a Teologia é quase impossível apenas
à luz da razão humana. Se Deus não nos concede a Palavra e a fé, um dom
espiritual divino, não nos seria possível entender as propostas eternas do que
Jesus Cristo quis ao declarar as projeções escatológicas do Reino dos Céus. O
Cristianismo, então, é uma doutrina essencialmente paradoxal. Não se esqueça que para os Estóicos, (sec. 3
BC) muito antes do florescimento do Cristianismo, a palavra logos
era usada para designar em escala cósmica a razão que dava ao mundo e
ao Universo, ordem,significado (sentido) e congruência.
(Aliás, uma clara
definição de Reino dos Céus se nos afigura agora, como sendo: O Reino dos Céus
é a concretização formal histórico-espiritual e transcendente (não utópica) do
ideal espiritual de Jesus Cristo a ser realizada no fim dos tempos - embora
atualmente presente -, sob o ponto de vista escatológico, contrariamente ao
“regime ideal” platônico, e também contrariamente à “Utopia” de Thomas Morus,
às propostas político-idealistas de Maquiavel, de acordo com seu livro “O
Príncipe” ou a “mentira intencional maquiavélica” {de que fala
Olavo de Carvalho em seu livro “Maquiavel e a confusão demoníaca”}, e ainda contrariamente à
ideologia da nova ordem {Nova Era} mundial sustentada politicamente pelo
marxismo cultural gramsciano.O Reino dos Céus não tem sustentação política,
por não ser desse mundo, mas se projeta a partir da proposta espiritual e
divina de Deus Pai, na pessoa de Jesus Cristo, que veio para redimir a Terra, o
homem integral, a história, a política e a cultura humana dentro e para a
dimensão eterna de seu Reino dos Ceus. Em síntese, o Reino dos Céus é o reino
do além, ou o reino da transcendência, e o Reino de que fala a Palavra sobre o
que ele é em essência. Em última palavra, o Reino dos Céus é a morada
espiritual, eterna, de Deus. )
E da mesma forma como João fala de LOGOS, João
também se refere ao sentido ultimo da história humana, que faz sentido somente
dentro da transcendência eterna do pensamento cristão. LOGOS que também significa Razão, discurso, Palavra
e SENTIDO. E ao afirmarmos que Jesus é o LOGOS eterno de Deus, Jesus é em essência
o sentido transcendente da história da humanidade, o sentido para o qual a
igreja caminha, para o Reino dos Céus, que somente passa a existir
historicamente, pela revelação do evangelho de Jesus Cristo. E esta idéia de
transcendência eterna também foi revelada por Jesus a João nas visões
espirituais atestasdas no livro de Apocalipse, que apresenta a visão profetica
do Reino dos Céus, dada a João na ilha de Patmos, relativamente às 7 Igrejas
fundadas por Paulo, relativamente ao fim dos tempos, ao destino da humanidade, o início da
glória eterna do Reino e a vitória final de Jesus Cristo. Deus se movimenta então de revelação em
revelação, através da idéia de Reino dos Céus na Terra, primeiramente no livro
de Gênesis, em que o Éden (o Reino dos Céus na Terra) cessa de existir “historicamente”
e numa concepção transcendente, quando o
homem peca contra Deus, e a Revelação da Glória eterna de Jesus Cristo, e o
Reino dos Céus, transcendência eterna de Deus, para além da história, no livro
de Apocalipse, que ainda não existe historicamente, mas apenas como promessa
escatológica. A história humana é apenas
um hiato, uma projeção temporal, entre duas revelações: uma revelação
estabelecida no Éden e a Revelação do Reino dos Céus no Apocalipse para além
de uma meta-história humana, quando o homem cessa de pecar, e entra na glória
transcendente do Reino. A razão humana, e o esforço teológico, não conseguem
estabelecer racionalmente toda a idéia e dimensão do Reino dos Céus, antes da
história humana, no Éden, sem o pecado, e a idéia do Reino dos Céus pós pecado,
estabelecida pelo próprio Deus e revelada por Jesus no livro de Apocalipse, a
não ser que o próprio Jesus a faça
revelada. Esta é a Palavra que o irracionalismo humano tenta negar e refutar historicamente através
da ideologia do pensamento secular irracional, imanentista humano, através de
muitas ideologias criadas ao longo da história por uma série de ideólogos
humanos, e que o ser humano, hoje, abraça de modo irracional e sob a inflência
de Satanás.
O filósofo grego Platão entendeu claramente que um conceito absoluto, ou uma verdade
absoluta era fundamental para a existência de uma moralidade real, - e isso
originalmente deu credibilidade filosófica à “ética” platônica, - queiram ou
não queiram os filósofos do gnosticismo clássico ou contemporâneo, queiram ou
não queiram os teóricos criticos do Neo-Marxismo Cultural, ou os membros da
chamada Escola de Frankfurt germânica ou européia, ou hispano-americana, em sua
argumentação desfavorável à filosofia platônica, ou desfavorável às idéias do
cristianismo romano ou pós-reformado, ou apesar das idéias do filólogo Wilhelm
Humboldt, - para quem a “moralidade
humana, até mesma a mais elevada e substancial,
não é de modo algum dependente da religião.” Aliás essa idéia de conceito absoluto
formando uma moralidade humana faz parte da filosofia clássico-grega de modo
geral e isso é percebido no idealismo platônico, e na filosofia que floresce a
partir de Platão, como em Aristóteles e nos Neo-Platònicos da Renascença e da
Idade Média também. ( Cf. “Death in The
City” by Francis Schaeffer, pg. 108 ). No entanto, como já vimos, na época em
que Paulo pregou aos gregos, a plenitude dos tempos já havia preparado caminho
para que essa moralidade conceitualmente absoluta, viesse criar caminhos para
uma maior absorção e aceitação da idéia de transcendência que irrompeu na
história através da VERDADE que é Jesus Cristo. O que os filósofos gregos a
partir de Sócrates, fizeram, prevalece até hoje no pensamento filosófico
ocidental, de tal forma que todos nós, quando pensamos filosoficamente, ou
somos de alguma forma platônicos, ou somos aristotélicos em um sentido, tal a
grande influência recebida pelo pensamento ocidental advinda dos filósofos
gregos. ( Para maiores insigths cf. “The Great Conversation – A
Historical Introduction to Philosophy”, by Norman Melchert, et alli. ) A influência de Platão na história
filosófica de Atenas do tempo de Paulo, como forte influência no mundo secular,
mostra que os gregos já viviam sob a influência de suas idéias, no ideal
utópico de um “estado” perfeito (como lemos em seu livro a “Republica”, e a
democracia ateniense demonstrava isso ) que mostra existir a possibilidade de
uma realidade além do meramente real, ou idealista, e esse ideal utópico,
estabelecia que o homem poderia viver numa sociedade perfeita e desfrutar de
uma boa vida. E isso abre caminho para um entendimento mais claro do ideal
cristão no Reino dos Céus. E a execução de Sócrates em 399 BC demonstrou-lhe
que o estado grego não era um bom estado político/social, por causa dessa
injusta execução. Suas idéias prevaleciam, então, na Atenas do tempo de Paulo,
não apenas por refutar os sofistas, o ceticismo, o gnosticismo e o relativismo de então, bem
como o pensamento de Demócrito, ou de Protágoras, e outros, acerca da realidade. Platão leva o discurso
sobre a realidade a um nível mais profundo de investigação intelectual, além do
meramente doxológico, - baseado em meras opiniões humanas, - para o nível de
uma profunda investigação da razão e do conhecimento. Para Platão, conhecimento envolvia verdade. Para o evangelismo paulino, também, o
conhecimento revelado a ele através de Jesus Cristo, deu-lhe a entender que
conhecer a Cristo envolvia e implicava o conceito de VERDADE, não somente a
idéia de verdade estabelecida através da pessoa de Jesus Cristo, mas o conceito
absoluto, filosófico e teológico de VERDADE, conforme Paulo a expressa
repetidas vêzes no livro de Romanos, (e em todas as suas epístolas) como
expressão máxima que se identifica com a pessoa de Jesus Cristo e como
identidade testemunhada por sua própria vida como apóstolo do Senhor Jesus. (
Cf. Romanos 9:1 ). Isto foi o que Paulo demonstrou em Atenas, (mas uma verdade
eterna, pessoal , encarnada em Cristo) quando de sua pregação no Areópago: o
conhecimento da Verdade que é Jesus Cristo, levaria a razão humana a entender a
realidade “Reino dos Céus”, não como realidade utópica, porque a verdade já
estaria consumada em Jesus Cristo e a ideia de Reino dos Céus se torna real na
Ressurreição e Ascenção de Cristo aos Céus. O que houve em Atenas, entretanto,
foi uma congestão da verdade, uma forte indigestão causada pelo impacto da
verdade sendo revelada por Paulo, uma forte dose impactante e paradoxal. E tal
indigestão obrigou os judeus e opositores filosóficos de Paulo a agredirem a
Paulo e a expulsa-lo de sua presença. ( Confira em Atos dos Apóstolos, o início
da oposição ao evangelismo apostólico a partir de Atos 5:17 ). ESTE É O IMPACTO INCLUSIVE CAUSADO PELA
VERDADE DO EVANGELHO DE JESUS NO MUNDO DE HOJE! E tal congestão não impediu a
filosofia de prosseguir em seu discurso através da história do pensamento
humano, para criar oposição ao conceito de verdade conforme pregada por Paulo. Em
contraposição ao conceito único de VERDADE definido pela Palavra de Deus, a
Filosofia passa então a divergir em sua investigação metafísica, buscando
definir sua “própria verdade”, ou seja, a verdade própria da filosofia, A
VERDADE DO RACIONALSMO FILOSÓFICO, fruto aceito apenas pela investigação
meramente racionalista do pensamento humano. A partir da flosofia grega, de
modo geral, a Filosofia insiste em divergir, e passa a negar o conceito de
verdade conforme estabelecido pela Doutrina Cristã, ou pela Doutrina Teológica
da Palavra de Deus. Desde que tal doutrina se estabelece pela pregação de
Cristo e pelo testemunho vivo dado pelo discurso apostólico paulino, a
Filosofia então se entrega ao próprio caminho da investigação racional e humanista do
conceito de verdade. Uma longa tradição humanística floresce então como força de oposição ao Evangelho de Jesus. Embora os Católicos não o adimitam, Tomás de Aquino, além
de suas virtudes, causou um profundo dano à história do pensamento
filosófico/teológico na mente humana, ao admitir que a RAZÂO humana não havia
sido contaminada pela QUEDA DO HOMEM após o pecado.
(Se você me perguntasse o que ocorreu no
Período histórico de 400 anos separando os dois Testamentos bíblicos, - o
período que se estende de Neemias/Malaquias até o ano 5 BC, ou o aparecimento de João Batista, de acordo com alguns
historiadores - , tal período foi caracterizado por uma transição cultural
muito significativa. {Bruce L. Shelley
em seu livro “Church History in Plain Language” logo no primeiro capítulo
intitulado “The Age of Jesus and The Apostles”, estabelece como parâmetro
cronológico o ano de 6 BC como
início histórico da época que delimita o início de uma nova etapa histórica e o
início de um novo testamento bíblico}.
Vários conflitos aconteceram neste período,e também mudanças no cenário
politico e cultural do mundo conhecido até então. Mas, eventos de grande
importância aconteceram na Grécia. Poderíamos dizer que a mente humana evoluia
filosoficamente desde Sócrates – que morreu em 399 BC - e que Deus preparava o
terreno intelectual para que a mente humana absorvesse as idéias
revolucionárias que haveriam de surgir com o advento do Cristianismo 400 anos
depois. Apesar de todos os conflitos
deste período, a Filosofia contribuiu de alguma forma como substrato cultural
que permitisse ainda mais a evolução da mente humana. Assim como Deus age interferindo significativamente na história
político/social da cultura humana, ele também age na formação intelectual da inteligência
humana, preparando-a de alguma forma
para o que lhe haveria de convir. Não
nos esquecendo que o diabo também age na história. Também não é coincidência
que Deus tenha permitido a ascenção do Império Romano, por volta de 63 BC., o
que serviu de base geopolítica para a difusão histórico/social do cristianismo,
bem como abriu caminho e facilitou o florescimento do evangelismo cristão com
Paulo. Portanto, muitos eventos de importância aconteceram neste período, conhecido
como Período Inter-testamentar,
eventos políticos, culturais, sociais e filosóficos. A História deste período acontece de modo oculto, en função de uma excassez de informação histórica. O que sabemos através de fontes muito restritas (desde que Josephus não nos pôde revelar muita coisa) é que houve um peíodo de helenização da cultura devido à grande influência imposta pelas conquistas de Alexandre, o Grande, até que Roma toma o poder. De modo geral as forças de oposição são transitórias entre a Grécia e Roma, que finalmente em 63 BC, estabelece seu domínio e prevalece durante alguns séculos, até 476 AD. A História, então, se mostra como o
substrato cultural que sobrexiste paradoxalmente entre forças de oposição
estabelecidas por Deus e pela influência maligna de Satanás).
O predomínio da Filosofia no mundo ocidental
mostra hoje, quão forte e duradoura foi sua influência logo que ela surgiu no
cenário cultural da humanidade. E juntamente com ela nasceu também a Teologia.
E a Teologia nasce exatamente do confronto entre o pensamento filosófico grego
e o debate “teológico”, ainda não definitivamente teológico, quando Paulo
começa a argumentar com o discurso filosófico acerca das verdades contidas no
Evangelho de Jesus Cristo. De alguma forma a filosofia grega criou o cenário
apropriado para o florescimento do discurso teológico, quando a verdade da
Palavra de Deus, começa a ser confrontada pela investigação e pelo
questionamento filosófico. (Não podemos
nos esquecer que a Filosofia é
anterior à Teologia e até mesmo ao Evangelho de Jesus Cristo.) Simultaneamente nasce também a Apologética
como uma das primeiras disciplinas dentro do discurso teológico. A obra
filosófica de Platão é muito vasta e seria muita presunção discuti-la ou apresentá-la aqui neste estudo,
desde que nosso objetivo maior é com o evangelismo. Mas, apresentá-la
sumariamente vai servir para situar o cenário histórico em que ele viveu, e o
que vem após ele, uma vez que o florescimento da filosofia nunca parou de
crescer. Pelo contrário, continuou com Aristóteles, onde não só a filosofia
evoluiu, mas a partir de Aristóteles outras ciencias também apareceram no
cenário cultural. Enquanto Platão falava sobre a alma humana, num debate
animista, ( anima, quer dizer alma)
como manifestação do ser real, ou do homem real, (não o corpo, mas a alma) em
sua visão idealista acerca do ser humano, a visão de Aristóteles era um
pouco mais complicada. Aristóteles fala do homem como um ser racional. O debate
agora, em Aristóteles passa a ser racionalista. E Aristóteles inaugura com
Tomás de Aquino a força da tradição
filosófica Aristotélico-Tomista, que é essencialmente o respaldo de nossa
tradição filosofico-clássico-cultural até os dias atuais. A Igreja Católica
Romana ainda hoje se utiliza profundamente da força do pensamento teológico de
Tomás de Aquino. Os teólogos e filósofos católicos sempre voltam a Tomas de
Aquino (1225-1274) quando buscam sustentar seu discurso teológico, em oposição
ao nosso referencial evangelistico, biblico, reformista, baseado somente na
Palavra de Deus. E esta é uma característica que define profundamente as duas
posições cristãs doutrinárias: de um lado o Catolicismo Romano, com sua enfase
no Catecismo da Doutrina Católica, nos dogmas da Igreja, no código do Direito Canônico, no Missal da Igreja Católica, na obediência à
hierarquia da igreja e ao papa, e do outro lado a Igreja Cristã Evangélica Reformada,
que surgiu a partir de Martinho Lutero, com sua ênfase na Palavra de Deus, a Bíblia, e a fé em Jesus Cristo. Os danos
causados por Tomás de Aquino na historia do pensamento filosófico/teológico são discutidos por Francis A. Schaeffer, embora parcialmente, em seu livro “Escape from Reason” (InterVarsity Press-Downers Grove-Illinois, 1968-USA). Este
é de modo muito sumário, o cenário do panorama histórico e cultural que se
desenrola a partir da filosofia grega, continuando com a Doutrina Cristã, a
partir da vinda de nosso Mestre Jesus Cristo. E continua com o evangelismo
Paulino em meio a um turbilhão de oposições, rejeições, violência e martírio,
que no entanto JAMAIS impediram o florescimento do cristianismo como única
verdade absoluta e transcendente até hoje apresentada à humanidade. Não podemos
negar nunca que o secularismo ( e por
detraz dele, Satanás) foi e está sendo hoje, a grande força de oposição dialética a tentar impedir
o avanço do cristianismo, desde o princípio, desde a vinda da VERDADE, o senhor
JESUS CRISTO, o Filho do Deus Altíssimo.
O secularismo
necessariamente não pode nos afetar. O secularismo é como uma roupagem histórica
no século, na cultura, a mundanização da cultura e da história em função de seu jazer no malígno, uma superestrutura do mal, negativa, que sobrexiste em função da
derrota imposta por Satanás a Adão e Eva. No tempo de Paulo o “secularismo”,
que ainda não tinha um clara definição como o secularismo dos dias atuais, era
manifesto acima de tudo através da oposição intelectual sustentada pelo
pensamento filosófico grego, e também pela poderosa força de oposição política sustentada
pelo Império Roamno, que repudiava as idéias transcendentais do “pensamento”
cristão paulino, da mesma forma como hoje o evangelismo sofre o odioso repúdio
perpetrado pelo intelectualismo ideológico contemporâneo. Hoje no entanto, sob
a influência do Evangelho de Jesus Cristo, o secularismo, que é ainda o sinônimo da superestrutura do pecado em meio à
cultura caída em que vivemos, não tem poder para nos destruir, como não
teve poder para destruir ou subjulgar a Cristo num confronto direto entre as forças
de oposição e a força do Deus da Palavra. Em outras palavras, o secularismo
encarna o que vemos hoje na pessoa de Satanás, a síntese existencial de todos os
males, ou de todos os pecados. Quando Satanás confrontou Jesus no deserto, um
Jesus enfraquecido fisica, mas também historicamente, o que venceu Satanás foi
a Palavra. Isso quer dizer que NADA pode nos derrotar, NADA pode vencer àqueles
que estão em Cristo, o LOGOS de Deus, a PALAVRA de Deus. É impossível conceber
Jesus Cristo vencendo ao diabo, apenas por ordenar que um anjo o derrotasse por
si, ou que viesse lutar em seu favor, SE Jesus é a Palavra, Ele TEM a Palavra,
encarna a Palavra de Deus como o logos de Deus Pai. Portanto, o secularismo é efêmero como força cultural
diante do Cristo Palavra de Deus. Nada pode nos separar do amor de Deus que
existe em Jesus Cristo por nós. Nada e absolutamente nada. Nem mesmo o
secularismo satànico existente no mundo hoje. O respaldo maior do evangelismo
já está estabelecido em Cristo, na força e no poder do Evangelho que nós nos
propomos a pregar. De um lado nós temos o SECULARISMO, a síntese de todos os
pecados encarnada historicamente em Satanás e seus anjos e do outro, como força
de oposição na história, temos o EVANGELISMO, a síntese do poder da Palavra em
ação, agindo na história, na cultura, através do Espírito Santo, em nós, na Igreja Cristã, como a
única força existente em meio à imponência do século, na história que avança
paradoxalmente. E nada pode nos separar
da força e do poder do Evangelho de Jesus na história. Nem o diabo, nem o
pecado, nem a cultura secular, nem a ideologia do Marxismo Cultural, nem o
neo-ateísmo, nem o Islamismo, NADA, e isto já foi declarado por Jesus na Palavra.
MAS, diante de toda a vitória que existe em
Cristo Jesus, nós temos a história, nós enfrentamos o secularismo, nós temos a
oposição cultural imposta pelas forças imanentistas de oposição que insistem em
lutar contra o Poder do Evangelho. No mundo tereis aflições. Mas EU venci o
mundo. Disse Jesus em João 16:33. " I have told you these things, so that in me you may have peace. In this world you will have trouble. But take heart! I have overcome the world." E isso como que nos arrebata a um nível de fé e de vitória
absolutamente indestrutível e imprevisivel dentro do contexto secular em que
vivemos. No entanto, importa-nos conhecer a história, importa-nos conhecer o
inimigo que enfrentamos no dia-a-dia secular, para que não nos surpreendamos
desnecessariamente. Jesus não se surpreendeu no deserto, depois de 40 dias de
fome e abandono histórico, quando o diabo o ameaçou com a dialética da
destruição, da submissão, do senhorio mundano. Jesus apenas se manifestou como
Palavra de Deus, e a expressou diante de seu inimigo, e a manifestou como força
absolutamente poderosa e destrutiva contra a investida efêmera do diabo. Essa é a força aparente que existe hoje no
secularismo, diante da força e do poder do Evangelho. E a Igreja Cristã, hoje,
muitas vezes se mostra amedrontada, mesmo com todo o poder que está retido em
suas mãos. E essa força é liberada pelo Evangelho, no Evangelismo. Paulo sabia
disso, e em sua viagem missionária e profética a Roma, ele nos mostra que o
Evangelho é potencialmente a força espiritual na mente e no coração daquele que
crê em Deus e crê em Jesus Cristo. O que o impulsionava para a batalha no campo
espiritual é essa verdade absoluta que o leva adiante, destemivelmente, a
enfrentar os inimigos históricos, políticos e espirituais, nos lugares celestes
e nos lugares terrestres, o que em si, estabelece uma força de oposição
paradoxal entre dois diferentes reinos. A
seguir veremos a influência destrutiva e dialética das ideologias que avançam
impiedosamente sobre a humanidade e o que representa a Viagem Missionária de
Paulo a Roma, e sua contextualizada e tipificada influência no secularismo dos
dias atuais.
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